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Cosme Rímoli - Blogs

Palmeiras não foi Palmeiras. Falta de intensidade, lentidão, vibração. Empate burocrático diante do fraco Atlético Goianiense

O Palmeiras continua disparado na liderança, mas o empate em Goiânia mostrou uma equipe menos aguerrida e objetiva. Não há comparação entre os elencos. 1 a 1 justo pela postura burocrática do time de Abel Ferreira

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Scarpa foi muito bem marcado. Conseguiu dar sua 14ª assistência, em bola parada. Cobrando escanteio
Scarpa foi muito bem marcado. Conseguiu dar sua 14ª assistência, em bola parada. Cobrando escanteio

São Paulo, Brasil

Cansaço, desatenção, falta de intensidade na marcação e um toque de lentidão.

O Palmeiras não foi o Palmeiras em Goiás.

E faciltou a missão do Atlético Goianiense, que precisava desesperadamente pontuar, para continuar sua luta para se livrar do rebaixamento. E nada melhor do que empatar com o líder disparado, e virtual campeão do Brasileiro.


O empate em 1 a 1, foi comemorado como vitória pelo time do Planalto Central. Serviu como uma lição para o time de Abel Ferreira.

Embora ainda faltem sete partidas para o campeonato acabar e a vantagem enorme de dez pontos em relação ao Internacional, a equipe precisa entrar mais aguerrida, mais concentrada. Porque o calor, o tempo abafado de Goiânia, não serve como desculpa para empatar com uma equipe muito abaixo tecnicamente. O Brasileiro ainda não foi conquistado.


'Claro que a gente não queria o empate, mas no decorrer do jogo sofremos o gol e suportamos. Pudemos somar, manter os dez pontos na frente e é manter o trabalho para continuar vencendo. A gente está pensando jogo a jogo, não tem essa de atrapalhar (a conquista do Brasileiro). "Somamos um ponto e vamos forte nessa briga", resumia, irritado, Murilo.

"Claro (que o empate teve gosto de vitória), jogando contra o líder, sabemos que seria difícil, é um empate para ser valorizado que aumenta nossa invencibilidade de três partidas e dá confiança para a gente sair dessa zona (do rebaixamento)", comemorava Shaylon.


Lógico que logo após a partida, inúmeros chamava a atenção a inacreditável marca dos zagueiros palmeirenses. Gustavo Gómez e Murilo marcaram vinte gols até agora. Jamais uma dupla de defensores centrais que jogou no Palestra Itália foi tão artilheira.

Mas não esconde o futebol decepcionante do líder do Brasileiro.

Confirmado até pelo seu treinador, Abel Ferreira, após o jogo.

"Entramos bem, queríamos ganhar o jogo. Mas a partir dos 20 minutos do primeiro tempo até o final da partida não fomos bem.

"Se é verdade que não merecíamos sair daqui derrotados, também não mereciámos sair daqui (de Goiânia) com uma vitória", resumiu, justo, verdadeiro.

"Quando não dá para ganhar, o importante é somar pontos. Esse foi o nosso propósito nessa competição. Mas hoje não foi o nosso jogo mais inspirado."

Abel Ferreira admitiu. O Palmeiras não jogou bem em Goiânia. Futebol decepcionante do líder
Abel Ferreira admitiu. O Palmeiras não jogou bem em Goiânia. Futebol decepcionante do líder

Abel foi mais eloquente ao perceber a decepção dos jornalistas após o empate. E tratou, lógico, de valorizar o rival, mais fraco, e que luta muito para não ser rebaixado.

"Tu queres olhar para uma equipe que briga para não cair, mas olho para uma equipe semifinalista da Sul-Americana. Uma equipe que vira 2 a 0, contra o Fluminese, para 3 a 2, alguma coisa tem que ter.

"Tem um treinador novo, a motivação de seus jogadores, o fato de jogar na sua casa com esse clima que é duro, o Weverton e os jogadores tinham avisado sobre isso, hoje não deu para mais que isso. Há um demérito nosso, mas também mérito do adversário. Tem uma equipe experiente, bem montada e o fato de jogar a Sul-Americana lhe tirou tempo e frescura para jogar. Na minha opinião, é uma equipe para estar mais em cima (da tabela)."

Abel agiu com cautela na entrevista. Não quis detalhar o que não funcionou. Mas o Palmeiras se ressentiu demais de compactação, de contragolpes em bloco, Gustavo Scarpa foi encaixotado na intermediária goiana. Marcos Rocha e Piquerez não conseguiram ser efetivos no auxílio do ataque.

Dudu e Rony ficaram isolados, tendo de enfrentar adversários dando a alma em campo. Danilo e Zé Rafael demoravam para sair da defesa para o ataque. Fizeram uma partida muito abaixo do normal.

Eduardo Souza tratou de fazer seu time marcar forte, a partir da saída de bola palmeirense. A estratégia era impedir o toque de bola, obrigar os chutões, os lançamentos de qualquer maneira. 

Gustavo Scarpa e Murilo comemoram. Foi o 54º gol de bola parada do Palmeiras de Abel
Gustavo Scarpa e Murilo comemoram. Foi o 54º gol de bola parada do Palmeiras de Abel

Como o Palmeiras estava menos compactado do que o normal, o Atlético Goianiense teve duas chances claríssimas no primeiro tempo para marcar dois gols. 

Aos nove minutos, Weverton saiu de forma precipitada e Luiz Fernando chega antes dele, na ponta esquerda e bate colocado, com efeito, para o gol. Gustavo Gómez salta de cabeça e salva, em cima da linha.

E aos 33 minutos, com o meio-campo aberto e a zaga exposta, Luiz Fernando deu um passe precioso para Wellington Rato. Ele entrou cara a cara, livre, diante de Weverton. Mas o meia tentou driblar o melhor goleiro do país. E o palmeirense conseguiu dar um tapa na bola, evitar o drible e evitar o gol.

O Palmeiras, no primeiro tempo, não conseguiu ser ofensivo. Foi um time lento, previsível.

Mas mal começou a segunda etapa, e aos três minutos, o time de Abel Ferreira mostrou porque treina tanto. Gustavo Scarpa cobrou escanteio de forma excelente. Murilo cabeceou firme para as redes de Renan. Palmeiras 1 a 0.

Zé Rafael esteve lento, indeciso. Ele e Danilo foram muito mal. Deram espaço para contragolpes
Zé Rafael esteve lento, indeciso. Ele e Danilo foram muito mal. Deram espaço para contragolpes

Eduardo Souza não tinha outra saída, a não ser adiantar sua equipe. Tinha de arriscar. E deu certo. Porque o Palmeiras não estava preparado para a blitz que tomou. O Atlético Goianiense explorou muito bem as costas de Piquerez, que outra vez se mostrou cansado, desgastado. 

E o empate veio da direita. Marlon Freitas deu excelente lançamento para Dudu, que invadiu pelas costas de Piquerez, e cruzou forte, Weverton ainda conseguiu cortar. Só que a zaga, mal colocada, não o ajudou. E a bola sobrou para Shaylon empatar, aos 19 minutos. 1 a 1.

A partir daí, o ritmo do jogo caiu.

Ambos estavam satisfeitos.

O Atlético Goianiense empatou com o líder do Brasileiro, com seu elenco milionário.

E o Palmeiras, burocrático, conseguiu mais um ponto importante.

Mas, apesar de Abel Ferreira não assumir completamente, o futebol da sua equipe, cada vez mais perto do título do Brasileiro, foi decepcionante.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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