Meninos da Vila Croácia ganham uniforme sensação da Copa 2018
Designer gráfico se sensibilizou com projeto social e doou conjuntos para time da zona oeste do Rio; técnico da seleção de futebol de areia cedeu materiais
Especiais|André Avelar, do R7
Tido como um dos uniformes mais bonitos de toda a Copa do Mundo da Rússia 2018, a camisa escura croata também chegou à Vila Croácia, na zona oeste do Rio de Janeiro. Um admirador da escolhinha de futebol local não poupou esforços para presentear os garotos com o uniforme quadriculado em preto e azul-marinho.
Pedro Martino, um designer gráfico carioca apaixonado pela seleção croata, conheceu o projeto social e de cara se encantou com a história. Sem querer badalação alguma, entrou em contatos com amigos e mais amigos até enfim conseguir “um preço camarada” com uma loja de confecções para 25 conjuntos.
“Comecei a curtir a Croácia na Copa de 1998, a primeira deles. Coisa de moleque mesmo. Admiração que a gente nem consegue explicar”, contou Martino, de 39 anos.
“Já estava tocado com a história do time da Vila Croácia quando resolvi ajudar. Alguma coisa rolou. Decidi ver o que era até conseguir as camisas.”
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A simplicidade na fala contradiz com a grandeza do gesto. O bairro de Senador Camará, do qual a Vila Croácia faz parte, desde a década de 1960 até os dias de hoje está largado à toda sorte. O futebol ignorou qualquer preconceito assistencialista e transformou a realidade de quase 110 crianças, da categoria sub-6 à sub-19.
Sob a coordenação de Diogo Costa, de 36 anos, morador da Vila Croácia, os meninos não apenas aprendem a jogar futebol, como também têm atividades extracurriculares, esporádicas aulas de música e, claro, de croata. Um passeio ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no começo do mês, os colocou em contato com outro “amigo da Vila Croácia”.
A convite de Gilberto Costa, técnico da seleção brasileira de futebol de areia, os meninos foram acompanhar a final da Liga Sul-Americana, contra o Paraguai. Deram sorte e viram o Brasil campeão. Mas mais do que isso, tiveram contato com uma realidade completamente diferente da deles.
“Não é só o apoio material. O importante também é dar uma ajuda afetiva a esses garotos. A realidade deles é muito complicada e eu acredito no amor genuíno que o projeto tem para salvar o maior número do tráfico”, disse Costa, de 41 anos, que doou bolas e materiais de treino para o projeto.
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Martino não conseguiu participar da entrega dos uniformes mas, em outro contato com os garotos, comprovou o quão “guerreiros eles são”.
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“Quando você começa a se envolver mais, você sente a profundidade da coisa. O ato da camisa em si é muito pequeno perto do projeto que a Vila Croácia desenvolve”, disse Pedro.
“Não consigo ver outro caminho para esses garotos a não ser pela educação e o esporte”, completou Costa.
Os meninos da Vila Croácia estrearam o uniforme no último dia 13, na Copa Rio Baixada, em Bangu, contra o Ourinho.
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