Villarreal X Manchester United, a decisão da Liga Europa em Gdansk, na Polônia
UEFAQuase. Quase. Um intrometido “Submarino Amarelo” espanhol impediu que a poderosa armada futebolística de Sua Majestade, a Inglaterra, pudesse ostentar, apenas pela segunda vez nos 66 anos de existência da UEFA, a entidade que organiza o Ludopédio no Velho Continente, equipes inglesas nas finais das suas duas grandes copas interclubes, a Liga dos Campeões, a “Champions League”, e a Liga Europa, ou "Europa League".
A festa do Villarreal, dentro de Londres
@europaleagueNo dia 26 de Maio, uma quarta-feira, no Stadion Miejski de Gdansk, na Polônia, o Villarreal, o “Submarino” que torpedeou o Arsenal e estragou a festança fantasiada pela Inglaterra, disputará com o Manchester United o título da Liga Europa. E em 29 de Maio, um sábado, em Istambul, na Turquia, no Ataturk Olympic Stadium, o Manchester City e o Chelsea se debaterão pela taça da “Champions”. Três da Inglaterra X um solitário da Espanha.
O Stadion Miejski de Gdansk, sede da final da Liga Europa
UEFAInfortúnio britânico. No passado, a coincidência só havia acontecido em 2018/2019. Na “Champions”, Liverpool X Tottenham Hotspur, vitória do representante da Terra dos Beatles. E, na LE, Chelsea X Arsenal, ambos times da antiga “Londinium” romana, com o sucesso dos “Blues”. Eis como se desenrolaram, nesta quinta-feira, 6 de Maio, as semifinais de volta da LE, 2020/2021. Qualificados os clubes que saíram com a vantagem na ida.
ROMA 3 X 2 MANCHESTER UNITED
Roma, Itália, Stadio Olìmpico
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Gols: Dzeko, Cristante, Alex Telles/con X Cavani/2
Na ida: Manchester United 6 X 2 Roma
Manchester, Inglaterra, Old Trafford
Árbitro: Carlos Del Cerro Grande, Espanha
Gols: Bruno Fernandes 2/1pen, Cavani/2, Pogba, Greenwood X Pellegrini/pen, Dzeko
Edinson Cavani, quatro gols nas duas semis pelo Manchester United
@europaleagueAtrás de um “miracolo”, ganhar de 4 X 0, no mínimo, e já sabedor da contratação do compatriota José Mourinho para assumir as funções de Diretor Técnico, o português Paulo Fonseca agiu como devia e necessitava: esqueceu o resultado absurdo do prélio de ida e mandou o seu time ao ataque. E a Roma de fato acuou o United já no primeiro instante do combate do Olímpico. Em 10’, criou três ótimas chances de chegar ao 1 X 0 que lhe daria um bom embalo, Porém, não conseguiu. E passou a jogar contra o tempo impiedoso.
O arremate de Cavani para o 1 X 0 do United
@europaleagueMuitíssimo pior, aos 39’, depois de uma bela combinação entre o lusitano Bruno Fernandes e o brasileiro Fred, livre à frente do arqueiro Mirante o uruguaio Edinson Cavani, sempre no lugar correto na hora exata, anotou 1 X 0. Se já era quase impossível a missão da “Loba”, num lampejo se tornou inviável: realizar cinco tentos em 45’, e não conceder nenhum. Também não haveria como Zé Mourinho entrar em ação na etapa derradeira. No seu canto do gramado, o norueguês Ole Gunnar Solskjaer, o discreto “mister” dos “Red Devils” sequer tremelicou aos 57’ quando o bósnio Edin Dzeko, de cabeça, arrematou uma combinação entre o armênio Mkhitaryan e o ibérico Pedro e a Roma, inesperadamente, igualou.
Zé Mourinho, o novo Diretor Técnico da Roma
@ASRomaLogo aos 60’, porém, brotou o susto. Lorenzo Pellegrini se livrou de Fred e cedeu a bola a Cristante, que acertou uma virada no canto oposto de De Gea, a Roma com 2 X 1. Ilusão à toa. Estimulada pela súbita possibilidade da reversão do resultado, muito depressa, aos 68, a “Loba” sofreria uma punição radical. A sua defesa se esqueceu que, nos “Red Devils”, existe um azougue de nome Cavani. Bruno Fernandes cruzou, da esquerda, por cima de três inimigos, e no outro flanco estava o cisplatino, prontinho para desferir a testada fatal, 2 X 2. A Roma ainda salvou a face, aos 83’, ao cravar 3 X 2. De todo modo, somente graças ao gol contra de Alex Telles, que desviou um foguete do estreante polonês Zalewski.
Ole Gunnar Solskjaer, o feiz treinador do United, homenageado pela UEFA
@europaleagueBalanço: 8jog = 2Rom/1emp/5Utd – 9g Rom X 21g Utd
ARSENAL 0 X 0 VILLARREAL
Londres, Inglaterra, Emirates Stadium
Árbitro: Slavko Vincik (Eslovênia)
Na ida: Villarreal 2 X 1 Arsenal
Villarreal, Espanha, Estádio de la Ceràmica
Árbitro: Artur Soares Dias, Portugal
Gols: Trigueros, Albiol X Pépé/pen
A triste saída de campo do lesionado Samu Chukwueze, do Villarreal
@europaleagueAo “Submarino Amarelo” bastaria se trancar na defesa e segurar o 0 X 0 original capaz de enervar os “Gunners”. No paralelo, aliás, haveria o desafio de dois personagens conhecidos pelo pavio curto. No banco do Arsenal, Mikel Arteta. No banco do Villarreal, Unai Emery. Ambos da região de San Sebastian, no aguerrido País Basco, famoso pela sua paixão eterna pelo separatismo da Espanha. Emery, todavia, não se retraiu. O seu “Submarino” apertou os “Gunners” e apenas contraiu seu ritmo em torno dos 30’, quando Samu Chukwueze, o motor do seu meio-campo, se lesionou sozinho, um estiramento de músculo da coxa.
Uma das defesas preciosas do argentino Rulli, o arqueiro do Villarreal
@europaleagueNão faltou empenho ao Arsenal, que precisava apenas de um gol salvador para fechar o quarteto de ingleses nas decisões da UEFA. O travessão, contudo, devolveu dois arremates do seu capitão franco-gabonês Aubameyang. E o arqueiro Rulli, proveniente da Argentina, tornou praticamente inviolável a meta do Villarreal. Sem piada e sem maldade, por favor, convenhamos, imperdoável que um clube de nome bélico e de atletas ironicamente apelidados de “Artilheiros”, não disponha de pontaria para realizar um tento sequer.
Unai Emery, o treinador do Villarreal, também homenageado pela UEFA
@europaleague
Balanço: 6jog = 2Ars/3emp/1Vil – 9g Ars X 3g Vil
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Nesta Liga Europa, iniciada em 18 de Agosto de 2020, se realizaram 359 jogos com 1.100 tentos, a média de 3,06. Obviamente depauperado pelos protocolos de segurança anti-Covid-19, o seu global de espectadores soma 99.205. Média de público: a insignificância tristérrima de 489 pessoas. Esta é a sua edição de número 50 desde que nasceu como Copa UEFA, em 1971/1972, e a de número 12 desde que, em 2009/2010, também abarcou a Copa dos Vencedores de Copas e ganhou o seu gigantismo atual e o seu novo batismo. O Sevilla da Espanha abiscoitou a taça de 2019/2020, se promoveu à "Champions" e lá empacou.
O Sevilla, da Espanha, campeão da Liga Europa em 2019/2020
SevillaFCQuando esta edição da "Europa League 2020/2021" principiou, ostentava uma relação mastodôntica: 205 equipes das 55 federações da UEFA. Atravessou oito eliminatórias e mais um mini-certame de 12 grupos com 48 agremiações. Daí, aos 12 ganhadores e aos seus vices se agregaram oito repescados, os terceiros colocados das chaves da LC. Soma: 32 clubes que se confrontaram em mata-matas para depurar os 16 das oitavas de final e daí em diante, até se conhecerem os quatro das semis. Ironia: exatamente quando comemora seu meio século o evento desaparece. A partir de 2021/2022 a LE atravessará uma reformulação brutal, com a redução das 205 equipes para só 57. Compensação da UEFA, a criação da “Conference League” que iniciará as suas disputas com 184 clubes.
A taça da Liga Europa, a caminho de Gdansk, na Polônia
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