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Japão anuncia' datas' da Olimpíada em 2021. Se o coronavírus permitir

Patrocinadores bilionários, redes de TV e investidores exigiam que os Jogos de Tóquio tivessem nova data. Se a pandemia acabar, será entre julho e agosto

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Primeiro ministro do Japão, Shinzō Abe, teve de anunciar uma 'nova' data
Primeiro ministro do Japão, Shinzō Abe, teve de anunciar uma 'nova' data

São Paulo, Brasil

Encurralados, o Comitê Olímpico Internacional e o governo do Japão fizeram uma aposta alta.

Que a pandemia do coronavírus vai ceder.

Em três meses, o mundo voltará ao normal.


Os atletas poderão retornar aos treinos.

Em um ano, todas as seletivas serão completadas para a Olimpíada de Tóquio.


O otimismo foi responsável até para as novas datas dos Jogos que deveriam acontecer entre julho e agosto deste ano. 

Mas passaram para 23 de julho e 8 de agosto de 2021.


A competição foi adiada oficialmente há seis dias, quando o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, e o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, não tiveram saída. Tentaram ao máximo esperar a pandemia ceder, mas ela só piorou.

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A pressa em anunciar uma nova data foi muito além das competições.

Os bilionários patrocinadores do COI e da Olimpíada: Coca Cola, Airbnd, Alibaba, Atos, Bridgestone, Dow, G&E, Intel, Omega, Panasonic, P&G, Samsung, Toyota, e Visa queriam a definição. Aceitavam manter os bilhões de dólares investidos desde que a competição acontecesse em um ano.

Assim como as grandes redes de televisão que conseguiram o direito de transmissão da Olimpíada avisaram. Ou ela aconteceria dentro de um ano ou os contratos seriam anulados.

As redes hoteleiras e as companhias aéreas, responsáveis pela hospedagem e transporte de 400 mil turistas, que compraram pacotes para os jogos, também aceitaram manter em 2021, para o que foi combinado para este ano.

Dois milhões de ingressos para todas as competições já foram vendidos.

O Japão já estava travado economicamente antes do surto do coronavírus. E precisava da Olimpíada não só pelo lucro, mas para resgatar a imagem do país e buscar investidores. Por isso lutou bravamente para que a competição não fosse anulada e o COI não passasse a focar no Jogos de 2024, em Paris.

A Organização Mundial de Saúde se nega a fazer qualquer previsão sobre o final da pandemia do coronavírus.

Alguns epidemiologistas que lidaram, por exemplo, com Sars-CoV-2, acreditam que a pandemia acabará em junho, como o conselheiro sênior de Saúde da China, Zhong Nanshan.

Coronavírus impediu Seletiva de Natação do Brasil para a Olimpíada do Japão
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Ele foi um dos maiores responsáveis pelo fim da epidemia da Síndrome Aguda Respiratória Grave (Sars), entre 2003 e 2004.

Zhong aposta principalmente no isolamento que conterá a transmissão. Na higienização. E na aposta que, sem propagação, o vírus desaparecerá, assim como surgiu.

Como aconteceu com o Sars.

Só que não há certeza absoluta.

Houve oito mil casos da doença no mundo, principalmente na Ásia. E oitocentas mortes

A Organização Mundial da Saúde mostra.

Em todo o planeta já são 735 mil infectados.

O pico da pandemia ainda está distante, acredita a maioria dos epidemiologistas.

O Comitê Organizador da Olimpíada do Japão suspendeu 32 licitações e obras que aconteciam para os Jogos.

Até aluguel de barcos foi cancelado.

Por conta do coronavírus.

Pressionado, Bach teve de anunciar as 'novas datas' dos Jogos Olímpicos
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Portanto, não há a menor garantia de que um ano será suficiente para tudo voltar ao normal, e a Olimpíada acontecer.

Infelizmente.

Ao anunciar nova datas, COI e Japão apenas acalmam patrocinadores, investidores, redes de televisão, turistas, Federações, atletas e a população japonesa.

Mas a realidade é chocante.

Não há certeza alguma sobre o fim da pandemia.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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