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O divertidíssimo momento em que ajudei Jô Soares a escrever um livro

Era para ser um segredo o modo como colaborei em "O Homem que Matou Getúlio Vargas". Passei todas as informações a respeito da gastronomia do Oriente Express. Mas minha mãe não sabia...

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti


Jô Soares
Jô Soares

Foi num domingo, o 5 de junho de 1997, meio da noite. Eu recordo a data, perfeitamente, porque o telefonema me pegou no momento em que eu comemorava, diante da TV, o gol que daria ao Corinthians o título do Paulista daquele ano. Não sei qual dos meus filhos atendeu e, com um certo pasmo, me sussurou: “Pai, diz que é o Jô”. Logo, no reflexo, imaginei um trote. Eu já estivera no programa do Jô Soares várias vezes, como entrevistado, por causa de meus livros, no SBT e na Rede Globo. Mas quem me ligava era sempre alguém da sua produção. Sim, sem dúvida, um trote.

A capa do livro
A capa do livro

Um tanto mal-humorado, eu me dirigi ao aparelho, que ficava ao lado da TV, e imediatamente reconheci a voz, que me pediria um curioso e fascinante favor. Disse-me o Jô que estava nos prolegômenos das pesquisas de um romance inusitado: um cidadão da Bósnia, um terrorista aloprado que nascera com dois indicadores em cada mão, depois de uma infinidade de peripécias, seria o assassino do presidente Getúlio Vargas. Sim, Getúlio não teria se suicidado, mas fora morto pelo bósnio durante um doido entrevero no Palácio do Catete. Fiquei tão fascinado pelo enredo que me esqueci completamente do futebol.

O livro de Jô
O livro de Jô

E que favor o Jô desejava que eu lhe fizesse? Numa das tais peripécias, o terrorista faz uma viagem pela Europa no famoso comboio ferroviário chamado Orient Express e lá conhece Mata Hari, a dançarina-espiã, e no desejo de seduzi-la a convida para jantar no restaurante do trem. Conseguiria eu o máximo de detalhes sobre o que se comia e como se preparavam as refeições no Orient Express? Claro que sim, prometi. E, em dois dias, via fax, lhe remeti algumas laudas com as informações, que, ao ler “O Homem que Matou Getúlio Vargas”, lá estavam, com o humor do Jô. Devidamente muito bem aproveitadas.

Jô Soares
Jô Soares

Importante: sei lá por que razão eu pedi ao Jô que não revelasse ter sido eu o fornecedor daquelas infos. E ele cumpriu o acordo. Tempos depois, numa das entrevistas que prestei, em que até cozinhei uma macarronada, fui aos estúdios da Globo com minha então mulher, a Vivian, e com minha mãe, a Helena. Apresentei as duas a ele e, no meio da conversa comigo, Jô fez questão de brincar com a Mamma, na platéia: perguntou se ela havia lido algum dos seus livros, e ela, automaticamente, sem saber do meu trato com ele, falou de “O Homem...”, porque inclusive tivera a minha colaboração. Pois embasbacado o Jô me olhou, eu também impactado. Ele, porém, se safou: “Mãe que é mãe desvenda até os segredos íntimos do filho”. Espero que se cruzem, o Jô e a Mamma, lá no Céu...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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