São Paulo, Brasil
“Porque futebol é assim!
Tu como sempre fizeste o teu melhor e o que bem sabes mas só não consegues vencer uma batalha!
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Por isso cabeça erguida que a vida continua e sempre serás o nosso melhor! Amor da minha vida."
Com o amor incondicional de uma irmã, Elma Aveiro, tentou consolar no seu instagram, Cristiano Ronaldo.
Ele não conseguiu conter as lágrimas ontem em Turim.
A eliminação da Juventus diante do Ajax, ainda nas quartas-de-final, da Champions League foi um golpe pesado demais.
Extremamente competitivo, focado, responsável com a carreira, com o clube italiano, com os companheiros, o jogador agiu como se sentisse seu mundo ruir.
O português sabia que todas as câmeras, todos os olhares dos 41. 407 torcedores, que lotaram a arena da Juventus, estavam focados nele.
Mesmo os eufóricos holandeses, orgulhosos do jovem time do Ajax, tratavam de acompanhar a reação dolorida, ferida do cinco vezes melhor do mundo.
Aos 34 anos, Cristiano Ronaldo sabia também que uma chance de ouro foi desperdiçada. Não só para a Juventus, campeã da Champions pela última vez em 1996.
Mas para o português.
A Champions deste ano seria fundamental para sua carreira, para seu ego.
A conquista pela Juventus deveria ser o final de um roteiro que se iniciou com o desprezo do presidente do Real Madrid, Florentino Perez.
"Sentia que dentro do clube, sobretudo por parte do presidente, não me consideravam como no começo. Nos quatro ou cinco primeiros anos, tinha a sensação de ser Cristiano Ronaldo. Depois, menos. O presidente me olhava como se eu não fosse mais indispensável.
"Florentino nunca me viu além de uma relação de negócios. Tudo o que me dizia não vinha do coração", desabafou à France Football.
Enquanto isso, o dirigente espanhol começou a espalhar para jornalistas amigos espanhóis que a saída de Cristiano Ronaldo tinha explicação na inveja do português dos salários de Messi e Neymar.
Ele exigia receber mais.
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Por isso, Perez o despachou sem dó à Juventus por 100 milhões de euros, R$ 438 milhões. Preço que foi considerado pela imprensa do mundo todo como muito baixo.
E outra situação que não tem como ser desprezada.
O sutil afastamento da cúpula do Real quando o assunto era a acusação de estupro do atacante, feita pela norte-americana Kathryn Mayorga, a quem o jogador pagou 375 mil dólares, R$ 1,4 milhões, por um acordo de confidencialidade, em 2009.
Cristiano Ronaldo se reinventou na Juventus, com um elenco forte, mas abaixo daquele que conviveu em Madri.
É peça fundamental na disparada e título mais do que garantido no Italiano, onde é um dos artilheiros.
Mas o que ele desejava, como ninguém, era ser campeão da Champions nesta temporada com a camisa da Juventus.
Fez o que pôde.
Marcou seis gols para a Juventus.
Cinco deles na fase de mata-mata.
Só que seus companheiros não o acompanharam.
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E veio a eliminação de ontem diante do Ajax.
Cair nas quartas-de-final foi duro demais com Cristiano Ronaldo.
Foi a primeira vez, desde 2009, que não chega à semifinal da Champions.
Nas 15 participações havia apenas dois caminhos. Ou avançava, como fez em 11 vezes, ou nem chegava às quartas, como aconteceu quatro vezes.
"Ele não é Mandrake", publicou com destaque o jornal italiano "Gazzetta Dello Sport",
Destacou a necessidade de companheiros do seu nível.
A eliminação é um golpe forte também na corrida de Cristiano Ronaldo na busca da sexta bola de ouro.
Ele sabe que seu concorrente direto, Messi, segue na competição, com o renascido Barcelona na semifinal.
O argentino voltou a jogar muito bem.
E é o favorito ao prêmio este ano, já que não há Copa do Mundo, onde seu desempenho costuma ser fraco.
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Ele sabe que a sexta Bola de ouro escorregou das suas mãos.
Diante de apaixonada torcida italiana, que o adora.
Para completar sua depressão com a eliminação, advogados de Kathryn Mayorga tentam na justiça norte-americana anular o acordo de confidencialidade com Cristiano Ronaldo.
A alegação é desequilíbrio emocional e pressão dos advogados do jogador em 2009.
A Juventus já tomou providência para o seu reinício de temporada, em agosto deste ano.
Já avisou aos organizadores da Internacional Champions Cup.
Não fará jogos nos Estados Unidos.
Apenas na Ásia.
Na China e em Singapura.
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O medo é que Cristiano Ronaldo seja obrigado a participar das investigações de uma possível reabertura da acusação de estupro, revelou o jornal "New York Times".
A pressão pela acusação de estupro voltará.
É mais fácil se defender sendo o melhor do mundo.
O que não deve acontecer.
Em todos os sentidos a conquista da Champions de 2019 seria um alento para Cristiano Ronaldo.
Mas ele não conseguiu.
Por isso vieram as lágrimas.
E o enorme desencanto...
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