São Paulo, Brasil
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, teve uma derrota histórica.
Ele se viu sozinho, hoje, na reunião com os presidentes dos clubes paulistas.
O dirigente, que havia garantido que o Campeonato Paulista continuaria, mesmo no auge da pandemia da covid-19, teve de se render.
O torneio segue parado enquanto durarem as restrições no estado.
A princípio, pode ser até o dia 30.
Mas há a possibilidade de a parada ser até maior.
Os dirigentes dos clubes paulistas não aceitaram jogar, de qualquer maneira, o Estadual. Levar as 16 equipes para o Mato Grosso do Sul ou para o Mato Grosso, como foi sugerido.
E, principalmente, bancar as viagens e hospedagem, para cerca de 30 pessoas por delegação. Seriam cerca de 480 pessoas cruzando o país. Fora as oito equipes de arbitragem e fiscais da FPF.
Um dirigente de clube grande, que conversou com o blog em off, deixou claro o que os presidentes das principais equipes pensam.
"Os clubes já estão massacrados financeiramente pela falta de público nos estádios. Não tinha condição bancar as viagens, hospedagem. O custo teria de ser todo bancado pela Federação Paulista de Futebol."
"Mas o problema muito maior é o medo da contaminação.
"Não há como o futebol brasileiro imitar a NBA, que fechou os atletas na Disney. Ou como a Uefa, que levou os clubes para Lisboa, disputar a Champions. Com toda a segurança nos Estados Unidos e Portugal."
"Vamos esperar o pico da pandemia acabar", falou esse dirigente.
Pressionada, a Federação Paulista de Futebol quer que só essas três rodadas sejam suspensas. Deseja o Estadual de volta na semana que vem. Para que não tumultue o calendário: o Brasileiro, a Copa do Brasil, a Libertadores, a Sul-Americana. E faça os clubes colocarem reservas no Paulista.
Este é o principal trecho da nota oficial que acaba de divulgar.
"A Federação Paulista de Futebol e os 16 clubes decidiram por unanimidade suspender a realização das rodadas do período de Fase Emergencial no Estado de São Paulo, especificamente das rodadas 5, 6 e 7 da competição, cujos jogos serão reagendados e publicados em momento oportuno;"
"Diante dessas suspensões, a FPF estudou a realidade de calendário dos clubes e apresentou aos participantes. Todos estão de acordo que serão necessários esforços para adequar o agendamento dos jogos."
"O Comitê Médico da FPF, composto por profissionais da federação e dos clubes, reitera a segurança do protocolo de saúde elaborado e aprovado por todos os órgãos competentes."
Há inconformismo na cúpula da FPF.
Venceu o bom senso.
Mas, pela CBF, o futebol continua liberado no país.
Como se não houvesse pandemia...
No meio da pandemia: Ronaldinho comemora 41 anos em festão
MC Livinho, Young Mascka e MC Lan estiveram no local, que ainda foi espaço para os artistas gravarem um clipe musical