Para José Mourinho, o “Special One”, o atual treinador da Roma, foi efetivamente um retorno especial a Milão, cidade na qual viveu de Junho de 2008 a Maio de 2010 como o “mister” da Internazionale. Visita profissional, a desta terça-feira, dia 8 de Fevereiro, pelas quartas de final da Copa Itália de 2021/2022. E pelo menos nas promessas de véspera de dois personagens históricos da “Biscione”, a serpente que simboliza a Inter, um retorno muito bem recebido. À mídia da Bota, afirmou Massimo Moratti, milionário do petróleo e seu presidente de 1995 a 2013: “Ninguém poderá apagar o que nós realizamos, juntos”. Completou Marco Materazzi, um dos pilares da equipe entre 2001 e 2011: “Ninguém sabe ler a mente de um jogador como ele”. Dentro de campo, todavia, claro que o elenco da Inter de hoje não tinha qualquer motivo para manifestar respeito pelo orientador da adversária.
INTER 2 X 0 ROMA
Milão, Stadio Giuseppe Meazza
Árbitro: Marco Di Bello
Gols: Dzeko, Alexis Sánchez
A anti-saudação estritamente ludopédica da “Biscione” ao ex demorou menos de 2’ para acontecer. Perisic investiu livre pelo flanco esquerdo e cruzou até o lado oposto onde Edin Dzeko, de primeira, congelou o arqueiro Rui Patrício. E a Inter ainda desperdiçou os 2 X 0 antes dos 6’, num lindo petardo de Barella, de 25m, que acertou o travessão da meta da “Loba”. Depois, todavia, pouco a pouco afrouxou sua pressão e, afortunadamente, pôde saborear o descanso do intervalo com uma vantagem suficiente no marcador.
Cresceu mais ainda a Roma na etapa derradeira. Simone Inzaghi, o treinador da “nerazzurra” que havia trocado cumprimentos calorosos com Zé Mourinho antes do jogo, perambulava, nervoso, junto ao seu banco de reservas. E se enfezou, aos 65’, quando o excelente Zaniolo superou a saída estabanada do arqueiro Handanovic e bateu contra a meta vazia. Dramaticamente o central Skriniar conseguiu testar e salvar, sobre a linha. Alívio para Inzaghi: de todo modo, o mediador Di Bella já havia indicado um impedimento na ofensiva da "Loba". Muito depressa, aliás, aquele alívio logo se se contaria em dobro.
Quem me lê já ouviu a frase “quem não faz, toma”? Pois aos 68’ o ala Darmian acelerou pela direita e entregou ao chileno Alexis Sánchez, entre três rivais, 25m distante de Rui Patrício. Sánchez teve um instante indispensável para examinar a posição do lusitano e fuzilar no ângulo, 2 X 0. Tarde para um resgate da “Loba”, que se desmantelou psicologicamente e ainda ficou sem seu artilheiro, o inglês Tammy Abraham, que saiu do prélio com uma lesão muscular na coxa esquerda. A Inter classificada, à espera de quem vencer Milan X Lazio.
Dia 9, quarta-feira:
MILAN X LAZIO
Milão, Stadio di San Siro
Árbitro: Simone Sozza
Dia 10, quinta-feira:
ATALANTA X FIORENTINA
Bérgamo, Gewiss Stadium
Árbitro: Michael Fabbri
JUVENTUS X SASSUOLO
Turim, Allianz Stadium
Árbitro: Lìvio Marinelli
No Jubileu de Diamante, esta edição número 75 da Copa Itália de 2021/2022 propõe uma peculiaridade. Nunca, antes, ostentou tão poucas agremiações inscritas: todas as vinte da Série A, todas as 20 da B, mas somente as quatro primeiras da Série C. Mais, à exceção das semifinais, em “andata e ritorno”, todas as suas etapas se desenrolam em jogo único, com o mando daquela melhor ranqueada. No caso de um empate no tempo normal advém uma prorrogação e, eventualmente, a loteria dos penais. Pelos regulamentos, as oito primeiras no “Nazionale” de 2020/2021 só entraram em ação nas oitavas. E, com a exceção do Napoli, superado pela Fiorentina, de forma brutal, 2 X 5, as outras sete equipes prevaleceram.
Nascida em 1922, com o triunfo do Vado, um clube que, hoje amador, se esconde na Série D, a quarta divisão, a Copa Itália se caracteriza por também abrigar clubes das repartições inferiores e de todas as regiões da nação. Em cem anos, muitas vezes se interrompeu até que se firmou, constante, em 1958, então com a vitória da Lazio de Roma. Na edição que o Vado levou houve 38 equipes. Em 2019/2020, abiscoitada pela Juventus, acomodou 78. A Covid-19, todavia, provocou um enxugamento radical. O Calcio precisou de espaço para a Eurocopa/2020, que a tropa de Roberto Mancini ganhou, e para as eliminatórias da Copa do Catar/2022. A "Azzurra" ainda batalhará por uma vaga, em 24 de março, com a Macedônia do Norte e depois, no dia 29, possivelmente, com o difícil Portugal de Cristiano Ronaldo.
Interessante singularidade: coube à Frecciarossa, linha de trens aerodinâmicos, de ultra-velocidade, que atravessa a Bota, assumir essencialmente a íntegra do patrocínio financeiro da competição. Curtíssima, aliás, esta edição 75, iniciada em 7 de agosto de 2021. Foram meras 37 porfias até esta data na, digamos, Coppa Italia 2021/2022, com dois pp e sem acento, conforme sua grafia original, que já registrou 130 tentos, boa média de 3,51. A Federcalcio ainda não determinou as datas das semis, programadas para Março e Abril. A decisão, no entanto, com quaisquer que sejam os dois antagonistas, se realizará no dia 11 de Maio e no Stadio Olìmpico de Roma. Quem levanta a Copa tem direito a bordar, nos seus uniformes, uma "coccarda", uma auréola nas cores da Itália, Com 14 títulos, a Juventus é a maior campeã. A Roma soma 9 galardões. A Inter e a Lazio têm sete cada qual.
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