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Botafogo se torna o líder mais desacreditado. Jogadores que derrubaram Lage fracassam. 13 pontos de vantagem desapareceram

Líder perde para o Vasco e mergulha em depressão. A própria torcida, que estava empolgada com a chance de vencer o Brasileiro, depois de 28 anos, é a primeira a não acreditar mais. A crise no Botafogo é profunda

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Tiquinho, que já foi a imagem da confiança, da empolgação. Agora retrata o pessimismo, a descrença
Tiquinho, que já foi a imagem da confiança, da empolgação. Agora retrata o pessimismo, a descrença Tiquinho, que já foi a imagem da confiança, da empolgação. Agora retrata o pessimismo, a descrença

São Paulo, Brasil

Medo de um vexame histórico.

Essa é a sensação que domina o Botafogo, líder do Brasileiro.

O clube carioca sofre todas as consequências de uma euforia precoce, que dava como certa a conquista do Brasileiro, depois de 28 anos.

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Não é para menos: a vantagem para o segundo colocado chegou a 13 pontos.

Depois da justa derrota de ontem, no clássico contra o Vasco, o Botafogo não tem mais vantagem nenhuma em relação ao Palmeiras. Está empatado com 59 pontos, com uma partida a menos. O Bragantino tem 58 pontos e o mesmo número de jogos, com direito a confronto direto, no domingo (12), em Bragança Paulista.

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O pior é que o medo está na espinha de Lúcio Flávio, do auxiliar Carli e dos jogadores.

Eles assumiram um motim para derrubar o treinador português Bruno Lage.

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Foram diretos com o americano John Textor, dono da SAF, que controla o clube. Queriam a saída de Lage por um motivo muito simples. Ninguém acreditava mais nas suas orientações, na sua liderança.

De maneira clara, falaram que ele "perdera o grupo".

A reunião por vídeo aconteceu logo após o empate com o Goiás. O Botafogo estava com nove pontos de vantagem no Brasileiro. 

Textor, diante da postura firme do grupo, perguntou se eles estavam prontos para assumir a responsabilidade pelo que faziam. A resposta foi afirmativa. E o americano não se importou em pagar R$ 4,5 milhões de multa. Ele queria era o título do Brasileiro.

Perguntou ao ex-jogador e então auxiliar Lúcio Flávio se ele estava disposto a ser o novo treinador. Era a maneira como Textor repassava o controle do futebol ao time.

Lúcio Flávio aceitou, com a bênção dos líderes do elenco. E ele pediu para auxiliá-lo o argentino Carli. Textor cedeu, e o ex-zagueiro, de personalidade fortíssima, assumiu. Dois dias depois que Lage foi despachado, após 16 partidas.

Desde então, o motim se mostrou muito menos eficiente do que se previa.

O aproveitamento do time sob o comando de Lúcio Flávio vem caindo desesperadamente, de acordo com o aumento da responsabilidade dos jogos. A ponto de ser pior do que era com o técnico português.

A campanha é assustadora: o Botafogo ganhou do Fluminense, por 2 a 0, e do América Mineiro, por 2 a 1, empatou com o Athletico, em 1 a 1, e perdeu para Cuiabá, por 1 a 0, do Palmeiras, por 4 a 3, e do Vasco, por 1 a 0.

Com Bruno Lage, o rendimento foi de 42,2%.

Lúcio Flávio sente a inexperiência no comando do Botafogo. Na reta final do Brasileiro, seu time fraqueja
Lúcio Flávio sente a inexperiência no comando do Botafogo. Na reta final do Brasileiro, seu time fraqueja Lúcio Flávio sente a inexperiência no comando do Botafogo. Na reta final do Brasileiro, seu time fraqueja

Já com o atual técnico, é de 38,8%. Em seis jogos, duas vitórias, um empate e três derrotas.

Textor está suspenso pela CBF por ataques à credibilidade do Brasileiro.

Tiquinho, que era não só o principal jogador do Botafogo, mas do próprio campeonato, vive seu pior momento. Sem confiança, irritadiço, afobado. Na partida de de segunda (6), contra o Vasco, tomou cartão amarelo infantil e não enfrentará o Grêmio na quinta-feira (9).

Há dois problemas graves que impedem a reação do Botafogo.

O primeiro é a maneira de jogar.

Lúcio Flávio tenta repetir a pressão alta, a saída de bola vibrante, as triangulações pelos lados em velocidade, a compactação da equipe para atacar e na recomposição para defender.

Mas, além de os adversários saberem exatamente como o time se comporta e explorar contragolpes das laterais pelo meio, onde o sistema defensivo se mostra espaçado, por trás dos volantes, há outro fator fundamental.

Os jogadores do Botafogo perderam a confiança.

Confundem velocidade com afobação, o que facilita o sistema defensivo adversário. Além de os rivais perceberem o nervosismo dos comandados de Lúcio Flávio.

Neste momento é que fica evidente a necessidade de um treinador vivido, acostumado a decisões.

Lúcio Flávio faz o seu máximo, mas tem limitações por causa da inexperiência.

Textor acena com o que pode.

Com a promessa de uma premiação milionária aos atletas pelo título.

Mas dinheiro não basta.

Os jogadores do Botafogo sabem que estão no olho do furacão.

Descontrole emocional do Botafogo se mostra também em suspensões, em cartões infantis
Descontrole emocional do Botafogo se mostra também em suspensões, em cartões infantis Descontrole emocional do Botafogo se mostra também em suspensões, em cartões infantis

Depois de, pelos próprios méritos, se colocarem como líderes disparados da competição, agora estão desacreditados pela queda abrupta de rendimento.

Apesar de continuar na liderança, as críticas chegam pesadas, cruéis.

Porque partem da própria torcida, primeiro.

A descrença de que suportará a posição por mais sete jogos é generalizada.

Os atletas, que derrubaram Lage, apostam em uma última saída.

Um pacto de total dedicação, concentração, para conquistar o Brasileiro.

O primeiro passo é pedir o apoio total dos torcedores neste jogo de quinta-feira, contra o Grêmio.

Depois, entregarem-se nestes sete últimos confrontos, como se fossem sete finais.

Ganhar o Brasileiro ainda está nas mãos dos botafoguenses.

Sete vitórias, e tudo acabou.

Os adversários são Grêmio, em casa; Bragantino, fora; Fortaleza, fora; Santos, em casa; Coritiba, fora; Cruzeiro, em casa; e Internacional, fora.

Mas a descrença no Rio de Janeiro segue enorme.

E começa no próprio Botafogo...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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