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Silvio Lancellotti - Blogs

A Dinamarca, sossegada, e a Itália, no sufoco, nas quartas da Euro2020

Por 4 X 0, praticamente sem levar qualquer susto, a "Danamyte" sobrepujou Gales. A "Azzurra", no entanto, só fez 2 X 0 no finalzinho da primeira etapa da prorrogação, e ainda padeceu com o 1 X 2.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

O abraço coletivo em Chiesa, que entrou no jogo e logo fez Itália 1 X 0
O abraço coletivo em Chiesa, que entrou no jogo e logo fez Itália 1 X 0

Ninguém imagina que, numa fase de oitavas de final de uma competição inter-seleções do planeta, aconteçam cotejos medíocres e, muito ao contrário, nem que todos os duelos sejam sensacionais, inesquecíveis. No entanto, bem mais do que agradaram, inclusive empolgaram os dois prélios que, neste sábado, dia 26 de Junho de 2021, abriram a etapa de mata-matas da Euro2020. Num jogo de resultado imprevisível mesmo para os apostadores de plantão, a Dinamarca superou Gales, 4 X 0. E num prélio em que tentava quebrar um tabu datado de 1963, treze pelejas sem suplantar a Itália, a Áustria novamente amargou um insucesso e perdeu da “Azzurra”, 2 X 1. Seguem as fichas e as sínteses das duas partidas:

Dolberg, dois gols em Dinamarca 4 X 0 Gales
Dolberg, dois gols em Dinamarca 4 X 0 Gales

GALES 0 X 4 DINAMARCA

GAL – 2ºA/4pg/1v-1e-1d/3gp-2gc

DIN – 2ºB/3pg/1v-0e-2d/5gp/4gc


Amsterdam, Neerlândia, Johan Cruijff

Público: 14.647 presentes/24.495 ingressos à venda


Árbitro: Daniel Siebert (Alemanha)

Gols: Dolberg/2, Maehle, Braithwaite


O momento do arremate no primeiro gol de Dolberg
O momento do arremate no primeiro gol de Dolberg

Basicamente graças ao entrosamento de Gareth Bale com Aaron Ramsey, no seu meio-campo, Gales comandou as ações durante metade da etapa inicial do jogo. Então, aos 27’, num lance que parecia inconseqüente, uma avançada lenta pelo flanco esquerdo do gramado, Damsgaard tocou a Dolberg, que se movimentou paralelamente, na entrada da grande área, cortou Mepham e bateu rasteiro no canto do encoberto Danny Ward, 1 X 0 pró “Danamyte”. Gales sentiu o baque, e não mais se recuperou até o intervalo.

Dolberg, à espera do abraço
Dolberg, à espera do abraço

Retornaria dos vestiários, claro, com um outro ânimo não ocorresse uma distração infantilóide da sua retaguarda já aos 48’ quando, ao invés de se livrar da pelota no miolo da defesa, Neco Williams literalmente a cedeu a Dolberg que bateu entre Ward e o poste, 2 X 0. Missão ingente, a de Gales, revolucionar tal resultado. Kasper Hjulmand, o treinador da “Danamyte”, fez o que precisava. E colocou alguém sempre na sobra de Bale e Ramsey.

Festa da Dinamarca, agora nas quartas de final
Festa da Dinamarca, agora nas quartas de final

Gales necessitaria de muita potência para reequilibrar a situação. Mas, bem ao contrário, ainda concederia mais dois gols, aos 88’e aos 96’, em peripécias individuais de Maehle e de Braitwhite, que se desvencilharam, perto da área pequena, do mesmo infortunado Mapham. Agora, caberá à Dinamarca pegar o ganhador de República Tcheca X Neerlândia.

Os onze da "Azzurra", no momento do seu "Inno di Mammelli"
Os onze da "Azzurra", no momento do seu "Inno di Mammelli"

ITÁLIA 2 X 1 ÁUSTRIA

ITA – 1ºA/9pg/3v-0e-0d/7gp-0gc

ÁUS – 2ºC/6pg/2v-0e-1d/4pg-3gc

Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

Público: 18.910/21.750 ingressos à venda

Árbitro: Anthony Taylor (Inglaterra)

Gols: Chiesa, Pessina X Kalajdcic

Roberto Mancini, o "Mancio", treinador da "Azzurra"
Roberto Mancini, o "Mancio", treinador da "Azzurra"

Franco Foda, o treinador da Áustria, um alemão de pai veneziano, armou a sua equipe conforme precisava, num 4-2-3-1, de perseguição implacável ao meio-campo da “Azzurra” de Roberto Mancini. Que, ao invés do estilo de toques rápidos, à espera de uma penetração, se obrigou a optar pelos chutões ou pelos passes em profundidade. O lateral Leo Spinazzola se demonstrou o melhor atacante da Itália em duas situações de gol. A “Azzurra”, aliás, se empenhou em buscar os arremates. Todas as tentativas, de todo modo, esbarravam numa muralha de vermelho, sete, até oito atletas em puro congestionamento.

Uma finalização do ótimo Spinazzola
Uma finalização do ótimo Spinazzola

Aos 32’, Ciro Immobile inventou uma brecha, junto da meia-lua, e conseguiu disparar um tiro insidioso, capaz de paralisar o arqueiro Daniel Bachmann. A bola, porém, caprichosamente atingiu o ângulo da trave. Ao intervalo com 0 X 0. Ostensivamente a Áustria pretendia levar o prélio à prorrogação, talvez aos penais, ou encontrar um tento fortuito. Quase aconteceu aos 60’quando, graças ao recurso do VAR, o mediador anulou o 1 X 0 da Áustria num impedimento de Arnautovic. Pior, para Mancini, a Itália fazia a sua pior partida desde sua posse em 2018, depois de uma terrível ausência na Copa da Rússia.

O arremate de Chiesa, Itália 1 X 0 Áustria
O arremate de Chiesa, Itália 1 X 0 Áustria

O “Mancio”, então, decidiu mexer no time. E colocou no campo Locatelli e Pessina. Autores, respectivamente, de duas e uma das sete “reti” da “Azzurra” nesta Euro2020. E subitamente as condições se alteraram, a Itália a abusar de uma pressão praticamente neurastênica. Prorrogação, e parte um de uma vera loteria. E enfim, aos 95’, golaço de Federico Chiesa, um outro proveniente do banco de reservas. Do flanco esquerdo, o excelente Spinazzola levantou, Chiesa matou a pelota de destra e fulminou implacavelmente de canhota, 1 X 0.

Chiesa, o responsável pela recuperação da Itália na prorrogação
Chiesa, o responsável pela recuperação da Itália na prorrogação

Restaria preservar tal resultado, chegar à sua 31ª pugna sem perder, a 12º vitória em seguida, a 13ª partida sem sofrer um tento. E o alívio brotou aos 105’, um passe de Insigne ao becão Acerbi, pertinho da linha de fundo, a funcionar como pivô, toque a Pessina, que fuzilou entre Bachmann e o poste, 2 X 0. Alívio? Que nada. A Áustria não desistiu. Franco Foda mandou ao gramado o enorme Sasa Kalajdzic. Escanteio aos 114’. Cruzamento à meia altura de Schaub. Entre quatro inimigos Kalajdcic, quase de joelhos, desvia de cocoruto e Donnaruma apenas olha. Áustria 1 X 2. Foi só, todavia. A “Azzurra” também nas quartas de final, dia 2, em Munique, na Alemanha. contra a Bélgica ou contra Portugal.

Seguem os combates que restam nestas oitavas:

Dia 27

NEERLÂNDIA X REPÚBLICA TCHECA

Budapest, Hungria, Puskàs Arena

Público: 60.493 ingressos à venda

Árbitro: Sergei Karasev (Rússia)

A Puskás Arena de Budapest
A Puskás Arena de Budapest

BÉLGICA X PORTUGAL

Sevilha, Espanha, Estadio La Cartuja

Público: 15.000 ingressos à venda

Árbitro: Felix Brych (Alemanha)

Dia 28

CROÁCIA X ESPANHA

Copenhague, Dinamarca, Parken Stadium

Público: 16.000 ingressos à venda

Árbitro: Cuneyt Çaqir (Turquia)

A Arena Nationalà de Bucarest
A Arena Nationalà de Bucarest

FRANÇA X SUÍÇA

Bucarest, Romênia, Arena Nationalà

Público: 13.908 ingressos à venda

Árbitro: Fernando Rapallini (Argentina)

Dia 29

INGLATERRA X ALEMANHA

Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

Público: 21.750 ingressos à venda

Wembley, em Londres
Wembley, em Londres

SUÉCIA X UCRÂNIA

Glasgow, Escócia, Hampdem Park

Público: 14.000 ingressos à venda

Como ficam, agora, as pugnas remanescentes:

QUARTAS DE FINAL

Dia 2 de Julho

FRANÇA/SUÍÇA X CROÁCIA/ESPANHA

São Petersburgo, Rússia, Krestovsky Stadium

BÉLGICA/PORTUGAL X ITÁLIA

Munique, Alemanha, Allianz Arena

Dia 3 de Julho

NEERLÂNDIA/REPÚBLICA TCHECA X DINAMARCA

Baku, Azerbaidjão, Olimpiya Stadionu

SUÉCIA/UCRÂNIA X INGLATERRA/ALEMANHA

Roma, Itália, Stadio Olìmpico

SEMIFINAIS

Dia 6 de Julho

BEL/POR/ITA/AUS X FRA/SUÍ/CRO/ESP

Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

Dia 7 de Julho

NEE/TCH/GAL/DIN X SUÉ/UCR/ING/ALE

Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

FINAL

Dia 11 de Julho

Londres, Inglaterra, Wembley Stadium

Determinada a festejar condignamente os 60 anos da sua preciosa competição inter-seleções, a UEFA, a entidade que administra o Futebol no Velho Continente, projetou para 2020 uma Eurocopa absolutamente fora do habitual. À parte as eliminatórias de praxe, obviamente espalhadas, não mais a competição de fato em um único país-sede, no máximo em duas nações, como já sucedeu em três datas: 2000 na Bélgica e na então Holanda, hoje Neerlândia; em 2008 na Áustria e na Suíça; enfim, em 2012, na Polônia e na Ucrânia.

Esta seria a Eurocopa da Europa inteirinha.

A URSS de 1960, a primeira campeã de uma EuroCopa
A URSS de 1960, a primeira campeã de uma EuroCopa

A idéia de tal Copa surgiu em 1960, planejada como uma batalha quadrienal. E a então União Soviética arrebatou a sua primeira taça. Esta edição, a sua 16ª, carinhosamente apelidada de Euro2020, se inaugurou em 21 de Março de 2019, com todas as 55 afiliadas da UEFA. Na sua fase de eliminatórias, dividiu as 55 equipes em dez chaves, cinco de cinco e cinco de seis, e classificou vinte, as campeãs e as vices. Das outras 35, se descartaram as dezenove pior cotadas de acordo com um ranking elaborado a partir da Liga das Nações, uma outra ideia da UEFA. As poupadas brigariam em mata-matas até sobreviverem quatro.

O Olimpiya de Baku, no Azerbaidjão
O Olimpiya de Baku, no Azerbaidjão

Enfim, 24 seleções, de novo ranqueadas e daí divididas, em quatro potes de seis, para a realização de um sorteio. Haveria seis grupos de quatro. Peculiaridade inédita da celebração dos sessenta anos: cada um dos seis grupos se alojaria em duas cidades diferentes, desde Glasgow, na Escócia, até Baku, no Azerbaidjão. A Covid-19, todavia, atrasou o folguedo. A competição apenas ressuscitaria no dia 11 de Junho de 2021. Questão de justiça, a Euro pôde manter o 2020 como sobrenome. E enfim definidas, em cada um dos grupos, a sua campeã e a sua vice, para se completarem as dezesseis seleções das oitavas de final também se promoveram as quatro melhores dentre as terceiras.

A taça, o mascote "Skillzy" e a bola da Euro2020
A taça, o mascote "Skillzy" e a bola da Euro2020

Seus confrontos, previamente designados de acordo com as respectivas colocações nas chaves, transcorrerão até o dia 30 de Junho e ainda viajarão por Budapest, Sevilha, Copenhague, Bucarest, Glasgow e Londres, mais uma vez. Em 3 e 4 de Julho, São Petersburgo, Munique, Baku e Roma hospedarão as quartas de final. As semis e a final se realizarão em Wembley, Londres, Inglaterra, nos dias 7, 8 e 12. No global desta Euro2020, acumuladas as eliminatórias e as chaves, já houve um total de 300 jogos e 927 gols, média de 3,09. Apesar da Covid-19, 5.907.870 pessoas, protegidas por meticulosos protocolos de segurança, desfrutaram o prazer de comparecer aos estádios, a média de 19.692,

Cristiano Ronaldo, por enquanto o artilheiro da competição
Cristiano Ronaldo, por enquanto o artilheiro da competição

Artilheiros:

5 gols – Cristiano Ronaldo (Portugal)

3 gols – Romelu Lukaku (Bélgica), Gorginio Wynaldum (Neerlândia), Patrick Schick (República Tcheca), Emil Forsberg (Suécia) e Robert Lewandowski (Polônia)

Árbitros que mais apitaram:

3 jogos – Antonio Mateu Lahoz (Espanha), Daniel Siebert (Alemanha)

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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