Enfim, depois de quatro confrontos, todos realizados na “Champions League”, todos encerrados em 0 X 0, saiu o primeiro gol da história do desafio entre o Villarreal da Espanha e o Manchester United da Inglaterra. Aconteceu nesta quarta-feira, dia 26 de Maio, no Stadion Miejski de Gdansk, aos 29’ da decisão da Liga Europa 2020/2012. Gerard Moreno, do “Submarino Amarelo”, anotou o gol, Edinson Cavani fez 1 X 1 e o cotejo terminou com o resultado de 11 X 10 nos penais em favor do Villarreal. Todos os seus atletas acertaram as cobranças, inclusive o arqueiro Rulli. Apenas o goleiro De Gea, dos “Red Devils”, fracassou.
Além de levantar uma taça linda, de 15 quilos de prata, o Villarreal abiscoitou um prêmio, em Euro, equivalente a R$ 55 milhões, mais o direito de adentrar diretamente na fase de grupos da “Champions League” do continente em 2021/2022. Ironia: caso perdesse a peleja, o “Submarino Amarelo”, apenas o sétimo classificado em “La Liga” da Espanha, se obrigaria a meramente participar da terceira competição da UEFA, a “Conference League”, espécie de Série C do Velho Mundo. Mas, ainda que apenas vice na LU, o United, segundo colocado na “Premier League”, já estava de qualquer modo assegurado nos grupos da "Champions".
Eis como transcorreu a porfia:
VILLARREAL 1 X 1 MAN. UNITED (11 X 10)
Gdansk, Polônia, Stadion Miejski
Público: 9.412
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gols: Gerard Moreno X Cavani
Unai Emery, treinador basco do Villarruel, já detinha, em seu currículo, um tricampeonato daqueles autênticos, as três conquistas em seguida, com o Sevilla da Espanha, de 2014 até 2016. O norueguês Ole Gunnar Solskjaer, seu correlato no United, ainda amargava a sua eliminação numa semifinal de partida única, em 2019/2020, diante do Sevilla novamente campeão, 1 X 2. Certamente estimulados pelo retorno do barulho de platéia nos entornos, os dois, determinadamente, mandaram os seus elencos ao ataque. Um duelo franco.
Clément Turpin, um mediador geralmente aplaudido pelo seu estilo sempre sereno e moderado, se empenhou em não interferir no ritmo das ações. Literalmente, deixou o jogo correr. De todo modo, nasceu de bola parada o tento que quebrou o tabu da sucessão de empates em 0 X 0, a cobrança de uma infração, um encontrão bobo de Cavani em Parejo. Daí, lance ensaiadíssimo por Emery, Parejo levantou a pelota no miolo da área dos “Red Devils”. Da meia-lua o artilheiro Gerard Moreno se infiltrou e, mesmo com o braço puxado por Lindelof, desviou dentro do arco de De Gea, vantagem momentânea do Villarreal, 1 X 0.
Estabanadamente, e sem a organização estrutural com que Emery havia construído o seu “Submarino”, na etapa derradeira o elenco de Solskjaer batalhou bastante para igualar. E sofreu quase 120 segundos até se certificar de que perpetrara o 1 X 1. Aos 55’, em outra jogada pré-desenhada, Bruno Fernandes bateu um corner da esquerda, à entrada da área, para Shaw, que tentou um tiro à meta de Rulli. A pelota carambolou na zaga, sobrou para McTominay, que também buscou o chute, e Cavani, o oportunista de plantão, desfrutou o rebote. Cauteloso, o árbitro recorreu ao VAR, que checou e re-checou o lance até confirmar a legalidade do posição. O Villarreal sentiu o golpe, e os “Red Devils” assumiram o controle.
Porque não transformaram o seu predomínio em um gol, houve a prorrogação, já com o “Submarino” bem refrescado por cinco substituições. Insolitamente, Solskjaer não realizou nenhuma até que, aos 100’, acuado, trocou o exaurido Greenwood pelo brasileiro Fred, da seleção de Tite. Começou a chover. E a pugna se transformou em balbúrdia. Os respectivos artilheiros, Moreno com sete tentos, e Cavani com seis, ambos marcadíssimos, mal tocavam na pelota. Inevitável que a pugna se encaminhasse pesadamente à loteria cruel dos penais.
V – Gerard Moreno = gol 1 X 0
M – Mata = gol 1 X 1
V – Dani Raba = gol 2 X 1
M – Alex Telles = gol 2 X 2
V – Alcácer = gol 3 X 2
M – Bruno Fernandes = gol 3 X 3
V – Alberto Moreno = gol 4 X 3
M – Rashford = gol 4 X 4
V – Parejo = gol 5 X 4
M – Cavani = gol 5 X 5
V – Moi Gomez = gol 6 X 5
M – Fred = gol 6 X 6
V – Albiol = gol 7 X 6
M – Daniel James = gol 7 X 7
V – Coquelin = gol 8 X 7
M – Luke Shaw = gol 8 X 8
V – Mario Gaspar = gol 9 X 8
M – Tuanzebe = gol 9 X 9
V – Pau Torres = gol 10 X 9
M – Lindelof = gol 10 X 10
V – Rulli = gol 11 X 10
M – De Gea = Rulli defendeu
Esta foi uma edição significativamente comemorativa da LE, de número 50 desde seu início como a Copa UEFA em 1971, de número 12 desde que absorveu a Copa dos Vencedores de Copas, em 2009, e daí assumiu o seu gigantismo inusitado. Inaugurada em 18 de Agosto de 2020 com 203 clubes das 55 afiliadas da UEFA, no total apresentou 360 jogos com 1.102 gols, a média de 3,06. Depauperado por protocolos radicais de segurança anti-Covid-19, o seu global de torcedores nos estádios somou 191.520, média quase nula, de 532 pessoas.
Na partida do Miejski, lotação de 41.620 espectadores, as autoridades locais admitiram a presença de uma platéia correspondente a 25%, ou perto de 9.500 privilegiados – 2.000 ingressos designados a cada um dos dois clubes, e os 5.500 restantes distribuídos aos patrocinadores e à cartolagem. No idioma polonês, Miejski significa Municipal. E nada mais lógico, para os dirigentes, que eles, monarcas da festa, curtissem a quase exclusividade.
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