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Mesmo em Wembley, o santuário do Futebol, a "Azzurra" é a campeã

Graças, principalmente, ao seu arqueiro Gigi Donnarumma, que defendeu duas cobranças na disputa de penais, a seleção da Itália mais enriquece a sua História e o currículo de Roberto Mancini

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

A festa da "Azzurra" depois da disputa de penais
A festa da "Azzurra" depois da disputa de penais A festa da "Azzurra" depois da disputa de penais

Além de conduzir a “Squadra Azzurra” ao seu segundo título na história da Euro de seleções, o treinador Roberto Mancini, 53 de idade, de apelido “Mancio”, o “Canhoto”, estabeleceu recordes que, certamente, demorarão bastante tempo até serem superados. Neste domingo, 11 de Junho de 2021, ao sobrepujar a Inglaterra por 3 X 2 nos penais, depois de uma igualdade de 1 X 1 até a prorrogação, no santuário do Futebol, Wembley, Londres, a sua equipe ampliou a sua invencibilidade a 34 pelejas. E houve mais.

Vialli e Mancini, os "gemelli" de novo no topo do pódio
Vialli e Mancini, os "gemelli" de novo no topo do pódio Vialli e Mancini, os "gemelli" de novo no topo do pódio

Na sua bela gestão, principiada em 14 de Maio de 2018, em 39 porfias a “Azzurra” ganhou 28 e somente perdeu duas, a sua ofensiva registrou 92 gols e a sua retaguarda meramente cedeu 18. Ocorreu um período, até, em que a sua meta ficou inviolada por onze partidas consecutivas. Coincidência fascinante: chefiou a delegação da Itália na competição um certo Gianluca Vialli, o parceiro precioso de Mancini no único laurel da Sampdoria de Gênova em 1990/91 quando eram chamados de os “Gêmeos do Gol”. Data de 1968 o primeiro título da Bota na Euro. Então, o “Mancio” e Vialli eram meninotes de só quatro aninhos de vida.

Eis a ficha técnica da pugna e a síntese do seu desenrolar.

Festa "Azzurra" dentro de Wembley
Festa "Azzurra" dentro de Wembley Festa "Azzurra" dentro de Wembley

ITÁLIA 1 X 1 INGLATERRA (3 X 2 nos penais)

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Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

Público: 67.173 presentes/70.000 ingressos à venda

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Árbitro: Bjoern Kuipers (Neerlândia)

Auxiliares: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (Nee)

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Gols: Bonucci X Shaw

O momento do gol-relâmpago de Luke Shaw, Inglaterra 1 X 0
O momento do gol-relâmpago de Luke Shaw, Inglaterra 1 X 0 O momento do gol-relâmpago de Luke Shaw, Inglaterra 1 X 0

Na tarde de 11 de Julho de 1982, Mick Jagger e os seus Rolling Stones encerraram mais cedo um seu espetáculo, no Comunale de Turim, porque logo após, no Bernabéu de Madrid, a Itália lutaria contra a Alemanha pelo título da Copa do Mundo. Mick, celebrado como um pé-frio, envergou a camisa de número 20 de Paolo Rossi mas não azarou a “Azzurra”, que ganhou a peleja por 3 X 1. Não consta que ele, um fanático por Futebol, tenha aparecido em Wembley determinado a apoiar os “Três Leões”. De todo modo, se existe essa entidade batizada de sorte, bafejou a seleção da Itália, que pareceu derrotada por um gol-relâmpago mas que demonstrou dispor do espírito e da postura que caracteriza o grande campeão.

Shaw, ao centro, uma ilusão prematura
Shaw, ao centro, uma ilusão prematura Shaw, ao centro, uma ilusão prematura

A Inglaterra saiu à frente aos 2’, na sua primeira descida através da linha divisória, lance espetacular, de flanco a flanco, Luke Shaw da esquerda até Harry Kane, bem no miolo da intermediária, e daí a Kieran Trippier, surpresa de Gareth Southgate, que o escalou no lugar de Bukayo Saka. Trippier cruzou, a zaga da “Azzurra” só olhou e, no outro lado, Shaw fulminou de sem-pulo, 1 X 0. O tento mais rápido, mais prematuro nos 60 anos da competição. A reação desalentada de Roberto Mancini, uma expressão de incredulidade, atestou as dificuldades que a Itália teria, na sequência, para revirar o perfil da pugna.

A expressão de Mancini, depois do 0 X 1, "ninguém olha?"
A expressão de Mancini, depois do 0 X 1, "ninguém olha?" A expressão de Mancini, depois do 0 X 1, "ninguém olha?"

Impressionaram o fôlego e a determinação dos “Leões”, que aproveitaram a vantagem imediata e optaram pelas contra-ofensivas sempre através das laterais. A cada vez em que a “Azzurra” tentava uma investida, retornavam às imediações da sua área e se fechavam, em bloco, sem dar a menor chance a um arremate. Felizmente não surgiram atritos que pudessem complicar a arbitragem de Bjoern Kuipers, na vida fora do Futebol o dono de uma pequena rede de mercadinhos e de salões de beleza na sua cidade, Oldenzaal, perto de 35.000 habitantes. Caberia a Mancini, no intervalo, re-arrumar, na alma, a sua equipe.

A confusão na área da Inglaterra...
A confusão na área da Inglaterra... A confusão na área da Inglaterra...

Ironia estatística: na matemática da posse de bola, a Itália dominou a Inglaterra por 65 a 35%. Porém, cada equipe chutou uma única vez à meta da adversária. E a Inglaterra fez 1 X 0. A “Azzurra” quase igualou aos 50’, numa falta cobrada por Lorenzo Insigne, o petardo passou a milímetros de lonjura do ângulo da meta de Jordan Pickford. Então, aos 55’, o “Mancio” resolveu mexer no time. Claro que o treinador tem suas razões, supostamente sabe o que faz. No entanto, deixou de fora dois amuletos, Matteo Pessina e Manu Locatelli. Retirou da peleja Ciro Immobile e Nicoló Barella e colocou em ação Domenico Berardi e Bryan Cristante. A explicação racional: dois jogadores habitualmente mais vibrantes.

...que redundaria na "rete" de Bonucci, 1 X 1 no placar
...que redundaria na "rete" de Bonucci, 1 X 1 no placar ...que redundaria na "rete" de Bonucci, 1 X 1 no placar

De fato a Itália necessitava de uma fagulha. Mandava no prélio, já havia exigido duas intervenções de Pickford. E a Inglaterra, sabe-se lá por quê, se escondeu do combate. Bingo! O castigo aconteceria aos 67’. Num escanteio que Berardi levantou bem na testa de Marco Verratti, eclodiu a confusão na área pequena dos “Leões”, uma espalmada do arqueiro, a tentativa de Giorgio Chiellini e, enfim, um toque fatal de um outro becão, Leo Bonucci, 1 X 1. Bem melhor a “Azzurra”, merecia a igualdade. E obviamente a Inglaterra se obrigou a jogar bola. Precisariam acordar os apagados Raheem Sterling e Harry Kane.

Bonucci, o zagueiro-artilheiro da "Azzurra"
Bonucci, o zagueiro-artilheiro da "Azzurra" Bonucci, o zagueiro-artilheiro da "Azzurra"

Haveria seis minutos de acréscimos. Um “goal”, uma “rete”, ou a prorrogação. Haveria os suplementares. A Itália, todavia, sem seus principais avantes, Federico Chiesa e Lorenzo Insigne, lesionados. Southgate também apostou num dos seus amuletos, Jack Grealish no lugar de Mason Mount. E as tensões se exacerbaram, ambos os elencos contidos, ninguém disposto a correr o risco de levar um tento numa tolice. E haveria a loteria dos penais.

Berardi (ITA) – Gol, 1 X 0

Harry Kane (ING) – Gol, 1 X 1

Belotti (ITA) –Pickford defendeu, 1 X 1

Maguire (ING) – Gol, 2 X 1

Bonucci (ITA) – Gol, 2 X 2

Rashford (ING) – Poste e fora, 2 X 2

Bernardeschi (ITA) – Gol, 3 X 2

Sancho (ING) – Donnarumma defendeu, 2 X 3

Jorginho (ITA) – Pickford defendeu, 2 X 3

Saka (ING) – Donnarumma defendeu (3 X 2)

O momento da defesa crucial de Donnarumma
O momento da defesa crucial de Donnarumma O momento da defesa crucial de Donnarumma

Esta foi a edição número 16 da competição, inaugurada em 1960 com o triunfo da ex-União Soviética. Somadas as suas pré-eliminatórias, uma fase de chaves, uma etapa inicial de mata-matas, outra fase de grupos, os combates das suas oitavas, das quartas, das semifinais e da decisão. a Euro2020 apresentou 311jogos e registrou 963 tentos, média de 3,10. Consequência da Covid-19, houve jogos absolutamente sem qualquer platéia. Ainda assim, 6.145.163 torcedores estiveram nos estádios, a média bem razoável de 19.759. O herói Gigi Donnarumma abocanhou o prêmio de melhor da competição. Corretamente.

Todos os ganhadores e todas as sedes

1960 – União Soviética (1), na França

1964 – Espanha (1), na Espanha

1968 – Itália (1), na Itália

1972 – Alemanha (1), na Bélgica

1976 – Tchecoslováquia (1), na Iugoslávia

1980 – Alemanha (2), na Itália

1984 – França (1), na França

1988 – Neerlândia (1), na Alemanha

1992 – Dinamarca (1), na Suécia

1996 – Alemanha (3), na Inglaterra

2000 – França (2), na Bélgica e na Neerlândia

2004 – Grécia (1), em Portugal

2008 – Espanha (2), na Áustria e na Suíça

2012 – Espanha (3), na Polônia e na Ucrânia

2016 – Portugal (1), na França

2020 – Itália (2), em várias sedes

2024 – Programada para a Alemanha

A Itália, agora, duas vezes campeã da Europa
A Itália, agora, duas vezes campeã da Europa A Itália, agora, duas vezes campeã da Europa

Os artilheiros:

5 gols – Cristiano Ronaldo (Portugal), Patrick Schick (República Tcheca)

4 gols – Benzema (França), Forsberg (Suécia), Lukaku (Bélgica), Harry Kane (Inglaterra)

3 gols – Georginio Wijnaldum (Neerlândia), Robert Lewandowski (Polônia), Sterling (Inglaterra), Kasper Dolberg (Dinamarca), Haris Seferovic e Xherdan Shaqiri (Suíça)

Os árbitros que mais apitaram:

4 jogos – Felix Brych (Alemanha), Danny Makkelie e Bjoern Kuipers (Neerlândia)

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