Os protestos que mobilizam o País e, nesta quarta-feira (19), chegaram até ao interior do estádio Castelão, palco da vitória brasileira sobre o México, pela segunda rodada da Copa das Confederações, não fazem parte do campo de visão do narrador global Galvão Bueno.
Durante a enxurrada de jargões que mais uma vez dominou sua transmissão, Galvão ignorou os cartazes dos manifestantes que se misturaram às bandeiras brasileiras e às camisas verde e amarelas nas arquibancadas do Castelão. Ao invés de citar o fato, o narrador preferiu exaltar o comportamento (exemplar, é verdade) do público na hora da execução do hino nacional.
Com a bola rolando, não faltaram os tradicionais jargões ("o jogo quando é bom o tempo passa rápido") e as perguntas sem sentido, como no momento em que Neymar fintou um adversário ao dominar a bola com o peito.
— Casagrande, ele dominou a bola no peito daquele jeito de propósito?
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O camisa 10 do Brasil, aliás, foi o escolhido da vez para receber os elogios de Galvão. Após o golaço marcado por Neymar, todos os lances em que o craque se envolvia eram citados por Galvão, que chegou a fazer uma leitura labial do ex-santista quando ele se preparava para bater uma falta.
— Ele disse: vai lá, vai lá.
Galvão ainda cheogu a 'se preocupar' com o lateral Marcelo, que joga pelo Real Madrid e será adversário de Neymar na próxima Liga Espanhola.
— Esse deve estar preocupado. Joga no Real Madrid.
No segundo tempo, o futebol do Brasil caiu, mas o nível de besteirol de Galvão continuou em alta. O narrador passou mais de um minuto debatendo sobre o nome de um passarinho que estava no campo de jogo. Depois de muito debater (consigo mesmo) noticiou que não se tratava de um quero-quero, e sim de uma viuvinha. Informação valiosa, não acham?