Na vida profissional de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, português do Funchal, Ilha da Madeira, 35 de idade, foi a decisão de número 26 desde a sua estréia pelo Sporting de Lisboa, em 2002. Uma aventura basicamente de glórias, em que ele havia amargado só seis frustrações, a última delas a mais recente, diante da Lazio de Roma, 3 X 1 na sua Juventus de Turim, 22 de Dezembro de 2019, pela Supercopa da Itália. Provinha de doze triunfos, uma série invicta inaugurada a partir de 17 de Maio de 2013, quando o seu Real Madrid perdeu a Taça do Rei da Espanha para o rivalérrimo Atlético.
Tanto na Bota como na Santa Terrinha, na apresentação da partida desta quarta-feira, 17 de Junho de 2020, a final da edição 73 da Copa Itália, no Olímpico da capital, entre a Juventus e o Napoli, a mídia se esmerou em enfatizar que, no global dos 25 combates anteriores, em nenhuma situação o craque acumulou dois fracassos consecutivos. E que tal detalhe, um óbvio exagero cabalístico, concedia à “Velha Senhora” um leve favoritismo, digamos, moral e psicológico, sobre o “Burro da Terra da Pizza”.
Argumento capenga, à falta de outro. No estádio neutro de Roma, portões fechados e ausentes as torcidas, é evidente que ambos os adversários entrariam no gramado com chances equitativas. Infeliz CR7. Num asterisco, ele e a Juve empacaram no placar de 0 X 0. Mas, formalmente, ele e a “Senhora” desabaram na sua segunda Copa em sequência. Houve uma disputa de penais. Sem que o CR7 necessitasse fazer a sua cobrança. Antes, o Napoli já havia escancarado o triunfo, 4 X 2.
Daniele Roveri, um “cittadino” da capital, apitou o duelo, obrigado a administrar os humores dos dois treinadores e um tabu paralelo ao movimento dos 22 atletas no campo. Em dois jogos no passado, diante do “azzurro” Gennaro Gattuso, o “bianconero” Maurizio Sarri havia obtido uma vitória e uma iguldade. Contra a Juve, pior para Gattuso, três quedas em três partidas. E diante do Napoli, o seu ex-time, Sarri ostentava dois sucessos e duas igualdades. Em síntese a prevalência estatística da “Senhora”.
Gattuso, de todo modo, não se esforçou para revolucionar a história e não inverteu o estilo do “Burro”. Amarrou o seu sistema de marcação e optou por atacar, quando possível, através dos flancos. Difícil, diante da firmeza da adversária, que comandou as ações com paciência e no toque de bola. A intenção de Gattuso, transparente: aprisionar o placar no 0 X 0 de praxe e conduzir o cotejo ao bingo dos penais.
O problema, para Sarri, era perfurar uma muralha celeste de nove, até dez homens, à frente da área de Alex Meret, o arqueiro que substituiu o suspenso Ospina. Apenas aos 41’ o Napoli exigiu, em dois lances subseqüentes, que o veterano Buffon, utilizasse os seus instintos e impedisse o gol do rival. Buffon na sua sexta Copa Itália, um recorde, ao lado de Roberto Mancini, “allenatore” da seleção da Bota. E os minutos se arrastaram.
Sem uma distração terrível ou uma falha abominável o resultado não se modificaria. E, bem aos poucos, o elenco do Napoli se entusiasmou, começou a levar riscos à meta de Buffon. Apagadérrimo, de novo, o CR7. Aos 92’ fulgurou Buffon ao defender, cara-a-cara, uma testada de Maksimovic, e se desmoralizou Elmas, ao desperdiçar o rebote, a meta vazia, chute no poste. Em tal cenário, se tornou inexorável o bingo dos penais. Drama. E, na tensão da loteria, seria Meret o herói salvador. Catou o primeiro de Dybala. Daí, finito.
Napoli para Juventus e conquista Copa Itália na volta do futebol
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