Na rodada que parecia do DZ91, de novo o CR7 salva a sua Juventus
Penúltima jornada do primeiro turno do Calcio, o colombiano Duván Zapata assusta, mas a líder empata e ainda amplia a sua folga para 9 pontos
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Dramaticamente se aproximava do seu minuto de número 80, no Atleti Azzurri d’Italia, o estádio da Atalanta de Bèrgamo, antiga freguesa da Juventus de Turim, o cotejo que significaria, enfim, a quebra da invencibilidade da “Vecchia Signora” no Campeonato Italiano de 2018/19. Rodada 18, a Juve com 16 triunfos e uma igualdade no currículo da temporada. Já expulso, aos 53’, o seu volante Bentancur, e a “Deusa” da Lombardia com 2 X 1, ambos do colombiano Duván Zapata, camisa 91, a quem Gianni Cerqueti, o antológico narrador dos prélios da “Zebra” pela RAI, brincava de chamar DZ91.
Petulante, na certeza de um sucesso fácil, Massimiliano Allegri, treinador da Juve, optara por deixar no banco o craque Cristiano Ronaldo. Atrás no resultado, aos 76’ Allegri mudou de ideia. E em menos de 300 segundos o CR7 salvou a “Senhora”. Dybala cobrou uma falta quase na lateral do gramado, Chiellini desviou de cocuruto e, no meio de três beques, o ídolo de Funchal se antecipou a Berisha, o arqueiro albanês da Atalanta, e cravou 1 X 1.
Com o CR7 então aceso na pugna, a “Zebra” pressionou em busca do sucesso, que pareceu surgir nos acréscimos, depois de outro cruzamento de Dybala e o desfrute de Bonucci no lado oposto da área. Luca Banti, o atentíssimo e ótimo árbitro de Livorno, porém, precisamente anulou, sem a necessidade do VAR, pelo impedimento ostensivo do zagueiro da equipe "bianconera"
A Juve preservou a invencibilidade, agora 18 partidas. Pela primeira vez na sua história na Série A, desde 1929, completou o certame, no chamado Ano Solar, sem uma única derrota como visitante – em 9 pugnas, 8 vitórias. E muito mais. No seu confronto direto com a “Deusa” da Lombardia, estendeu a 28 a sua quantidade de porfias sem perder. E isso desde o já longínquo torneio de 2000/2001. Agora a Zebra” acumula 24 vitórias e 4 empates.
Antecipadamente premiada com um titulo platônico, o de “Campione d’Inverno”, nesta quarta, 26 de Dezembro, apenas restava à Juve saber com qual diferença de pontos sobre o vice Napoli fecharia a penúltima jornada do turno inicial do certame. Havia subido aos degrau de 50 pontos, dois menos que o recorde de 52, definido em 2005/06 e em 2013/14. Mas, no meio da tarde ainda seguia bem à frente do “Burro” da Terra da Pizza, que somava 41 e, à noite, se digladiaria, em Milão, com a Internazionale, no degrau dos 33 e, claro, determinada a escalar os 36 e a lutar pelo segundo posto.
Efetivamente, já na abertura do combate o ítalo-platino Icardi quase realizou um gol inusitado em toda a aventura do Futebol. Bateu direto à meta do Napoli. O voo da pelota assustou o arqueiro Meret, um friulano de 21 de idade, apenas no seu terceira aparição como profissional do Napoli. Mas, caprichosamente, ao invés de enfunar as redes a redonda atingiu o travessão. Ironicamente, foi a sua principal chance de gol até praticamente o desfecho da peleja. Bem melhor, mesmo com dois excluídos por cartões vermelhos, Koulibaly e Insigne, o Napoli não merecia sofrer o gol de Lautaro Martínez, no saboreio impiedoso de uma bola rebatida, aos 92'
Claro, na prática, não significa absolutamente nada esse galardão de “Campione d’Inverno”. Que, aliás, iludiu o “Burro” faz um ano. O laurel, no entanto, exerce um peso fascinante, meio místico. Desde a temporada de 2004/05, quando a Série A cresceu de 18 para 20 agremiações, em 12 de 14 ocasiões o dono do título platônico, simbólico, de papel, acabaria por se consagrar, também, como o detentor do “scudetto” de fato.
É, 12 de 14. Bem infortunado o Napoli. Pois, além da “stagione” mais recente, também tinha se dilacerado na temporada de 2015/2016, quando chegara a ter 41 pontos sobre 39 da Juve e, depois, se esfacelou, 82 a 91. Dia 29, na última jornada deste “girone di andata”, a Juventus hospedará a Sampdoria enquanto o “Burro” abrigará o Bologna, um supercandidato ao rebaixamento. Bastante provável que a diferença fique mesmo nos 9 pontos.
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