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Silvio Lancellotti - Blogs

Em Milão, a Espanha bate a Itália numa das semis da Nations League

Placar de 2 X 1, num cotejo em que, desarvorada, inclusive pela correta expulsão do capitão Leo Bonucci, a "Azzurra" perdeu a chance de disputar a final e a sua invencibilidade de 37 partidas

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Alegria justa da "Fúria", pela merecida vitória em Milão
Alegria justa da "Fúria", pela merecida vitória em Milão

Máxima lotação viável, vendidos os 40.009 ingressos que os protocolos de proteção anti-Covid autorizaram, o Stadio di San Siro de Milão, na Lombardia, norte da Velha Bota, se engalanou para receber o prélio entre a Itália e a Espanha pela primeira das semifinais da Nations League, ou a Liga de Nações da Europa de 2020/2021. O passado e as estatísticas favoreciam levemente a visitante: em 34 pelejas anteriores, a “Fúria” somava 10 triunfos a 9, com 37 gols a 35. O presente quase invertia a situação: no jogo mais recente, por uma das semis da Eurocopa, no dia 6 de Julho, depois de um empate, 1 X 1 no tempo regular e na prorrogação, a “Azzurra” do arqueiro Gigi Donnarumma ganhou nos penais, 4 X 2.

No dia 6 de Julho, a festa da Itália do arqueiro Gigi Donnarumma
No dia 6 de Julho, a festa da Itália do arqueiro Gigi Donnarumma

Exatíssimos três meses depois, nesta quarta-feira, dia 6 de Outubro, se decidiria o futuro: qual seleção, entre a Itália e a Espanha, se qualificaria para enfrentar o vencedor do duelo Bélgica X França, programado para esta quinta, dia 7, no Allianz Stadium de Turim. Além de atuar dentro de sua casa, a “Azzurra” provinha de um embalo portentoso: não perdia desde 18 de Dezembro de 2018, Portugal 1 X 0 na Nations anterior, uma invencibilidade de 37 pelejas, 30 vitórias e sete igualdades, mais do que as 35 do Brasil (de 1993 até 1996) e da Espanha (de 2007 até 2009). E a Itália arruinou a sua linda sequência, no seu San Siro, ao se entregar a uma visitante muito superior desde o apito inaugural, sucesso da “Fúria”, 2 X 1.

O arremate, de meio-voleio, de Ferrán Torres, Espanha 1 X 0
O arremate, de meio-voleio, de Ferrán Torres, Espanha 1 X 0

Num cenário de cores inicialmente empanadas, boa parte da torcida da Itália a vaiar Gigi Donnarumma, o arqueiro que trocou o Milan local pelo PSG da França, a Espanha dominou as ações até os 15’. Ironia: fôra Donnarumma o herói da “Azurra” nos penais de Julho. E aos 17’, até com alguma colaboração do arqueiro, a “Fúria” fez 1 X 0. Um passe de Alonso pegou Oyarzábal livre no lado esquerdo do ataque da Espanha. A retaguarda da Itália demorou a entender o que se desdobraria, um cruzamento até Ferrán Torres, livre, no meio da zaga, e o arremate sem que Donnarumma esboçasse cortar. Já no lance subseqüente, num tiro de Alonso, nome do prélio até ali, o arqueiro quase enviou a bola contra sua própria meta.

Detalhe da testada de Ferrán Torres, a Espanha nos 2 X 0
Detalhe da testada de Ferrán Torres, a Espanha nos 2 X 0

Sem um centro-avante de fato, contundido o titularíssimo Ciro Immobile, o treinador Roberto Mancini, montou sua ofensiva com Bernardeschi, Chiesa e Insigne, três pontas-de-lança. Talvez nem com Immobile, porém, a “Azzurra” superasse o que o destino lhe reservava. Aos 34’, no seu único arremate viável, o Berna chutou no poste. Pior, aos 35’, livre na marca do pênalti, incrível, Insigne arrematou a milímetros da trave. E muito pior, aos 37’ o capitão Leo Bonucci, que já vira o cartão amarelo, saltou de cotovelo escancarado contra o rosto de Busquets. Outro “giallo” e a inevitável expulsão. Desarvorada, a Itália cedeu os 0 X 2 aos 45’, outro cruzamento de Alonso, testada de Ferrán Torres, o seu sexto tento e o topo da artilharia desta NL, como Haaland, da Noruega, que já não joga mais.


A alegria da "Fúria", agora na grande final
A alegria da "Fúria", agora na grande final

Impossível sonhar com o milagre, a Itália reduzida a dez homens e a Espanha com a folga confortável no placar. Obrigado a re-arrumar a sua defesa, Mancini colocou o eterno Giorgio Chiellini no lugar de Bernardeschi. Azar de Luís Enrique, o treinador da “Fúria”, Ferrán Torres se lesionou e acabou substituído por Yeremi Pino. Claro, a Espanha perdeu potência. Luís Enrique, porém, escolheu Yeremi mais por razões táticas e psicológicas. Estreante na equipe, um azougue, entrou para galopar em campo e, se possível, infernizar os seus adversários, já nervosos em demasia. Funcionou pouco. Yeremi, aos 83, perdeu a pelota diante da retaguarda da Itália e Pau Torres ridiculamente falhou ao atrasar mal a bola e propiciar o “contropioede” de Chiesa, que só empurrou a Lorenzo Pellegrini, 1 X 2. Sergei Karasev, o correto árbitro russo, acrescentou 7’ ao tempo normal. Inúteis. Apesar de todo o sufoco que a garra da “Azzurra” ainda criou, a Espanha estará na grande final.

A pequena torcida da Espanha, que topou viajar até Milão
A pequena torcida da Espanha, que topou viajar até Milão

Agora no fecho da sua segunda edição, a Nations League é uma competição, paralela à tradicional Eurocopa, que a UEFA idealizou para mobilizar todas as 55 afiliadas nas chamadas “Datas Fifa”, quando, na sua razoável maioria, as seleções se dedicam a meros amistosos de caça-centavos. Portugal levantou a NL anterior, de 2018/2019, ao bater a Neerlândia, 1 X 0, na decisão. No balanço desta edição, e considerados apenas os quatro grupos da divisão de cima, até aqui houve 49 jogos e 140 gols, a boa média de 2,86.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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