Não é verdade que Cristiano Ronaldo esteja prestes a abandonar a Juventus de Turim, conforme anunciou a “talkSport”, uma emissora de rádio via Internet, depois de entrevistar o zagueiro José Fonte, que não se perca pelo nome, um ibero-lusitano do Lille da França. E não é verdade que Paulo Dybala esteja com a Covid-19 pela quarta vez em mês e meio, conforme anunciou o show televisivo “Chiringuito de Jugones”, ancorado por um chutador em absoluta decadência, Josep Pedrerol, que já acumula uma tonelada de humilhantes desmentidos. Na pandemia sanitária, cresce paralelamente a pandemia da falta de assunto e, lamentavelmente, de invencionices,
Para se enfronhar na realidade bastava papear com os dois indigitados personagens, ou com alguém das suas proximidades. Por exemplo, Georgina, a namorada do CR7, que garantiu publicamente adorar Turim e ainda anunciou não ver a hora de o CR7 Junior re-envergar a camisa alvinegra dos petizes da “Senhora”. Ou Oriana Sabatini, a namorada de Dybala, que confirmou o fato da infecção do casal em 21 de Março e lastimou não ter a menor idéia de onde Pedredol colheu a multiplicação. É verdade, porém, a mais absoluta verdade, que mesmo de quarentena a “Zebra” do Piemonte antecipou a reforma do contrato de seu arqueiro venerável, Gianluigi Buffon, uma homenagem preciosa a um ídolo extraordinário.
Nascido na Carrara dos mármores de Michelângelo, dia 28 de Janeiro de 1978, Buffon, apelidado de Gigi, ou de “Highlander”, como o guerreiro imortal que Christopher Lambert representou no cinema e Adrian Paul na série de TV, vestiu as camisas de apenas três clubes em toda a sua carreira de profissional: o Parma (1995 a 2001), a Juve (2001 a 2018 e, de novo, desde 2019) e o PSG da França (2018/19), em um dos seus raríssimos arrependimentos. “Saí da Itália porque, aos 40, achei que uma experiência diferente me faria bem. Até que, numa noite de insônia, pensei – que estou fazendo aqui, sozinho, enquanto toda a minha família, os meus amigos, estão lá longe? Liguei para a Juve e me re-acolheram, imediatamente, de braços escancarados.”
De 1993 a 1997, defendeu todas as categorias de base da “Squadra Azzurra” (24 partidas da Sub-16 até a Sub-23), mais 176 pelejas com a seleção principal. Um total de 22 temporadas na Série A, e mais uma, solitária, na Série B, em 2006/07, a “Zebra” rebaixada pela Justiça Esportiva da Bota por causa do envolvimento de dois cartolões, Luciano Moggi e Antonio Giraudo, num escândalo mal explicado de indicação de árbitros. Pena que oficialmente não valha a de 2004/2005, anulada pelo mesmo vexame. Antes do escândalo, batizado de “Calciopoli” pela Mídia da Itália, somente a Juventus e a Internazionale jamais haviam caído à segunda divisão.
As 23 temporadas coroam um recorde que Buffon divide com Marco Ballotta, nascido em Casalecchio di Reno, ao lado de Bolonha, na Emília-Romagna, dia 3 de Abril de 1964. Em clubes como Modena, Cesena, Parma, Brescia, Reggiana, Lazio de Roma, Inter de Milão e Treviso, ele disputou 16 temporadas de Série A e sete de B. Tinha 44 anos e 38 dias de idade quando completou a sua carreira e virou treinador do Castelvetro di Modena. Caso “La Stagione” de 2019/20 se encerrasse, conforme o previsto, em 24 deste mês de Maio, Buffon estaria bem distante, 42 anos e 117 dias. Obviamente, espera que a atual não seja cancelada, que chegue ao seu fim. Assim, ele poderá, na próxima, sabe-se lá, 2020/21, escalar o degrau das 24 e se tornar, nesse quesito tão singular e específico, o líder exclusivo na história do Calcio.
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