Agora, na Supercopa, o placar aponta Juventus 8 X 7 Milan
O cotejo de Jeddá, na Arábia Saudita, acabou em 1 X 0, tento do CR7. Mas, no total da competição, a "Velha Senhora" enfim assume a liderança solitária.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Placar mirrado mas suficiente. Nesta quarta-feira, dia 16 de Janeiro, em Jeddà, na Arábia Saudita, num combate basicamente unilateral, a Juventus de Turim suplantou o Milan por 1 X 0 e o triunfo não lhe garantiu, apenas, o título da Supercopa Itália de 2018, que se decidiu agora, no ano posterior. A competição, normalmente, em quase todas as suas trinta edições anteriores, desde 1989, acontecia no mês de Agosto, como a inauguração festiva de cada temporada. Ambas as esquadras ostentavam sete títulos cada qual. Pois o 1 X 0 propiciou à Juve se transformar na líder absoluta da tabela, mais um galardão para um clube que provém de quatro conquistas seguidas da Copa da Bota e do inusitado de sete “scudetto” consecutivos do Nacional.
Por quê a data diferente da tradicional e por quê a escolha de Jeddá para sede do jogo? O clima e a grana explicam. Nesta época, na região, a temperatura é bem mais amena do que em Agosto. E, despesas pagas à parte, a Arábia Saudita ofereceu o equivalente a R$ 15milhões para cada equipe e ainda colocou outros R$ 2,8mi no bolso da Lega Calcio. O dobro do que havia proposto a China, sede da disputa em quatro edições: 2009, 2011, 2012 e 2015, os sucessos de Lazio, Milan e uma dobrada da “Senhora”.
Aliás, desde 2009 a Supercopa transitou duas vezes por Doha, no Qatar, sempre com derrotas da Juve nos penais, para o Napoli em 2014 e para o Milan em 2016. E em meras três ocasiões permaneceu onde deveria, em casa, diante de seus “tifosi”. Em 2010, a Internazionale bateu a Roma por 3 X 1 em Milão. Em 2013, a “Zebra” devastou a Lazio por 4 X 0 em Roma. Em 2017, novamente na sua cidade, a Lazio se vingou, 3 X 2 sobre a “Senhora”.
Gennaro Gattuso, o treinador do Milan, não pôde, como pretendia, basear a sua ofensiva em Lorenzo Higuaín, o argentino ex-Juve que prometia uma “vendetta”, contra a agremiação que o havia desprezado. Consta que teve uma crise febril durante a noite, circunstância que estimulou a severidade cruel dos fãs da “Zebra”, para quem o avante platino costuma “amarelar” em prélios cruciais. Detalhe: sem o “Pipita”, o Milan concentrou a sua movimentação no estreante Lucas Paquetá, ex-Flamengo, um habilidoso solitário num elenco fracote. Mas a “Senhora” dominou integralmente as ações em toda a etapa inicial da porfia. Mesmo sem produzir uma única chance clara de gol.
Logo aos 48’, porém, uma oportunidade despontou, e do outro lado. Cutrone desfrutou uma pelota que sobrou na área dos “bianconeri” e fuzilou no travessão de Szczesny, o distraído arqueiro polonês da rival. A Juve redespertou. Aos 59’, Cristiano Ronaldo fulminou Donnarumma com um tiro cruzado que o jovem “portiere” do Milan rebateu de susto. Aos 61’, enfim, Pjanic levantou da esquerda e o CR7, infiltrado de surpresa por trás da bequeira, registrou de cocuruto, 1 X 0. Imediatamente a “Zebra” reassumiu o controle total da porfia. E ainda melhoraria a sua situação aos 73’ quando o volante marfinense Kessie atropelou de maneira brutal Emre Can e, depois de consultar o VAR, o apitador Luca Banti exibiu um justo “cartellino rosso”.
Sem tantas opções quanto Massimiliano Allegri, “mister” da “Senhora”, o desalentado Gattuso se obrigou a utilizar Higuaín no sacrifício. Pudesse, entraria no gramado, até para injetar, nos seus pupilos, um pingo de vibração, sua especialidade em seus idos de meiocampista. Inutilmente. Afora um lance acidental, como aquele de Cutrone, nada de o Milan sequer ameaçar a meta de Szczesny. E o jogo se arrastou, modorrento, até o trilar derradeiro de Banti. Incapaz de fustigar os seus ex-colegas na bola, o patético Higuaín ainda tentou um ataque histérico pouco antes de Turki Al-Shiek, o cartola-mor da Arábia Saudita, passar a linda taça às mãos do capitão Chiellini. Juventus 1 X 0 no combate. E, agora, vantagem de 8 X 7 nas vitórias da Supercopa.
PS: Antes de se iniciar a transmissão internacional pela TV, um jornalista da RAI, a estatal da Bota, apresentou um duro protesto pelo fato de a Supercopa se realizar na Arábia Saudita, “que desrespeita os Direitos Humanos”, particularmente das mulheres, que puderam ir ao estádio, desde que escoltadas por um varão. Um protesto vigoroso, mesmo numa Itália de governo de perfil ultraconservador...
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