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Silvio Lancellotti - Blogs

O novo Corinthians, que se apoia apenas num grupo de retornados

Claro, valem as boas intenções da sua diretoria, reunir ídolos consagrados. O triunfo sobre o Santo Andre, 1 a 0, e de pênalti, atesta que ainda falta ao time, no mínimo, um centroavante

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

O momento do pênalti batido por Fábio Santos, 1 a 0
O momento do pênalti batido por Fábio Santos, 1 a 0

Valem as muitas louvações à sua presente diretoria, que, depois de uma temporada lastimável em 2021, apenas salva ao seu finalzinho com a quinta colocação no Brasileiro e a qualificação à Libertadores de América, se empenha no reforçar do elenco para 2022. Quando, porém, desponta a pergunta “que Corinthians é esse de agora?”, não há como responder que se trata de um time novo. De fato, a partir de alguns pilares já recuperados do passado, o Coringão atual se estrutura essencialmente sobre alguns retornados.

Os campeões do mundo de 2021, com Fábio Santos e Paulinho, no centro, e Cássio, à direita
Os campeões do mundo de 2021, com Fábio Santos e Paulinho, no centro, e Cássio, à direita

Já estavam no clube o zagueiro Gil (por lá entre 2013 e 2016, de volta em 2019), o atacante Jô (duas vezes, de 2003 a 2005, novamente em 2017, e daí em 2020), e o lateral-esquerdo Fábio Santos (de 2010 a 2015, e então em 2020). Dois outros ídolos antigos participaram da arrancada que, na segunda metade de 2021, tirou o alvinegro da ameaça de rebaixamento. No dia 5 de agosto ressurgiu o meia Renato Augusto (de 2013 a 2015). No dia 30 do mesmo mês, o ala-volante Willian (de 2006 a 2007). No dia 14 deste janeiro enfim se oficializou a chegada do armador Paulinho (2010-2013), um remanescente, com Fábio Santos e com o arqueiro Cássio, do seu glorioso título do Mundial de Clubes da Fifa em 2012, no Japão.

Detalhe dos vestiários do Timão, em Santo André
Detalhe dos vestiários do Timão, em Santo André

Na última terça-feira, 25 de janeiro, na sua Neo-Química Arena, o Corinthians estreou no Paulistão/2022 de forma numericamente decepcionante, placar tosco de 0 a 0 diante da Ferroviária de Araraquara. O resultado, todavia, foi mais uma consequência natural do desentrosamento do elenco, pouco treinado depois das férias compulsórias, além da atuação preciosa do arqueiro Saulo, ainda favorecido pela pobre pontaria dos avantes do Coringão. Funcionou melhor do que se imaginava o seu antigo/novo meio de campo. Por isso a expectativa de uma exibição superior neste domingo (30), contra o Santo André.

Candançan e o VAR que decidiu o resultado
Candançan e o VAR que decidiu o resultado

Não aconteceu. O treinador Sylvinho poupou do prélio Willian e Renato Augusto. Deixou Paulinho no banco de reservas. E o Timão precisou de um penal cabuloso, aos 28 minutos, para assumir a frente no marcador. Um cruzamento de Gustavo, a bola que bateu na coxa do zagueiro Carlão e, com o atleta do Santo André quase caído, de costas, no gramado, se chocou com o seu braço. Na Europa, o VAR nem sequer sugeriria ao mediador que checasse o lance. De todo modo, Matheus Delgado Candançan, convocado à revisão, apontou a marca fatal. Fábio Santos converteu, o seu décimo acerto em dez tentativas consecutivas, 1 a 0. Gustavo (que não gosta de ser chamado pelo apelido de Mosquito, com apropriadíssima razão, convenhamos) se transformou no destaque do seu quadro na etapa inicial.


Depois do pênalti, o abraço e o placar definitivo do cotejo
Depois do pênalti, o abraço e o placar definitivo do cotejo

Aliás, ele, pelo Coringão, e o arqueiro Jefferson Paulino, do Santo André, solidíssimo principalmente nos chutes de fora da área, visto que o alvinegro mal penetrava na área do hospedeiro. E Jefferson ainda realizou duas excelentes intervenções no tempo derradeiro, até que, quase aos 60 minutos, Paulinho começou a se aquecer. Errou Sylvinho ao tirar do cotejo exatamente o ágil Gustavo, em vez do estático Mantuan. O seu alvinegro obteve três pontos, graças ao mirrado 1 a 0. Mas ficaram explícitas duas obviedades: 1) Sylvinho escolhe mal os seus 11 e substitui pior; 2) sem um centro-avante de fato, ou alguém que componha uma parceria decente com Roger Guedes, o Corinthians penará bastante já na Fase de Grupos do Paulistão, depois da Fase de Grupos da Libertadores et cetera e tal.

Ao menos o triunfo como visitante
Ao menos o triunfo como visitante

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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