Nesta quinta-feira, dia 22 de Julho, uma seleção do Futebol Masculino do Brasil efetuou, contra uma da Alemanha, o seu quarto duelo crucial desde o começo do Século XXI. Em 30 de Junho de 2002, em Yokohama, no Japão, pela decisão da Copa do Mundo da FIFA, a seleção de Luiz Felipe Scolari bateu a da Alemanha por 2 X 0. Em 8 de Julho de 2014, no Mineirão, numa semi da Copa do Brasil, outro time do Felipão sofreu a maior humilhação de toda a História do Ludopédio no País ao engolir um placar devastador de 1 X 7. Enfim, no dia 20 de Agosto de 2016, o Brasil realizou um sonho acalentado durante sete décadas.
Por 5 X 4, nos penais, superou a Alemanha na luta pelo ouro dos Jogos do Rio. Ótimo elenco aquele, que tinha Weverton, Rodrigo Caio, Marquinhos, Gabigol, Gabriel Jesus e até um Neymar particularmente concentrado na sua obrigação. Sob o treinador André Jardine, no cargo desde 3 de Abril de 2019, a equipe de agora não ostenta tantos astros. Na estreia, porém, pareceram suficientes os seus destaques, o coringa e capitão Daniel Alves, o lateral Guilherme Arana e o avante Richarlison, todos de muita experiência internacional. O craque capixaba, revelado no Fluminense do Rio, hoje no Everton da Inglaterra, se esmerou no brilho: três gols nos 4 X 2. Pena que, relaxado, o Brasil não tenha devolvido os 7 X 1.
Impressionante como se assemelhou o cotejo dos rapazes, no mesmo estádio de Yokohama, àquele das garotas, os 5 X 0 sobre a China. Igualzinho, o domínio integral e, antes dos 25’, o placar de 2 X 0, em contra-ofensivas fatais, os dois tentos de Richarlison, apelidado “Pombo”. E, assim como falhara a arqueira Shimeng Peng, mera rebatedora, Florian Mueller assustava os próprios companheiros com as suas saídas estabanadas. Na sua pugna, imperdoável, o time de Pia Sundhage insistiu nos fricotes, desandou a desperdiçar chances, e por um certo tempo a sua situação se complicou. No caso do elenco de André Jardine, não, a pressão não parou e aos 30’, no flanco esquerdo, Richarlison perpetrou os 3 X 0. Mas, depois, como as meninas, os rapazes se ensimesmaram.
Um penal, mal batido por Matheus Cunha aos 45, evitou que a etapa inicial se encerrasse com 4 X 0. Pior, aos 56’ a seleção tedesca achou um tento num tiro torto de Amiri Nadiem e num peru de volume bem razoável do arqueiro Santos. Perigo à vista. Algum desafogo aos 60’ quando, ao dividir a bola faltosamente com Dani Alves, o capitão da Alemanha, Maximilian Arnold, tenha recebido um cartão vermelho, a “Mannschaft” com dez. Em outra falha boba da defesa porém, a Alemanha assustou, testada de Ache, 2 X 3, aos 38’. E, padecimento desnecessário, haveria 5’ de acréscimos. Felizmente, aos 94, da entrada da área, com um belíssimo petardo em curva, no ângulo, Paulinho desfechou, 4 X 2.
O ouro no Futebol Masculino representa uma esperança que provém dos Jogos de Helsinque/52, quando a equipe se limitou ao quinto lugar mas revelou futuros campeões do mundo como Vavá e Zózimo Calazans. Em Roma/60, fracassou mesmo com o Gérson Canhotinha no seu meio-de-campo. Repetiria a frustração em Tóquio/64, mesmo com Roberto Miranda no seu ataque. E em Munique/72, mesmo com Paulo Roberto Falcão. Aproximou-se do pódio só em Montreal/76, com o arqueiro Carlos, o zagueiro Edinho, o volante Batista e o treinador Cláudio Coutinho – contudo, entregaria o bronze à URSS.
Em Los Angeles/84, enfim surgiria a primeira medalha, de prata, um time que ostentava Gilmar Rinaldi e Dunga mas sucumbiu à França, 0 X 2, na decisão. Depois, em Seul/88, a outra prata, com Taffarel, Jorginho, Andrade, Bebeto e Romário, 1 X 2 para a URSS na final. Um novo consolo, de bronze, aconteceria em Atlanta/96, apesar de Dida, Altair, Roberto Carlos, Ronaldo, Rivaldo, Zé Elias, Bebeto: numa semifinal, a incrível derrota para a Nigéria, 3 X 4, depois de uma folga de 3 X 1. Outro bronze em Pequim/2008, apesar de Ronaldinho Gaúcho, Hernanes, Alexandre Pato e Thiago Silva. Enfim, em Londres/2012, a repetição da prata, México 2 X 0, apesar de Thiago Silva, Oscar, Ganso, Pato, Hulk – e Neymar.
Com 16 qualificados, o torneio de Tóquio dividiu os seus competidores em quatro grupos de quatro. Competidores, aliás, com elencos basicamente de sub-24 e três exceções de idade superior. Os dois melhores de cada chave vão às quartas de final. Além da Alemanha, o Brasil batalha com a Costa do Marfim e a Costa do Marfim, cujo combate se encerrou em 2 X 1. Deve se qualificar no primeiro posto. Então, pegará nas quartas o segundo colocado da chave que tem Argentina, Austrália, Egito e Espanha. Relembro que, no Rio/2016, o Brasil começou a sua caminhada com um empate ridículo, 0 X 0, diante de 62.369 pessoas, no Mané Garrincha de Brasília, e daí abocanhou o título. Ou, nada impede que chegue ao bi.
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