Um ótimo empate da Juventus e uma vitória excelente do Barcelona
No sufoco a "Senhora" arrancou um placar de 1 X 1 ao Ajax, em Amsterdam. E o time "Blaugrana", visitante, superou o Manchester United por 1 X 0.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Dois grande clássicos do Continente completaram, neste dia 10 de Abril, a rodada de abertura dos mata-matas das quartas-de-final da Champions League de 2018/19. Dois clássicos que, no passado, inclusive já decidiram o título de campeão. Em ambos ocorreram resultados que, pelos gols definidos em viagem, devem beneficiar, na data de volta, os visitantes de agora.
A Johan Cruijff Arena de Amsterdam, Holanda, abrigou o prélio Ajax X Juventus de Turim, placar de 1 X 1. Em Old Trafford, na região noroeste da Inglaterra, o Barcelona superou o Manchester United por 1 X 0. Os respectivos prélios de retorno estão programados para a terça-feira, dia 16. Além, claro, de uma vitória, “Velha Senhora” se qualificará se preservar o 0 X 0. No seu Camp Nou, o clube “Blaugrana” também necessitará de um simples empate.
Estes mata-matas integram a edição de número 64 da CL, a 27ª desde a temporada de 1992/93, a última em que se chamou European Champions Cup. Inaugurada em 26 do Junho passado, com 79 equipes das 55 nações afiliadas à UEFA, a competição agora atingiu o total de 207 prélios, nos quais se anotaram 543 tentos, a média, digamos, razoável, de 2,62.
A partir dos grupos, o creme-do-creme em ação, em 116 pelejas houve 333 gols e a média de 2,87. Exatos 5.602.759 espectadores testemunharam esses 116 combates, a média ótima de 48.299 por cotejo. Definidos os sobreviventes dos mata-matas das quartas, as semifinais se desenrolarão de 30 de Abril até 8 de Maio. Daí, a decisão, como de costume na CL, se desenvolverá num só combate, dia 1º de Junho, no Wanda Metropolitano de Madrid.
Eis uma síntese dos jogos desta quarta, 10 de Abril:
AJAX 1 X 1 JUVENTUS
Johan Cruijff Arena, Amsterdam, 50.390 espectadores
(David Neres X Cristiano Ronaldo)
Pela vida pregressa do confronto, era dificílimo imaginar de que maneira terminaria este desafio. Os nederlandeses carregavam uma invencibilidade de 10 partidas diante de visitantes em geral. Maravilha. De todo modo, nos 12 cotejos anteriores entre as duas agremiações, a Juve acumulava 6 triunfos a 2, com 15 tentos a 9. Ainda, coube aos “Filhos dos Deuses” e à “Senhora” decidirem a CL de 1996, 1 X 1 no tempo normal, 4 X 2 em favor da Juventus no bingo dos penais. Hepta na Bota, a “Zebra” ascendeu a esta CL através da porta da frente, já nos grupos. Enquanto isso, o Ajax do treinador Erik ten Hag brilhou como o único dos 79 clubes desta edição que chegou às quartas depois de passar pelo risco e pelo transtorno das eliminatórias.
Massimiliano Allegri, o “mister” da Juve, se debateu com dois problemas de escalação, contundidos o seu capitão Giorgio Chiellini e o protetor de zaga Emre Can. O Ajax, por sua vez, usou e abusou da juventude dos seus atletas mas centralizou em demasia as sua ações no experiente sérvio Dusan Tadic, 30 de idade, artilheiro com 3 tentos nas eliminatórias e 6 desde a fase de grupos. Pressionou a “Senhora” aos limites do sufoco e a ponto de Mandzukic e Cristiano Ronaldo auxiliarem a sua defesa. Então, aos 45’, Bentancur puxou um contra-ataque implacável, bola ao lusitano João Cancelo no flanco destro, o cruzamento e a testada fatal do CR7, tudo isso em dez segundos.
Pois também em dez segundos, imediatamente no início do tempo derradeiro o Ajax produziu o empate, 1 X 1, uma barbeiragem de Cancelo, o desfrute de David Neres, ex-São Paulo, e um tiro cruzado que entrou no cantinho oposto de Szczesny. Impressionante a vibração do time de ten Hagen, capaz de acuar uma “Zebra” assustada nas imediações da sua meia-lua. E incrível, mesmo, a performance de Neres na temporada até então: 44 cotejos, 12 tentos e 15 assistências. Apenas aos 75’ o estonteado Allegri tentou recuperar um mínimo de controle no meio-campo e trocou Blaise Matuidi por Paulo Dybala. Nada, nada, contudo, se engrenava na “Senhora”, literalmente perdida e perplexa. Milagres do arqueiro polonês garantiram a “salvezza” da Juve.
MANCHESTER UNITED 0 X 1 BARCELONA
Old Trafford, 74.093 espectadores
(X Luke Shaw/contra)
Mesmo visitante, no restrospecto, o time “Blaugrana” de Ernesto Valverde merecia as apostas dos especuladores. Estava invicto, 5 vitórias e 3 empates em 8 jogos, 19 gols a 6. O elenco dos “Red Devils” de Ole Gunnar Solskjaer, no mesmo número de pelejas, exibia um cartel pior, de 4 triunfos e 3 derrotas, 10 tentos a 7. Em suas 11 partidas anteriores na Europa o também ostentava alguma folga, ainda que pequenina, 4 vitórias a 3, com 20 gols a 15. E ainda havia a comparação nas pugnas que valiam a taça. United 2 X 1 em 1991. O Barça 2 X 0 em 2009 e 3 X 1 em 2011. E os fatores campo-e-torcida?
Funcionaram com a eficiência indispensável só até os 12’ quando Leo Messi cobrou um escanteio e, na cabeçada, Luisito Suárez dividiu com Luke Shaw, 1 X 0, um tento que o mediador Gianluca Rocchi, da Itália, atribuiu como um auto-gol. Depois desse infortúnio, os “Red Devils” tentaram e retentaram a reviravolta no placar. Inclusive com a marcação impecável, num revezamento às vezes cruel de infrações, sobre Suárez e Messi. O nariz do capitão dos catalães inclusive chegou a sangrar depois de um choque menos delicado com o cotovelo de Smalling. Mas, o placar não se alterou até o apito final.
Resumo dos jogos da terça, 9 de Abril:
LIVERPOOL 2 X 0 PORTO
Anfield Road, Liverpool, 51.074 espectadores
(Keita, Firmino)
O “Dragão” continua sem qualquer vitória depois de 19 visitas frustradas aos domínios de São Jorge, o padroeiro dos britânicos. Teoricamente inviável, a missão do elenco voluntarioso de Sérgio Conceição confirmou ser, mesmo, complicadíssima, em meros 26’ de pressão constante dos “Reds” de Juergen Klopp. E parece impossível a reversão desse quadro diante de um esquadrão com uma larga vantagem nas estatísticas: 7 pugnas, 3 empates e 4 triunfos dos “Reds”. Na volta, dia 17, o Porto precisará ganhar por 3 X 0.
TOTTENHAM 1 X 0 MANCHESTER CITY
Tottenham Hotspur Stadium, 62.062 espectadores
(Son)
Sérgio Aguero, artilheiro-mór do time de Pep Guardiola, amargou um penal espetacularmente defendido por Hugo Lloris. E, do outro lado, Harry Kane, o artilheiro-mór do time de Maurício Pochettino, sofreu uma complexa lesão de tornozelo que provavelmente impedirá a sua presença na volta do dia 17. Salvou os “Spurs” o tento nascido de uma jogada estranha do coreano Heung-Min Son aos 78’, uma pelota que, antes do gol, pererecou sobre a linha de fundo mas não saiu, conforme atestou o exame do VAR.
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