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Silvio Lancellotti - Blogs

Mesmo sem defesa a "Canarinho" segue adiante no Pré-Olímpico

Depois de abrir 3 X 0 no torneio Sub-23 da Colômbia, a retaguarda da seleção de André Jardine sofre desnecessariamente mas bate a Bolívia, 5 X 3

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Antony, na comemoração de Brasil 1 X 0 Bolívia, logo aos 3'
Antony, na comemoração de Brasil 1 X 0 Bolívia, logo aos 3'

Nesta noite de 28 de Janeiro de 2020, quando subiu ao gramado do pequeno mas charmoso Estádio Centenário de Armênia, apenas 20.716 lugares numa cidade de cerca de 350.000 habitantes, nos Andes da Colômbia, a jovem seleção do Brasil perfeitamente sabia que, para se classificar por antecipação à próxima e definitiva etapa do torneio Pré-Olímpico Sub-23 da América do Sul, necessitaria de um mero empate contra a Bolívia. Produziu mais do que a igualdade, conseguiu perpetrar um triunfo por 5 X 3 que a carregou aos 100% de aproveitamento, 9 pontos, e relegou a Bolívia, 3, à última colocação.

No primeiro jogo da noite, Uruguai 1 X 0 Peru
No primeiro jogo da noite, Uruguai 1 X 0 Peru

O cotejo completou a terceira rodada do Grupo B, que já havia apresentado, duas horas antes, no mesmo estádio, a despedida do Uruguai, 1 X 0 sobre o Peru. O Uruguai se encastelou nos 6 pontos e limitou o Peru a 3. Também faz parte do Grupo o Paraguai, 3 pontos. Um outro quinteto, Argentina (9 pontos), Colômbia (6), Chile (6), Venezuela (3) e Equador (0), compõe o Grupo A. Os dois melhores de cada Grupo disputarão a fase seguinte, o quadrangular que levará dois elencos aos Jogos de Tóquio, de 24 de Julho até 9 de Agosto.

A alegria dos garotos da Bolívia pelo susto que pregaram no Brasil
A alegria dos garotos da Bolívia pelo susto que pregaram no Brasil

Embora sem o meia Pedrinho (Corinthians), poupado em razão de um desconforto muscular, a “Canarinho”, sob a orientação de André Jardine, esperava demonstrar que ainda tem espaço físico e técnico para evoluir. Na estréia diante do Peru, 1 X 0, apenas por um triz não concedeu o gol fatal ao inimigo nos acréscimos do prélio. Depois, diante do Uruguai, abriu tranquilamente 3 X 0 mas, numa tolice de Ivan (Ponte Preta), um arqueiro excelente, levou o 1 X 3 no cangote. Era favoritíssima contra a Bolívia.

Antony
Antony

E nas ações do Centenário o predomínio não demorou a sair do papel e a se tornar cristalino. Logo aos 3’ o arisco Paulinho (Bayer Leverkusen/Ale) entortou um marcador e, da esquerda, cruzou na pequena área, onde Antony (São Paulo) sossegadamente aparou, 1 X 0. Massacre, se vislumbrou, E de fato, aos 16’, num troca-troca de bolas da intermediária à meta do atarantado Rubén Cordano, ocorreu a enfiada de Reinier (Real Madrid B/Esp) a Matheus Cunha (RB Leipzig/Ale) que se livrou de dois rivais e dobrou o placar, 2 X 0. Só que a defesa de Jardine é especialista em pespegar grandes sustos. Já tinha se atrapalhado em dois raros contra-ataques de “La Verde”. No terceiro aceitou a investida de Abrego e permitiu 1 X 2. Aconteceria, outra vez, um sufoco?


Matheus Cunha
Matheus Cunha

Efetivamente impressiona como se confundem os dois centrais da seleção, Nino (Fluminense) e Robson Bambu (Athletico/PR). Em prol de Jardine vale lembrar que os beques da sua preferência, Gabriel (Lille/Fra) e Ibañez (Atalanta/Ita), não mereceram uma liberação pelos seus clubes. O Pré-Olímpico, afinal, não se desenrola durante as chamadas “Datas FIFA”. Menos mal que, do meio de campo à frente o Brasil ostenta promessas de craques. E, aos 38’, num lançamento delicioso do armador Matheus Henrique (Grêmio), o ala Guga (Atlético/MG) fuzilou Cordano com um petardo em diagonal.

Guga
Guga

Dizer que falta maturidade aos atletas da “Canarinho” é chover na tempestade. Nesta jornada, pior, a seleção careceu, principalmente, de uma atuação mais firme do volante Bruno Guimarães (Athletico/PR), o seu capitão, inesperadamente contido e sem a vibração de situações anteriores. Parece legítimo, mas foi patético o Brasil se entregar à “cera” na etapa derradeira. Afortunadamente, num lampejo individual, Reinier cravou 4 X 1 aos 61’.


Sim, felizmente, pois a Bolívia não desistiu, continuou a espicaçar a defesa manteiga-mole de Jardine, impôs 2 X 4 com Abrego aos 70’, e daí 3 X 4 com Reyes aos 79’. O tento do desafogo surgiria bem nos acréscimos, graças a um lindo torpedo de Pepê (Grêmio), 5 X 3. O treinador, no entanto, terá muito trabalho para arrumar a sua defesa e não se arrepiar no quadrangular.

Reinier
Reinier

Na quinta-feira, dia 30, pelo Grupo A, se digladiarão a já promovida Argentina e a Venezuela, já eliminada. Chile e Colômbia, porém, protagonizarão um combate crucial. À anfitriã, que abriu um saldo de 4 tentos contra os 2 do visitante, bastará preservar a igualdade inicial. Dia 31, no Grupo B, o Paraguai precisará, obrigatoriamente, bater o Brasil e torcer para que o Peru não ganhe da Bolívia. Aliás, no B, à parte a assegurada qualificação da “Canarinho”, ainda tudo pode suceder, inclusive um empate triplo no segundo posto e a utilização do quesito do saldo de tentos para determinar quem estará no quadrangular.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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