São Paulo, Brasil
Tite é um técnico previsível.
E que sabe que sairá do comando da seleção brasileira após o fim da participação do Brasil no Mundial do Catar. Vencendo ou perdendo a Copa.
O Corinthians é um caminho natural, já que o Mundial terminará em novembro. E o contrato de Vítor Pereira, em dezembro.
Apesar do sonho do técnico gaúcho de 61 anos, de trabalhar em um grande clube europeu.
O boato, plantado, na CBF, de que ele iria para o Arsenal, se mostrou ridículo. Ninguém aventava essa possibilidade na Inglaterra. O clube londrino renovou o contrato do espanhol Mikel Arteta ontem, até junho de 2025.
Os mesmos jornalistas que divulgavam o boato que nasceu para valorizar Tite se calaram.
O nome de Tite não é cogitado nas grandes equipes europeias, que já decidiram seus treinadores para a nova temporada, que começará em agosto.
Para falta de sorte do treinador da seleção, a Copa do Mundo é no fim do ano. Os clubes europeus planejam sua temporada em abril, maio, no máximo. E querem o comandante do futebol em julho no clube, para a pré-temporada.
Situação que é impossível para Tite.
Além do fato de o último treinador a deixar a seleção brasileira, direto de uma Copa, e assumir um grande clube europeu foi Sebastião Lazaroni, em 1990, quando treinou a Fiorentina. Sua campanha foi um fracasso. O time terminou em 12º lugar. E foi demitido após apenas cinco jogos na temporada 91/92.
Luxemburgo fracassou no Real Madrid em 2005. Felipão também passou vergonha no Chelsea.
Não há ânimo dos grandes clubes europeus para contratar treinadores do Brasil. Eles são vistos como atrasados. Não há algum comandando um gigante europeu desde a vexatória passagem de Felipão por Londres, em 2009. Lá vão 13 anos.
No Parque São Jorge, ninguém toca no assunto treinador em 2023.
"Quando eu saí do Porto, fui para a Arábia Saudita (Al-Ahli Jeddah). Eu tenho tomado algumas decisões na minha vida que são muito intuitivas, emocionais. Para me convencer, é preciso apelar um pouco ao meu sentimento. Fui para lá com dois anos de contrato e no final do primeiro quis ir embora e paguei um ano de multa.
"Então nunca mais voltei a fazer contratos de longa duração. Preciso chegar no final da temporada e ver se estou feliz, se o clube está feliz comigo", explicou Vítor Pereira, ao assinar com o Corinthians.
O diretor de futebol do clube paulista, Roberto de Andrade, era presidente quando Tite assumiu a seleção em 2016. Seu amor ao trabalho do técnico era tanto que ele assumiu ter pensado em processar a CBF.
Duilio segue sendo admirador convicto de Tite.
Roberto de Andrade, nem se fala.
O treinador da seleção diz a toda entrevista estar com saudade do trabalho do "dia a dia" nos clubes. Sem ser o Brasil, outro mercado em que Tite tem caminho aberto é o árabe.
Foi duas vezes trabalhar nos Emirados. No Al-Ain e no Al-Wahda.
Jornalistas próximos ao treinador acreditam que, dependendo do resultado da Copa, ele vai descansar alguns meses ou não.
Mas está plenamente consciente de que seu sonho de clube europeu está praticamente morto.
A não ser que a seleção brasileira faça uma Copa maravilhosa.
Mas hoje o mercado está fechado para ele.
Os seus amigos que divulgaram o "interesse" do Arsenal estão envergonhados.
Mas é assim que o futebol segue no Brasil.
Com notícias plantadas que são esquecidas três meses depois.
A "vontade" de o Arsenal ter Tite foi divulgada em março.
Com a confirmação da permanência de Arteta, todos se "esqueceram" de que, por exemplo, o diretor técnico e ex-coordenador da seleção Edu Gaspar "faria tudo" para contratar Tite.
Não fez.
Porque a meta do clube britânico sempre foi seguir com Arteta.
Tite que pense a sério no Corinthians...