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Cosme Rímoli - Blogs

Dez anos depois, volta Bernard. Símbolo do 7 a 1 para a Alemanha. ‘A alegria nas pernas’, de Felipão. Desculpa para não chamar Ronaldinho Gaúcho

Um dos principais personagens do maior vexame da história do futebol brasileiro volta para o Atlético Mineiro. Pagou o preço pela falta de visão, irresponsabilidade tática de Felipão. Virou peça fundamental para os alemães humilharem o Brasil, na Copa de 2014,

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Bernard foi sacrificado. Entrou em um time escancarado e desentrosado. Em plena semifinal da Copa do Brasil. 7 a 1 foi pouco para a Alemanha

Estou doidinho para colocar o Bernard. Nossa Senhora!

“Que alegria nas pernas tem aquele guri!”

Começava na Copa das Confederações, de 2013, a triste sina de Bernard na Seleção Brasileira.

Felipão exagerava, de maneira consciente, o futebol do meia habilidoso, rápido, letal do Atlético Mineiro, que havia sido personagem importante para a classificação da semifinal do time para a semifinal da Libertadores daquele ano.


O time dirigido por Cuca seria campeão depois da Copa das Confederações.

Luiz Felipe Scolari convocou Bernard para compensar a ausência de um jogador que era clamado pela imprensa e torcida.


Assim como fora Romário, no Mundial de 2002.

Ronaldinho Gaúcho.


O técnico decidiu repetir a mesma fórmula, deixando de fora um excelente jogador, mas descomprometido com a Seleção.

Ronaldinho estava jogando de forma sensacional no Atlético.

Felipão optou por Bernard, que também estava bem.

Era dócil, obediente.

Poderia ter sido chamado, mas Gaúcho foi injustiçado.

Bernard foi reserva na Copa das Confederações.

Convocado para a Copa de 2014, também na reserva, foi a ‘grande surpresa’ de Felipão na semifinal contra a Alemanha.

O ex-treinador Gallo, observador dos adversários, havia implorado para o técnico montar um meio de campo fechado, de muita força, com volantes voluntariosos, para tentar conter os germânicos.

Mas, misturando teimosia e irresponsabilidade, Felipão colocou o Brasil aberto.

Júlio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho, Bernard e Oscar; Hulk e Fred

Só Luiz Gustavo como volante marcador, já que Fernandinho tinha a missão de sair com a bola dominada e protegia mal a intermediária, a entrada da área.

Schweinsteiger, Khedira, Muller e Kroos fizeram o que quiseram.

Foi uma avalanche de gols.

Bernard parecia um menino perdido, tal sua fragilidade física diante dos vigorosos e muito bem treinados alemães.

7 a 1 foi pouco. Os germânicos combinaram no intervalo, quando já estava 5 a 1, não humilharem demais.

Depois que fizeram seu sétimo gol, diminuíram o ritmo propositalmente.

A imagem do fiasco ficou tatuada na testa de Bernard.

A esta altura, ele já estava no Shakhtar Donetsk, na Ucrânia.

Símbolo do fracasso, foi deixado de lado pela Seleção Brasileira.

Foi para o Everton, em 2018.

Quem esperava a reencarnação de Juninho Paulista na Premier League, se decepcionou.

Bernard virou um atleta mais consciente taticamente, ficaram cada vez mais raras as arrancadas.

Os dribles em velocidade, resumidos exageradamente como ‘alegria nas pernas’, sumiram.

Virou um atleta inteligente, leve, rápido, mas de toque de bola, infiltrações.

Bom atleta, mas nada de excepcional tecnicamente.

Da reserva do Everton foi jogar nos Emirados Árabes, no Al-Sharjah, em 2021.

De lá, acabou no Panathinaikos, da Grécia, em 2022

Bernard, envelhecido, perdendo cabelos. Encerrou ontem seu contrato na Grécia. Foi campeão com o Panathinaikos

Desde que estava na Ucrânia, Bernard foi sondado para retornar ao Brasil.

Palmeiras, Grêmio, Flamengo, Internacional tentaram sua contratação.

Assim como o mais insistente, o Atlético Mineiro.

Ele não queria, traumatizado pelo duro peso do 7 a 1.

Agora, na fase final de sua carreira, ele cedeu.

Tem a promessa que a torcida atleticana será seu escudo.

Não sofrerá ataques diretos pelo vexame de dez anos atrás.

Bernard ‘nasceu’ no clube mineiro.

Ele fechou contrato por dois anos e meio, até o fim de 2027.

Desembarcará nesta sexta-feira, em Belo Horizonte.

Para tentar resgatar sua imagem no país.

Ele foi um inocente útil para Felipão.

O plano fracassado para deixar Ronaldinho Gaúcho de fora, na Copa de 2014.

No momento mais vergonhoso do futebol brasileiro na história...









Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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