Portugal não precisou do CR7 para ganhar a pioneira Nations League
Com um petardo de Gonçalo Guedes, a "equipa das Cinco Quinas" superou a Holanda, 1 X 0, na nova competição que a UEFA criou no Futebol da Europa
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Dentro de sua casa, diante dos 50.033 espectadores que preencheram o Estádio do Dragão da cidade do Porto, seria absolutamente natural que a seleção de Portugal, a “equipa das Cinco Quinas”, superasse a sua congênere da Holanda, a “Laranja Mecânica”, nesta data fantasiada de azul-bebê, e conquistasse o título da primeira edição da Nations League da Europa, a mais nova competição da UEFA no Velho Continente. Seria, e efetivamente foi. Num combate equilibradíssimo que se decidiu, aos 60’, num petardo do garoto Gonçalo Guedes, 22 de idade, o seu quarto “golo” em 17 pelejas, a taça de prata, 71cm de altura e 7,5kg de peso, ficou com a seleção hospedeira.
À parte os chamados fatores campo & torcida, existia o peso das estatísticas. Até este domingo, dia 9 de Junho de 2019, na história do seu desafio, em 13 prélios a “equipa das Quinas” batia a “Laranja” por 7 X 2, nos tentos 15 X 10. Além disso, estava invicta já fazia 13 pelejas, desde a posse, como treinador, de Fernando Santos, 64 anos, um ex-lateral, em Setembro de 2014. Santos, então, ocupou o lugar de Paulo Bento, humilhado por um patético tombo doméstico, derrotado pela frágil Albânia por 1 X 0. Portugal subiu nos triunfos a 8 X 2, e aumentou a 14 a série sem fracassos do seu treinador, um homem que não costuma distribuir muitos sorrisos nem em momentos de glória.
Um atleta medíocre, basicamente um reserva de 1973 até 1987, um cartel mínimo de pugnas disputadas no trajeto, meras 182, escassíssimos 3 tentos anotados, Santos teve, como adversário no mesmo cargo, um craque de fato, o ex-líbero Ronald Koeman, 56 anos, o maior artilheiro de todos os tempos na posição, o butim de 207 gols em 581 pelejas. De acordo com sua a específica formação, cada qual criou um estilo estratégico e uma postura tática.
Santos, nas “Cinco Quinas”, se provou um defensivista, a depender da exuberância do Cristiano Ronaldo capaz de, sozinho, dissolver a solidez da retaguarda da Suíça numa das semifinais, 3 X 1. Na “Laranja”, Koeman se mostrou sempre à procura do ataque, graças ao prazer do coletivo, dos lances ensaiados, os zagueiros sem medo de subirem ao ataque, conforme provou na sua prorrogação, contra a Inglaterra, 3 X 1 na outra das semis.
E Koeman chegou à NL com um cartel magnífico: um único fracasso nas suas 21 últimas pugnas como visitante. Entretanto, numa curiosa ironia, o “golo” que colocou Portugal no topo do pódio da Nations League, em sua edição pioneira, não teve a participação do CR7. Nasceu de uma triangulação de Gonçalo Guedes com Bernardo Silva e o foguete fulminante do rapaz, da linha da área grande, no canto esquerdo de Cillessen. Ao CR7, como capitão, coube a honraria de levantar o 27² troféu em toda a sua brilhante carreira.
O conceito da Nations League se baseia em um ranking estabelecido logo depois das eliminatórias da Copa da Rússia/2018, as seleções da UEFA separadas em quatro divisões, cada qual com quatro grupos. Na Série A, claro, as doze melhores. Na Série B, mais doze. Na Série C, quinze. E, na Série D, as restantes dezesseis. Da Série A até a Série C, as derradeiras classificadas de cada grupo amargaram o lastimável rebaixamento à categoria de baixo, na próxima NL, prevista para 2022. Paralelamente, da Série B até a Série D, as primeiras classificadas mereceram subir à categoria de cima.
Pela primeira vez, desde a Eurocopa de 1980, sediada na Itália, campeã a então Alemanha Ocidental e sua vice a Bélgica, houve a disputa da terceira colocação. Naquela ocasião, a Tchecoslováquia superou a “Azzurra” e levou a medalha de bronze. Na manhã deste domingo, dia 9, no Estádio Dom Afonso Henriques da cidade de Guimarães, no tempo regulamentar e na prorrogação a Inglaterra e a Suíça estacionaram no placar nulo, 0 X 0. Também se igualaram na primeira leva dos penais, 5 X 5. Então, Dier colocou os “Leões” à frente, 6 X 5. E, com um salto formidável, Pickford espalmou o tiro de Drmic.
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