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Adilson readmitido. R$ 800 milhões em dívidas. Triste Cruzeiro

Em um episódio patético, a demissão de Adilson Batista, por seu fraco trabalho, foi anulada. O treinador exigiu sua multa. E diretoria voltou atrás

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A contratação de Adilson Batista já foi demonstração de desespero
A contratação de Adilson Batista já foi demonstração de desespero A contratação de Adilson Batista já foi demonstração de desespero

São Paulo, Brasil

Cenas absurdas.

Até para um clube bicampeão da Libertadores, que se vê rebaixado pela primeira vez na sua história.

O Cruzeiro já eliminou toda uma diretoria com problemas até com a Polícia Federal.

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Uma direção emergencial assumiu o clube.

Só que ele segue sem rumo.

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No final de 2019, com o time tendo uma mínima chance de sobreviver na Série A, contratou o treinador que havia sido demitido do Ceará, que lutava para escapar da segunda divisão.

Treinador que conseguiu ficar 13 partidas no time nordestino.

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Dirigentes levaram em conta ele ter sido um excelente jogador, capitão cruzeirense no passado. 

Mas treinador instável, acumulando trabalhos fracos, decepcionantes.

Com direito a três anos afastado do futebol, depois de ser mandado embora do humilde Joinville, em 2015.

Adilson Batista é um homem honesto, de personalidade forte, mas que, como treinador, tem deixado a desejar. Há muito tempo.

Ele tem quatro títulos na carreira. Um campeonato potiguar, um catarinense e dois mineiros. Só venceu estadual.

O último foi em 2009, com o Cruzeiro.

Só que ele acumulava seis rebaixamentos.

Conseguiu o sétimo, na Toca da Raposa.

Dez anos depois, tinha três partidas para tentar o milagre de tirar o clube da segunda divisão.

Com Adilson, dos nove pontos, o clube não conseguiu sequer um.

Foram três derrotas de uma equipe perdida taticamente, sem personalidade, atitude, vibração.

Rebaixamento inédito.

A primeira declaração do treinador rebaixado foi pedir para seguir no Cruzeiro.

E os dirigentes aceitaram.

Deixaram nas suas mãos a reformulação do elenco.

Ele viu os jogadores mais caros irem embora.

Escolheu alguns jovens e os atletas medianos que os dirigentes conseguiram.

Adilson foi coerente.

Seguiu fazendo um trabalho tão ruim como no ano passado.

E veio a derrota no clássico para o Atlético, no Mineiro.

Com ela, no domingo, todas as humilhações do maior rival.

Mesmo assim, a diretoria, perdida, seguiu no apoio inexplicável ao treinador.

Até que, humilhação maior, a derrota para o CRB, por 2 a 0, Copa do Brasil, em pleno Mineirão.

O CRB não teve trabalho para vencer o Cruzeiro. Vexame
O CRB não teve trabalho para vencer o Cruzeiro. Vexame O CRB não teve trabalho para vencer o Cruzeiro. Vexame

O time já havia sobrevivido na competição nacional graças a dois empates. O primeiro diante do São Raimundo, em Roraima. E diante do Boa Esporte, em Varginha, quando venceu nos pênaltis.

Mas a derrota diante do fraco time alagoano foi demais.

Era como se não tivesse limite a vergonha que os torcedores cruzeirenses tivessem de passar.

E no início da manhã, jornalistas ligaram para os dirigentes do clube.

Com eles, a confirmação.

Adilson Batista estava demitido.

Capa de todos portais, um dos assuntos principais dos programas esportivos.

Não pelo técnico, lógico.

Mas pelo bicampeão da Libertadores, o Cruzeiro.

Mas a assessoria do treinador tratou de deixar mais constrangedora a situação.

Ninguém do Cruzeiro avisou Adilson Batista que ele estava demitido.

E ele iria trabalhar normalmente hoje à tarde.

Enquanto o treinador ia para a Toca da Raposa ser demitido pessoalmente, o clube discutia seu sucessor.

Guto Ferreira, especialista em Série B, tinha grande chance de ser escolhido.

Houve quem tivesse coragem de propor o nome de Rogério Ceni, sabotado no clube pelos jogadores, que garantiram o rebaixamento.

A dívida do Cruzeiro passa dos R$ 800 milhões.

O clube está rachado politicamente.

A atual diretoria improvisada mostra estar sem rumo. 

Bicampeão da Libertadores. Clube gigante. A humilhação não termina
Bicampeão da Libertadores. Clube gigante. A humilhação não termina Bicampeão da Libertadores. Clube gigante. A humilhação não termina

Emílio Brandi e Sérgio Santos Rodrigues são candidatos à presidência.

E seus apoiadores dividem o clube.

Os cruzeirenses não mereciam tanta humilhação.

Gestores incompetentes conseguiram.

Derrubaram um gigante.

Que não é favorito nem para deixar a segunda divisão...

Empresário amigo bancou a permanência do técnico. Apesar dos vexames
Empresário amigo bancou a permanência do técnico. Apesar dos vexames Empresário amigo bancou a permanência do técnico. Apesar dos vexames

Essa foi a matéria, escrita às 15 horas. Mas às 15h50, o conselho emergencial que comanda o clube, o Núcleo Dirigente Transitório, decidiu voltar atrás.

Diante da exigência da multa pelo treinador e da palavra empenhada por Pedro Lourenço, conselheiro e patrocinador do clube, a decisão de mandar Adilson Batista embora, por comprovada incompetência, passou a não valer.

Até porque não foi oficial.

O clube não chegou a assumir publicamente a dispensa.

Pela força de Pedrinho, como o empresário é conhecido, e por seu apoio econômico, o Cruzeiro mantém Adilson.

O técnico é amigo particular do dono dos Supermercados BH.

A situação foi bizarra.

O país todo noticiou a demissão de Adilson.

Jornalistas de Belo Horizonte, que deram a notícia em primeira mão, garantem que a maioria do conselho emergencial queria a demissão sumária do técnico.

Mas os sete outros membros do Núcleo Dirigente Transitório não têm o dinheiro de Pedrinho.

E na situação lastimável financeiramente, o dono da rede de supermercados é mais importante do que todo.

Pela amizade que mantém com Adilson, o treinador ficou.

Mas há a certeza na imprensa mineira que será por pouco tempo.

O futebol do Cruzeiro é fraquíssimo.

Desde que Adilson assumiu, só piorou...

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