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Com MP e Gaeco, Internacional dá lição ao São Paulo

Denúncias envolvendo o ex-presidente do Inter, Piffero foram investigadas a fundo pelo MP e Gaeco. São Paulo não fez o mesmo com Aidar

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Carlos Miguel Aidar renunciou. Mesmo com denúncias, nada de MP ou Gaeco
Carlos Miguel Aidar renunciou. Mesmo com denúncias, nada de MP ou Gaeco Carlos Miguel Aidar renunciou. Mesmo com denúncias, nada de MP ou Gaeco

São Paulo, Brasil

"O que acontece no São Paulo é resolvido internamente."

"No São Paulo."

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Estas foram as frases mais repetidas pelo inseguro Carlos Augusto Bastos e Silva, quando assumiu interinamente a presidência do clube. 

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Em 2015.

O inseguro Leco, assumia o cargo depois da barulhenta renúncia de Carlos Miguel Aidar.

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O então presidente estava cercado de denúncias sobre irregularidades. Transações mal explicadas com jogadores, como Maidana, o estranho acordo envolvendo Under Armour, comissão para a namorada Cinira Maturana, em negociações com atletas.

Cinira chegou a representar o São Paulo na tentativa de venda de Rodrigo Caio ao Atlético de Madri. Foi até a Espanha com o zagueiro.

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E ganharia comissão caso a negociação desse certo.

"Fiquei muito surpreso. Imaginava que algum dirigente iria. Que fosse presidente, vice-presidente, diretor... Era uma negociação muito alta, que poderia ajudar muito ao clube e não aconteceu. Faltou daquela diretoria alguém viajar comigo. Acredito que seria o Gustavo (Oliveira), mas ele tinha acabado de sair do clube (pediu demissão e voltou em outubro). Tive uma surpresa muito grande quando encontrei a Cinira lá...", confessou Rodrigo Caio.

A transação não foi fechada.

Este blog conseguiu publicar o e-mail mais cobiçado, que elucidou o quanto era complicada a gestão Aidar. O responsável pelo futebol, na época, Ataíde Gil Guerreiro, mandava para o advogado Antônio Mariz de Oliveira. 

Mariz era amigo íntimo dos dois.

O caso é histório e gravíssimo.

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Vale a pena relembrar o teor do e-mail.

"Carlos Miguel

A sua conduta na Presidência do SPFC não tem a postura que eu esperava de um líder. Todas as vezes que você assumiu a responsabilidade pela negociação de atleta, isolando a área de futebol, ficava uma suspeita de algo errado, foi assim no Douglas, Wesley, Denilson, acreditando em você não investiguei a fundo. Agora porém você exagerou na contratação do Yago, não tem como justificar, os fatos foram grosseiros, prova do sentido de impunidade.

Tudo isto ficaria sem comprovação, mas quando você me ofereceu repartir a comissão na contratação do Gustavo da Portuguesa, primeiro a sós e depois na frente da Cinira, vi que vocês dois estavam realmente lesando os interesses do clube. Para tratar com desleais só mesmo usando das mesmas armas.

Fui sábado com um gravador e consegui que você me dissesse em sequência, tudo limpamente gravado:

1- Descrevesse como você receberia o dinheiro da comissão na contratação do atleta e você ainda destaca que me entregaria em dinheiro circulante e nenhum de nos correria qualquer risco.

2- Mais grave ainda, quando lhe mostrei os dados sobre um possível contrato entre a TML e a Under Armour, você com a maior “cara de pau” diz que de fato tentou a comissão indevida mas que o contrato não foi assinado, logo você confessa corrupção que apenas não se consumou contra sua vontade.

3- Quando abordei a Far East, você negou que participa mas denunciou como cabeça de uma operação fraudulenta o Douglas.

4- Você menciona em detalhes que o Douglas perdeu a noção do perigo e pede comissão em todas as operações.

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Carlos Miguel, não quero ver o SPFC envolvido em mais escândalos, mas não pode continuar sendo presidido por você com todas os problemas que você confessa na gravação com a maior simplicidade, como se seus atos fossem lícitos e normais.

O Antônio Cláudio me aconselhou a não entregar as provas para a CPI do Futebol, mas que as libere ao presidente do Conselho Deliberativo. O escândalo será iminente e prejudicará o SPFC, a sua imagem pessoal e será devastador também ao seu escritório de advocacia.

Não esqueça que a CPI Futebol tem poderes para confirmar se a Under Armour Brasil pagou a TML e como a sede da empresa mãe fica nos Estados Unidos, poderá implicar em problemas graves para a multinacional. Me parece que, em face dos fatos, só resta a você renunciar.

Só quero que o SPFC seja decente, imagem que você maculou e se continuar à frente do clube a cada dia será pior, o que você fala do Douglas na gravação vale para você : “perdeu o temor da impunidade”. O Antônio Cláudio está copiado, por ser nosso amigo comum, sério e interessado no saneamento da administração do SPFC.

ATAÍDE GIL GUERREIRO"

Diante do que foi publicado aqui no R7 e, cuja veracidade foi confirmada por Ataíde, Aidar não teve outra saída a não ser renunciar.

Vitorio Piffero. Ministério Público e Gaeco investigam sua gestão
Vitorio Piffero. Ministério Público e Gaeco investigam sua gestão Vitorio Piffero. Ministério Público e Gaeco investigam sua gestão

Mas por que não aconteceu como no Internacional, no qual o Ministério Público foi chamado para investigar a fundo a gestão Vitório Piffero?

E que culminou com a acusação de gestão temerária e intervenção até do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado?

Com Piffero e dirigentes do clube no seu mandato acusados de 'associação criminosa'?

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Por um motivo muito simples.

O Internacional abriu suas portas para a investigação do Ministério Público.

O São Paulo, não.

E nem era obrigado.

É um clube particular e as decisões são suas.

Mesmo envolvendo supostos prejuízos do clube.

Mas justiça seja feita.

O inseguro Leco não conseguiu abafar as denúncias envolvendo Aidar sozinho.

O Conselho Deliberativo tem total responsabilidade.

No Internacional houve a pressão de conselheiros para que todas as decisões envolvendo Piffero fossem investigadas. E por profissionais capacitados, especializados, como o Ministério Público e o Gaeco. O clube abriu todas as suas contas, seus intestinos, sem medo.

No São Paulo, a opção foi se livrar de tudo relacionado a Aidar.

Maidana, Under Armour, Ataíde Gil Guerreiro, Cinira Maturana...

A estranha desistência da Far East, empresa que intermediou a vinda da Under Armour, e teria direito a R$ 18 milhões de comissão. Mas não quis receber, depois da denúncia do altíssimo valor.

Houve uma ameaça de 18 conselheiros da oposição de procurar o Ministério Público.

Mas a ameaça, pelo menos, até agora, não se efetivou.

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Aidar chegou até a ironizar essa tentativa.

Como se já passasse de bravata.

"Eu acho ótimo que peçam ao Ministério Público, a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Guarda Municipal e a quem mais eles quiserem. Eu quero mais é que esse assunto seja resolvido logo. Aí eu vou processar todos que me deram dor de cabeça e que me detrataram, sem exceção. Dizem que a vingança é um prato que se come frio, pois é isso que vou fazer", avisou.

E nem precisou se vingar.

Nada aconteceu, apesar de alguns conselheiros jurarem que a investigação acontece.

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O que é muito estranho.

Já se passaram três anos.

Na prática, há a realidade.

Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro foram expulsos do Conselho Deliberativo do clube.

E a vida seguiu.

O Internacional optou pela transparência total e absoluta.

Pública.

Ninguém poderá acusar Aidar de absolutamente nada.

Não há como saber se suas negociações foram prejudiciais ao São Paulo.

E quanto custaram ao clube.

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Por opção da direção de sua diretoria.

Sem investigação a fundo, ficará a desconfiança eterna.

Tantas foram as denúncias feitas até por Ataíde.

Além do fato de que ninguém renuncia à presidência de um grande clube.

Não à toa.

As acusações do homem forte do futebol foram fortes demais.

E Ataíde não foi processado por Aidar.

Só resta constatar o quanto é chocante a diferença de postura do Internacional e do São Paulo, diante de acusações a dois presidentes.

Qualquer entidade particular decide seu destino.

A maneira de agir.

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Ou repetir como fez o inseguro Leco.

"O que acontece no São Paulo é resolvido internamente.

"No São Paulo..."

Apesar de ser companheiro de décadas de Juvenal Juvêncio, o histórico ex-presidente jamais apoiou o inseguro Leco como candidato à presidente.

Jamais...

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