Principal candidata a impedir que a Juventus de Turim conquiste, nesta temporada de 2020/2021, o absurdo do seu décimo “scudetto” consecutivo, a Internazionale de Milão apenas fará a sua estreia, no Campeonato Italiano, em visita ao Benevento, recém-promovido da Série B, no próximo dia 30 de Setembro. Outras duas significativas rivais de plantão, a Lazio de Roma e a Atalanta de Bérgamo, se confrontarão diretamente no mesmo dia 30. O Milan, titubeante já faz uma década e, contudo, agora reforçado, hospedará o Bologna nesta segunda-feira, dia 21. Assim, dos supostos melhores da Velha Bota, coube ao Napoli e à “Vecchia Signora” protagonizarem, praticamente sós, neste domingo, dia 20, a primeira das 38 “giornate” do longo certame.
No seu Allianz Stadium da capital do Piemonte, diante da Sampdoria de Gênova, também foi a primeira partida do antigo volante Andrea Pirlo como treinador da “Zebra”. E mesmo com o apoio de meros mil convidados nas suas tribunas capazes de abrigar 41.057 pessoas, conseqüência da Covid-19, a Juventus abriu a sua participação, na 89ª edição da história do torneio em turno e returno, com um favoritismo absoluto. Desde o seu duelo inaugural, um triunfo por 2 X 1 em 5 de Janeiro de 1947, em 124 jogos ostentava 61 vitórias a 26. Como mandante, bem melhor, em 62 prélios, 38 sucessos a 3. Aliás, não tombava na sua casa desde 6 de Janeiro de 2013, então o placar de 1 X 2. Prevaleceram a tradição e a lógica, tranquilos 3 X 0 para a Juve.
AndreaPirlo principiou conforme tinha anunciado, o sistema ao estilo que preferia nos seus idos de volante, o 3-5-2. A sua “Signora” mandou no duelo desde o apito inicial de Marco Piccinini. E surgiu naturalmente o gol do 1 X 0, e surgiu rápido, no 13º minuto da carreira do sueco Dejan Kulusevski no uniforme da “Zebra”. Com uma enorme, contagiante disposição, em dois lances Cristiano Ronaldo já havia tentado se infiltrar na dura retranca montada por Claudio Ranieri. Então, ao batalhar com dois zagueiros, a pelota sobrou, rebatida, bem na entrada da grande área de Audero. O Kulu pegou de canhota, e categorica, conscientemente, acertou o canto oposto da meta.
A Juve não parou de pressionar. Aos 22’ o CR7 fulminou o travessão de Audero. Aos 34’, num arremate da região da meia-lua, por milímetros não duplicou o resultado. Os dois times, no entanto, rumaram ao vestiário com apenas 1 X 0 em favor da “Signora”. Claudio Ranieri aproveitou o intervalo para mudar de idéia, desarrumar sua retranca e investir no tudo-ou-nada. Colocou em ação o veterano artilheiro Quagliarella e o uruguaio Gastón Ramírez, um meio-campista ofensivo. Preocupou. Principalmente por causa da insistência da Juve em desperdiçar as chances de aumentar a sua vantagem. Um abuso nos tentos perdidos, às vezes, inclusive, cara-a-cara com Audero.
O alívio do presidente Andrea Agnelli, nas tribunas, sem máscara, despontaria aos 78’, graças ao oportunismo de Bonucci, um zagueiro, livre na área pequena, desfrute da confusão de um escanteio. Daí, aos 88’, merecidamente, ao receber um passe precioso de Ramsey, o CR7 cravou o seu justo registro no prélio e coroou uma atuação de fato excelente. Invadiu o espaço que seria de Audero e tocou à sua saída, no canto oposto, 3 X 0. Andrea Pirlo, o xará do presidente, não poderia iniciar melhor a sua aventura como treinador. Não somente pelo placar. Mas, porque a sua “Signora” exibiu um futebol fluente, insidioso, como nos idos de Antonio Conte e de Massimiliano Allegri, os responsáveis pelos oito títulos antes do desembarque de Maurizio Sarri, incapaz de construir um mínimo sistema, apesar do seu eneacampeonato.
O “Burro” da Terra da Pizza havia subido ao gramado, no Ennio Tardini da Terra do Parmesão e do Presunto, muito mais cedo, 7h30 aqui no Brasil, para desafiar o Parma. Tranquilo placar de 2 X 0, tentos de Mertens e de Insigne. A propósito, além da TV paga, a jornada ainda marcou a volta do "Calcio", pela Rede Band, à TV aberta do País. Divulgada a informação, eu recebi, durante toda a semana, trocentíssimas mensagens de antigos fãs que lastimavam não saber se o fato paralelamente representaria a minha possível reaparição no microfone de comentários. Alguns, super-exagerados, chegaram a afirmar que, sem mim, o “Calcio” não tem graça. Menos, menos, por favor...
Claro que me sinto agradecido, mesmo por esse tipo de carinho desordenado. Fui, de fato, uma das vozes do Futebol Italiano, por uma década na Band, por três anos na ex-Manchete e na Record, e por mais outra década na ESPN. E sou consciente, sem a menor vaidade, de que deixei as digitais eternizadas. Mas, tudo muda na vida. E eu hoje me alegro por dispor deste espaço no qual posso desejar a mesma sorte a amigos como o Oliveira “Zorro” Andrade e o Neto; a um brilhante jovem colega como o Rafael Oliveira, com quem resvalei na ESPN; e ao Edu Marques, ao Bernardo Mendes, ao Ivan Bruno e ao Paulo Massini, a quem ainda não tive o privilégio de conhecer. Cubram-se de glórias e apenas não ousem tratar a minhA Juventus de O Juventus, nem rebatizar de Djuventus ou coisa parecida. Outros escorregões eu juro que perdoarei.
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