Estêvão espetacular. E o semifinalista Palmeiras voltou a ser Palmeiras. 3 a 0 foi pouco. Vitor Roque volta da Espanha pronto para jogar

“A sensação é de retribuir tudo o que o Palmeiras me deu.

“Eu posso fazer isso dentro de campo, então tento me esforçar a cada jogo.

“Às vezes não vai dar num jogo, mas posso ajudar em outro, correndo, fazendo gol, dando assistência.

“Essa é a gratidão pelo Palmeiras, dando meu máximo em campo.”

O garoto Estêvão, de 17 anos, destruiu todo o sistema defensivo do São Bernardo.

Deixou mais uma vez evidente o motivo que fez o Chelsea comprometer R$ 364 milhões para contratá-lo.

Ele foi a peça fundamental em mais um renascimento do Palmeiras.

E que só se classificou às quartas do Paulista graças à uma derrota da Ponte para o Bragantino, em Campinas.

O time instável, inseguro, de fraco repertório ofensivo na fase de classificação, não existe mais.

O que entrou no estádio Primeiro de Maio foi uma equipe definida taticamente, impositiva, vibrante, com sede de vitória.

Não tomou conhecimento do time de segunda melhor campanha, até então, no Paulista.

3 a 0 foi até pouco.

E classificação para a semifinal, que será disputada no Allianz Parque.

Foi o Palmeiras vibrante, que conquistou 10 títulos na era Abel Ferreira.

“Fizemos um jogo que seria difícil parecer fácil.

“Agora parece fácil”, ironizava Abel.

O treinador português anulou o São Bernardo, com uma fortíssima marcação nas intermediárias.

Martínez e Richard Ríos trataram de se desdobrar, onipresentes na saída de bola do São Bernardo.

O time de Ricardo Catalá acabou intimidado.

Não teve como impor o ritmo forte, de muita força física, jogadas aéreas, ataques em bloco.

O Palmeiras fez por merecer a vitória desde o início até o final do jogo.

Estêvão estava nos seus melhores dias.

E jogou por ele, por Raphael Veiga, que faz uma temporada fraca individualmente.

Facundo Torres se virou muito bem na esquerda.

E Flaco Lópes, que vai virar reserva de Vitor Roque, deu muito trabalho como pivô.

Até marcou seu gol, depois de falha bizarra do goleiro Alex Alves.

O Palmeiras se impôs do primeiro ao último minutos.

O conjunto esteve fortíssimo.

Mas o poder individual de Estêvão foi fundamental, com dribles, tabelas.

E dois gols, que anteciparam a vitória palmeirense.

“Vocês (jornalistas) gostam muito de falar da parte individual. Ela, quando se insere no espírito coletivo da equipe. Vocês viram ele dando um carrinho para ajudar o Rocha defender. Por isso, pagaram 60 milhões (de euros) por ele. É o que diz o Guardiola: ‘sou tão bom quanto tão bons são os jogadores que estão comigo’.

“Sou felizardo por ter o Estêvão e desfrutar dele, como disse, e depois quem sabe num lado qualquer ter a oportunidade ser treinador dele.”

Abel segue muito esperto.

Não detalha o seu trabalho tático.

Ele conseguiu dar estabilidade à defesa, com a força física de Martínez e Richard Ríos.

Além da ótima estreia de Micael na zaga, ao lado de Murilo.

Gustavo Gómez tenta se recuperar de estiramento na coxa.

Maurício não voltará mais neste campeonato, depois de operar o ombro direito.

Já Vitor Roque começará a treinar nesta semana.

E em contato telefônico com Abel Ferreira, já garantiu que pode jogar.

Está em grande momento físico.

Estava atuando no Bétis, quando o Barcelona o vendeu.

Abel vai avaliá-lo com calma.

O foco é prepará-lo para os eventuais jogos finais do Paulista.

Logo depois da vitória do Palmeiras, Leila Pereira usou as suas redes sociais novamente.

E em vez de ironizar a torcida, como fez quando o Palmeiras se classificou para as quartas, ela se incluiu.

“Estamos mais calmos”, escreveu.

Desta vez acertou.

O torcedor palmeirense tem motivos para ficar mais calmo.

O time voltou a jogar o que pode.

E tem, finalmente, depois de três anos de espera, um grande artilheiro.

“O Vitor Roque precisa do Palmeiras.

“E o Palmeiras precisa de Vitor Roque.”

Abel Ferreira foi certeiro.

O casamento tem tudo para ser muito feliz...