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Silvio Lancellotti - Blogs

Tóquio, Dia 3 - Rayssa, do Skate, a mais jovem medalhista  do Brasil

E também a mais jovem atleta do País a participar dos Jogos desde 1920. Com 13 anos e 203 dias, ela, apelidada "Fadinha", apenas não levou o ouro porque o juri foi carinhoso com a japonesa campeã.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Rayssa Leal
Rayssa Leal

Enquanto o Atletismo não começa, enquanto ainda não chegam as provas de Natação que podem levar ao pódio, enquanto os jogos com bola e os coletivos engatinham nas suas fases de qualificação, enquanto apenas evoluem as contendas do Iatismo e do Judô, os sonhos de medalha do assim batizado “Time Brasil” se delimitam entre alguns esportes que, habitualmente, não atraem as atenções dos não-iniciados nos seus meandros.

Tatiana Weston-Webb, traída pelo mar batido
Tatiana Weston-Webb, traída pelo mar batido

Neste 27 de Julho no Oriente, eis alguns em que houve a corrida pelo ouro no Dia 3 dos presentes Jogos de Tóquio/2020: o Triatlo e o Cross Country Mountain Bike dos homens, o Skate/Street das mulheres e o Surfe de ambos. No caso do Triatlo, sequer despontou alguma ínfima expectativa de sucesso. Na Mountain Bike, numa prova intrincada de sete voltas, por quase duas Henrique Avancini liderou, insinuou a possibilidade do triunfo e daí acabou em 13º. No Surfe, de rapazes e moças, dos quatro representantes do País apenas Tatiana Weston-Webb não se classificou. E viria do Skate, graças a Rayssa Leal, a terceira medalha do Brasil até aqui, e a segunda na modalidade em menos de 24 horas.

Manuel Messias, do Triatlo
Manuel Messias, do Triatlo

No amanhecer do Japão, ou ainda no crepúsculo do dia anterior no Ocidente, a jornada se inaugurou, no Parque Marinho de Odaiba, com o Triatlo, uma combinação de 1.500 metros de Natação, 40 quilômetros de Ciclismo de Estrada e uma corrida de outros 10 quilômetros. Dentre 51 atletas, defendeu o Brasil o cearense Manoel Messias, 24 anos, 37º no ranking. Na fase inicial, recebeu uma punição por interferência, saiu das águas no 48º posto e até tentou se recuperar. Nos pedais, fechou o percurso no 39º lugar. E findou a corrida no 28º.

Rayssa, como a "Fadinha"
Rayssa, como a "Fadinha"

Uma polêmica boba, no Skate/Street, quase ameaçou de contaminação a performance das meninas: Pamela Rosa, a “Fadinha” Rayssa Leal e a supercampeã Letícia Bufoni. Haveria uma eventual indisposição entre as três e Kelvin Hoefler, prata na prova da data anterior. Num movimento de companheirismo solidário, o skatista nascido no Guarujá/SP fez questão de comparecer à prova para apoiar e aplaudir. Mais, inclusive para aconselhar.


No Twitter de Pamela Rosa, o tornozelo lesionado
No Twitter de Pamela Rosa, o tornozelo lesionado

Lesionada, com o seu tornozelo canhoto super-inchado, Pamela se complicou logo na primeira descida, uma nota horrorosa de 1,27, a qual não teve como desprezar depois das sete chances regulamentares. A regra só autoriza três descartes, ela queimou todos e teve que torcer para falhas das adversárias e abiscoitar a vaga entre as oito finalistas. As falhas não surgiram. Eliminada. Idem Letícia, uma só nota nula mas sem somar os pontos para se classificar. A “Fadinha”, de todo modo, deslumbrante, fulguraria pela equipe toda.

Rayssa em ação
Rayssa em ação

De arrepiar a performance dessa molecota de Imperatriz, Maranhão, nascida em 4 de Janeiro de 2008, ou 13 anos e 203 dias, que arrebataria a prata, 4,64 pontos, meros 0.62 atrás da japonesa Momiji Nishiya, a quem os julgadores auxiliaram sem demonstrarem muitas preocupações com a camuflagem. E a “Fadinha” fez História duplamente. A mais jovem do Brasil a participar de qualquer edição da Olimpíada. E a mais jovem do mundo a subir ao pódio desde a italiana Luigina Giavotti, da Ginástica Artística, prata por equipes em Amsterdã, Holanda, em 1928, quando tinha impressionantes 11 anos e 301 dias, e desde Inge Sorensen, dinamarquesa da Natação, bronze em Berlim/1936 com 12 anos e 24 dias 


Rayssa aponta às tribunas, onde estava sua mãe
Rayssa aponta às tribunas, onde estava sua mãe

Demorou quase onze horas no dia 27, de 7:00 da manhã no Japão até as 16:00, a competição do Surfe na Praia de Tsurigasaki. E, para os mata-matas das oitavas de final, a Natureza contribuiu com um céu enfarruscado, nuvens de chuva no horizonte e ondas razoavelmente generosas. No entanto, o “mar batido”. Os emparceiramentos previam: Silvana Lima, 8 no ranking X Teresa Bonvalot (Portugal, 10). Tatiana Weston-Webb (5) X Amuro Tsuzuki (Japão, 15), Gabriel Medina (3) X Justin Wilson (Austrália, 8), e Ítalo Ferreira (1) X Billy Stairmand (Nova Zelândia, 18). Quem perdesse se despediria do Japão.

Silvana Lima
Silvana Lima

Equilíbrio, teoricamente, só na peleja de Silvana contra Bonvalot. A brasileira, porém, disparou. Tanto que a sua adversária chegou à tentativa decisiva necessitada de uma nota maior do que todos os seus pontos acumulados. Na sua vez, Tatiana se atrapalhou com a inconstância importuna das ondas, sempre quebradas. Não conseguiu, sumariamente, encaixar uma escolha adequada. E, atrás na contagem, se obrigou a pegar o que aparecia. Eliminada. O Brasil, que imaginava as medalhas às pamparras no Skate e no Surfe, paulatinamente desce do sonho à realidade. No Dia 3 dos Jogos de Tóquio já se pode especular que ficará distante do patamar de 20 que o COB definiu como a sua meta.


Gabriel Medina
Gabriel Medina

Dentre os marmanjos ainda faltavam as exibições de Ítalo e de Medina. Foi ultra-dramático o duelo entre Medina e o australiano Wilson, um rival de antologia, solucionado apenas na última onda. Atrás na contagem, o australiano necessitava da bagatela de 8,17 pontos para sobrepujar os 14,33 do paulista de Maresias. Difícil mas não impossível e isso a incríveis 15” do encerramento dos 30’ de tempo. Pois os julgadores demoraram mais de cinco minutos até informarem que a nota de Wilson, 6,83, fôra insuficiente para o seu resgate.

Ítalo Ferreira
Ítalo Ferreira

Ao contrário de Medina, a exibição de Ítalo, um potiguar de Baía Formosa, num show de aéreos, foi absolutamente espetacular. Ele basicamente ignorou o neo-zelandês Billy Stairmand, 14,54 X 9.67. Nas quartas de final, Silvana vai deparar com um obstáculo terrível, a norte-americana Carissa Moore, número 1 do planeta. O número 2 dentre os homens, Medina, pegará o 10, Michel Bourez, da França. E a Ítalo, o líder do ranking, caberá o ganhador de Hiroto Hohhara (do Japão, 11) X Kalohe Andino (dos EUA, 3). Uma aventura que, por aqui, dará sua partida às 19:00 e prosseguirá até por volta de 24:00.

Rayssa Leal
Rayssa Leal

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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