Mesmo no futebol virtual, brilha Immobile, o artilheiro da Bota
Num jogo beneficente, duas seleções de craques e de profissionais do "FIFA 20", a equipe dele bate a de Florenzi, volante da "Azzurra", por 13 X 8
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

De um lado, no 4-4-2, a Seleção Branca, de Ciro Immobile (Lazio), o artilheiro do Italiano de 2019/20 com 27 gols: Caiazzo; Pisacane (Cagliari), Materazzi (Inter), Gollini (Atalanta) e Masina (Watford); Donati (Lecce), Cerci (Salernitana), Quintero (River) e Zappacosta (Roma); enfim o Ciro e Gio Simeone (Cagliari).

Do outro lado, 4-3-3, a Azul, de Alessandro Florenzi (Valencia), titular do meio de campo da “Squadra Azzurra”: Coviello: Oddo (Milan), Lezzerini (Venezia), Viviano (Sampdoria) e Pellegrini (Cagliari); Bertolacci (Sampdoria), ele e Falco (Lecce); Orsolini (Bologna), Petagna (SPAL) e Vido (Pisa). Elencos esquisitos?

Sem dúvida. Além de exibirem arqueiros desconhecidos e sem time, num dos elencos, de beque, está Viviano, um goleiro desempregado. Materrazzi, famoso pela cabeçada no peito de Zizou Zidane numa das semifinais da Copa da França/06, dependurou as chuteiras em 2015. E uma mistureba de Itália, de Europa e de América do Sul. É, como pode, como funciona?

Trata-se de uma história fascinante. Em plena quarentena provocada pela Covid-19, esses dois elencos de fato se defrontaram, na noite de segunda-feira, 13 de Abril de 2020, num combate em benefício da campanha “United per l’Italia”, criada pela United Onlus, uma entidade de empresários de atletas do Calcio, empenhados em captar ajuda e apoios à Protezione Civile, aquela correspondente, na Bota, da Defesa Civil no Brasil. Claro, foi um cotejo virtual, cada jogador em sua própria residência e diante de um prosaico e trivial equipamento eletrônico, como o normalmente utilizado no “FIFA 20”.

Na Itália, cabe à Protezione Civile a gestão cotidiana da crise que o novo Coronavírus, o SARS CoV-2, espalhou através do planeta e que, ao se iniciar o prélio, por lá, já havia infectado 160 mil pessoas e levado à morte 21 mil. O jogo se realizou no formato de um dos onze contra um dos outros onze, em três etapas diferentes de quinze minutos, com um intervalo de três.

Cada uma dessas três etapas teve o seu placar específico, obtido pela soma dos seus respectivos resultados. Mais eficiente, a Seleção Branca de Immobile ganhou as duas etapas iniciais, 3 X 1 e 4 X 2, e ainda ostentava uma vantagem mínima de 6 X 5, na terceira, quando cedeu o empate a Petagna, de pênalti.

Ah, fundamental: cada atleta real, de carne e osso, pôde utilizar o seu próprio modelo virtual na competição. E os dois arqueiros, Caiazzo e Coviello, são profissionais da Mkers, a mais importante liga de “eSports” da Europa. No fim das contas, à parte o sucesso da equipe que liderou, Immobile se consagrou o artilheiro do geral, com 4 dos 13 tentos da sua Seleção Branca.

Coube a Simeone, porém, o prêmio de o “Craque do Desafio”, graças à sua intimidade com os “joysticks”. O laurel de melhor dos derrotados ficou com Vido. E, para quem curte esse tipo de divertimento, uma ótima notícia: nesta quarta, 15 de Abril, a SkySport abre as inscrições para uma competição ainda maior, a chamada “eCup” da quarentena. Já avisei que estou fora.
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