Pan, 4/8. Chloé Calmon, mais um "Personagem do Dia" pelo Surfe

Entre as onipotências do Olímpo, na Grécia mitológica a deusa Deméter, padroeira da vegetação, ostentava um apelido simplificador, Chloé, ou “a folhagem viçosa e florescente”. E foi viçosa e florescente que, neste 4 de Agosto, Chloé Calmon arrebatou a medalha de ouro que levou a 19 os títulos do Brasil no Pan de Lima/2019, exatamente o número dos lauréis do México, e colocou o País na segunda colocação da tabela geral do evento.

Como tantos heróis e tantas heroínas antes sem uma fama efetivamente nacional, ela pratica uma modalidade pouco celebrada na pátria do Futebol. Trata-se do Surfe com a “longboard”, uma prancha de 2m70 de comprimento, ao menos 60cm mais estendida que a normal. Durante toda a competição em Punta Rocas, Chloé Calmon acumulou 7 das 12 melhores notas e, na decisão, superou a peruana Maria Fernanda Reyes por 15,36 pontos contra 12,76.

Com o testemunho da mãe Ana e do pai Miguel Calmon, um ex-surfista, ela abiscoitou o seu ouro precisamente às 15h54 de Brasília. Depois, no desenrolar do domingo, o País subiria ainda mais na tabela e fecharia a jornada com 72 medalhas (22 de ouro, 16 de prata e 34 de bronze). À sua frente, os Estados Unidos (54/44/34 = 132). Atrás, o México (20/15/35 = 70), o Canadá (19/36/24 = 79), a Colômbia (16/12/15 = 43) e Cuba (14/15/15 = 44). 

De 11 de Outubro de 1994, Chloé aderiu à modalidade aos 11 de idade, estimulada pelo pai. Já era a primeira do ranking da ISA, International Surf Association, e vibrou ao reconhecer, de longe, Ana e Miguel nas arquibancadas de Punta Rocas: “No meio da torcida peruana (em branco e vermelho) eu percebi um pontinho verde-amarelo”. Foi a quarta medalha do Surfe do Brasil no Pan. Na corrida do SUP, o “Stand up Paddle”, Lena Guimarães também conquistou o ouro e Vinnicius Martins levou a prata. E, no Surfe do SUP, Nicole Pacelli ganhou um bronze.

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