De Tite até o último homem, uma atuação bem medíocre do Brasil
Um time sem esquema tático, a depender de individualidades, e um treinador que substituiu certo mas sempre nos momentos mais equivocados
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
No dia 6 de Junho de 2008, praticamente onze exatos anos atrás, depois de 17 vitórias seguidas em 17 jogos, o Brasil perdeu da Venezuela pela primeira vez na história dos seus confrontos num campo de Futebol. Aconteceu em Foxborough, Boston, EUA, placar de 0 X 2, com o embrião da equipe que Carlos Caetano Dunga Bledorn Verri levaria à Copa da África do Sul, em 2010.
Depois, haveria mais 6 cotejos, 4 triunfos e 2 empates. Ou seja, uma folga estatística, devastadora, em favor do Brasil. E não seria nesta noite de 18 de Junho de 2019, pela Copa América, que, na Fonte Nova de Salvador, a equipe do “Vino Tinto” bateria a “Canarinho” de amarelo mesmo, e não de branco como nos 3 X 0 sobre a Bolívia. Placar de 0 X 0 na conta da seleção de Adenor Tite Bacchi. O Brasil não perdeu mas, ridiculamente, também não ganhou. Eis as análises compactas da atuação dos atletas e do seu treinador.
ALISSON BECKER (7,0)
Sempre seguríssimo, em todas as circunstâncias.
DANIEL ALVES (6,0)
Intermitente no apoio, hesitante entre invadir ou cruzar. Muito melhor quando chegou à linha de fundo. Rarissimamente, de todo modo.
MARQUINHOS (6,0)
Lento, saltou mal e atrasado no único lance de perigo da Venezuela na etapa inicial, aos 18’, levantamento de Rosales para a testada de Rondon,
THIAGO SILVA (6,5)
Atento, interrompeu todas as chances em que, por pelotas mal dominadas no meio-campo do Brasil, a Venezuela ameaçou se insinuar.
FILIPE LUÍS (5,5)
Ainda econômico nas descidas. Não ousa. Chutou muito mal, já nos acréscimos, a bola que poderia determinar o 1 X 0.
CASEMIRO (5,5)
De novo permaneceu preso em demasia à sua metade do gramado. Apenas aparece quando comanda a troca de bola, da direita à esquerda, na espera que a rival abra os seus espaços. Substituído sem infâmia e sem louvor.
FERNANDINHO (S/N)
Entrou no lugar de Casemiro, aos 57’.
ARTHUR (6,5)
Recuperado de uma lesão no joelho direito, retornou ao time titular e imediatamente se percebeu que o meio-campo ganhou em dinamismo e em efetividade. Pena que tenha se aproximado pouco de Phillipe Coutinho,
PHILLIPE COUTINHO (6,0)
Desfrutou pouco a parceria com Arthur. Estranho o fato de não completar, adequadamente, uma dupla incisiva na transição defesa-ataque. Ao invés de ambos atuarem em dupla, com toques e com tabelas, insistiram demais nas tentativas verticalizadas e em profundidade.
RICHARLISON (7,0)
Outra demonstração de personalidade. Não sabe o que é bola perdida. Surpreendente a sua substituição.
GABRIEL JESUS (7,0)
Entrou, no intervalo, no lugar de Richarlison e, depressa, se fixou no lado canhoto da ofensiva. E por lá, aos 59’, produziu o lance que redundaria em 1 X 0, não existisse um impedimento de Firmino que o VAR apontou.
DAVID NERES (5,5)
Diante de uma retaguarda mas forte que a da Bolívia, se limitou a buscar lances pelo flanco canhoto do campo e, impaciente e precipitado, falhou nas finalizações.
ÉVERTON (8,0)
Como diante da Bolívia, entrou tarde o Cebolinha do Grêmio. Lá, só aos 81’. Aqui, aos 72’, o treinador Tite já atarantado. Aos 86, produziu o lance que redundaria em 1 X 0, não existisse um outro impedimento de Firmino que o vídeo do VAR, de novo corretamente, atestou.
ROBERTO FIRMINO (5,0)
Bastante movimentação. Joga demais, no entanto, com as costas para a meta do inimigo. Um tento anulado, corretamente, porque se apoiou num zagueiro ao realizar a virada. Deveria ter saído ele, para a entrada de Gabriel Jesus, e não Richarlison. Porque permaneceu na pugna, desafortunadamente acabou flagrado em duas situações de impedimento. Um triste recorde invertido
ADENOR BACCHI, o TITE (5,5)
Agiu corretamente ao devolver Arthur ao elenco titular. Impressionou (mal), todavia, o fato de a sua seleção não dispor de um mínimo esquema pré-treinado para atuar com um volante que sabe apoiar (mas não apoiou), dois armadores engenhosos (que não se entrosaram), e ainda três ótimos atacantes (que não se mexeram como sabem e como deveriam). Errou nas trocas e ao não recorrer antes ao Cebolinha. Falou muito. Fez muito pouco.
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