Vexame mostra que Dome está perdido. E que Fla se perdeu junto
Ninguém jogou nada contra Atlético-GO. Técnico, jogadores e dirigentes do futebol precisam explicar motivos de queda vertiginosa em tão pouco tempo
R7 Só Esportes|Eduardo Marini, do R7
Atlético-GO três, Flamengo zero — fora o baile —, pela segunda rodada do Brasileirão 2020.
O rubro-negro, quem diria, é o lanterna do campeonato: dois jogos, nenhum ponto, nenhum gol a favor e quatro contra na competição.
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O técnico catalão Domènec Torrent, o elenco e até algum diretor ligado ao futebol deverão se sentir na obrigação de explicar essa queda vertiginosa e surpreendente de rendimento de um elenco que encantava o país e o continente até o início da pandemia do coronavírus.
É possível entender um despencar dessa dimensão, em tão pouco tempo, nos casos em que um técnico vai embora após arrumar um elenco razoável, com algumas boas peças, e outro chega de última hora para manter o nível e iniciar uma competição pesada como o Brasileirão.
Caso, por exemplo, do Santos, que perdeu o ótimo Jorge Sampaoli e o desafio caiu nas mãos do português Jesualdo Ferreira, que não conseguiu boa sequência.
Mas não com um elenco estrelado como o rubro-negro, que mostrou refinamento e entrosamento raros até semanas atrás.
Por que poupar Rafinha e Arrascaeta neste início de campeonato, tendo ficado 24 dias sem jogos, se ambos entraram no decorrer da partida?
Como explicar um esquema que na primeira etapa deixou o zagueiro Rodrigo Caio improvisado, perdido e sem qualquer proteção na lateral-direita?
Como explicar também as quedas brutais de rendimento de Gabigol, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Léo Pereira, Vitinho e Gerson, apesar do esforço desse último na partida, que o salvou em meio ao fracasso total de seu time?
Torrent, é verdade, tem grande parte de culpa pelo que ocorreu nestes dois jogos, sobretudo na noite desta quarta-feira (12). Prometeu mudar o time aos poucos, mas promoveu alterações agudas. Entrou em campo contra o Atlético-GO com Bruno Henrique e Vitinho abertos, Gabigol centralizado e Everton no meio.
Distanciado, sem dominar ainda a filosofia de ocupação de espaços do novo técnico, o time não criou nada e levou um senhor baile no primeiro tempo, num domínio absoluto do Atlético-GO que, diga-se, permaneceu na etapa final.
O Flamengo de hoje é um time irreconhecível.
Perdido, inseguro, descoordenado. Em campo, os jogadores passam a nítida impressão de ainda não terem entendido patavinas do que deseja o novo técnico neste momento de transição de comando.
Torrent e o rico elenco do Fla estão perdidos, e essa falta de rumo se reflete em lances claros da partida protagonizados por atletas rubro-negros descontrolados.
Como a expulsão do goleiro Diego Alves no segundo tempo, após empurrar o rosto de adversário (não chegou a bater, mas a nova recomendação da Fifa pede cartão vermelho para quem coloca propositalmente a mão na face do atleta rival).
E, logo depois, num carrinho com as duas pernas de Rafinha, que deveria ter sido punido com expulsão, mas o árbitro Luiz Flávio de Oliveira deu apenas no cartão amarelo.
A se julgar pelas declarações vazias dos jogadores ao final da partida, ninguém, a começar pelo elenco, entende, ao menos por enquanto, como essa queda pode ter sido tão grande e, mais grave, os caminhos que Torrent pretende trilhar.
Uma pancada dada pelo Atlético-GO, com muito merecimento.
Três a zero — fora o baile —, um gol anulado e outros mais perdidos pelo time da casa.
O campeonato tem 38 jogos. Faltam 36. Os jogadores dizem confiar muito em Torrent.
De qualquer forma, é preciso uma explicação para o fato de o Flamengo ter abandonado tão rápido o esquema vencedor de JJ sem ancorar em outro minimamente decente.
Torrent e seus comandados ficaram no meio do caminho – o meio do caminho da nulidade.
Alguém precisa explicar isso.
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