No troca-troca doidivanas, o caxangá financeiro em que o “Calcio” se transformou nas últimas décadas, foi emblemático o jogo desta segunda, 21 de Setembro, pela rodada inicial do Campeonato Italiano de 2020/21. Com apenas mil convidados do dono do casa, essencialmente profissionais ligados à Saúde e seus familiares, ocorreu no venerável Stadio di San Siro da capital da Lombardia. Placar natural, um triunfo do Milan, 2 X 0 no Bologna.
De um lado, visitante, o Bologna criado em 1909 e, desde 2014, sob o domínio de um magnata canadense, de nome Joey Saputo, filho de um siciliano que, na América, depressa enriqueceu como negociante de laticínios. Um amante do Futebol, felizmente Saputo, ao invés de queimar fortunas com atletas em decadência, se decidiu pela revitalização do venerável Stadio Renato Dall’Ara, datado de 1927 e muito mal reformado, em 1989, para a Copa de 1990.
Do outro, o Milan, mandante do prélio, o “Diavolo” que pertenceu ao controverso Sílvio Berlusconi de 1986 a Agosto de 2016 e, então, acabou vendido a um picareta absoluto, Li Yonghong, chinês especialista no golpe da “Pirâmide de Dinheiro” e que, na hora aprazada, não apareceu com a sua grana e humilhou o ex-premier, que parecia o único rei dos espertalhões.
Em 12 de Julho de 2017, outro especulador, Paul Singer, criador da Elliot Management, topou pilotar a nau sem governo e indicou como preposto Ivan Gazidis, um sul-africano de origem grega que logo se indispôs com os atletas e com o treinador Stefano Pioli, quinto “mister” do time em cinco anos. Na Era Berlusconi o “Diavolo” havia arrebatado oito “scudetto”, somado cinco vezes a Liga dos Campeões, mais duas a Intercontinental e noutra a Copa da FIFA. Não leva um “scudetto” desde 2011. Parou nos 18, E a Juventus já tem 36,
Afortunadamente, depois de uma dramática batalha de bastidores, liderados pelo irrequieto Zlatan Ibrahimovic, e com o apoio do ex-craque Paolo Maldini, hoje cartola, os atletas conseguiram amansar Gazidis e preservar Pioli. Pois no prélio desta segunda coube exatamente a Ibrahimovic conduzir o elenco “rossonero” contra o time “rossoblu”. Quase aos 39 de idade, o sueco de sangue bósnio mandou na disputa com a autoridade de um monarca e a liderança de um mestre. Abriu o placar aos 35’, de cabeça, ao saltar acima de toda a defesa do Bologna, num cruzamento de Theo Hernández. E dobrou aos 48’, ao bater, implacavelmente, um penal de Orsolini em Bennacer.
Claro que é super-cedo para qualquer aposta, especulação ou fantasia assemelhada. Ibra, de todo modo, já se tornou o artilheiro solitário do certame. E, apesar da fragilidade do rival, o Milan demonstrou a fluência que lhe faltou em temporadas anteriores. Talvez possa, todavia, quem sabe, se propor como um contendor da Juventus que persegue o seu inacreditável decacampeonato. O Ibra, com o seu peculiar gosto pela provocação, no seu Twitter se assina “simplesmente perfeito”. Lá também publicou uma foto insólita, de antes do cotejo, com a legenda: “Ainda não crêem em mim?”
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