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“Bola inteligente e linha de gol não serão suficientes”, diz advogado antes da Copa das Confederações

Suíço tem opinião acompanhada por muitos jornalistas e pela Uefa, mas Fifa e FA discordam

Copa das Confederações 2013|Do R7

Presença da tecnologia e seu futuro no futebol pode ganhar novo capítulo no Brasil em junho deste ano
Presença da tecnologia e seu futuro no futebol pode ganhar novo capítulo no Brasil em junho deste ano Presença da tecnologia e seu futuro no futebol pode ganhar novo capítulo no Brasil em junho deste ano

A um ano da Copa do Mundo de 2014, seis estádios brasileiros serão palcos do segundo grande teste da tecnologia da bola inteligente e da linha de gol. Em junho, na Copa das Confederações, a Fifa espera comprovar que as principais polêmicas do futebol, senão todas, serão resolvidas com a nova tecnologia. Entretanto, não são poucos os que preveem que o que for presenciado no Brasil vai apenas comprovar que tal tese de Joseph Blatter e companhia é papo furado.

Durante o Mundial de Clubes em dezembro do ano passado, uma das duas tecnologias homologadas pela Fifa, fornecida pela empresa alemã GoalControl, foi utilizada no Japão. Contudo, nenhum lance mais polêmico foi registrado, frustrando aqueles que esperavam ver se, afinal de contas, tal novidade poderia mesmo fazer a diferença, evitando novas “injustiças” no mundo da bola.

A disputa no Brasil entre os dias 15 e 30 de junho, nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza, terá 14 câmeras dispostas em cada um dos seis estádios, além do sistema de sensores nas duas traves e a bola inteligente, tudo como a entidade máxima do futebol espera ver no Mundial de 2014. Todavia, uma avalanche de opiniões contrárias diz que é ilusão imaginar que tudo vai funcionar como se imagina.

Segundo o advogado suíço Marco Del Fabro, do site Law in Sports, é ingenuidade acreditar que o sistema da GoalControl servirá para todas as dúvidas previstas em um jogo de futebol. Ele cita como exemplo um lance da Eurocopa do ano passado, entre Ucrânia e Inglaterra. No lance em questão, Devic marcou um gol não validado a favor dos ucranianos, tirado já de dentro do gol pelo zagueiro inglês Terry. Se a tecnologia, se usada na oportunidade, teria mostrado que a bola entrou, ela nada poderia fazer para mostrar que Devic estava em impedimento.

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Del Fabro é um dos defensores de que, se a Fifa quer mesmo implementar o uso da tecnologia do futebol, ela deveria se voltar para o uso dos replays em vídeo.

— O uso do vídeo auxilia o árbitro e seus assistentes em lances controversos e leva a um julgamento mais apurado antes de uma decisão definitiva. Também ajuda a impedir decisões equivocadas que vão além de validar ou não um gol (...). O exemplo na Copa de 2010, quando Tevez marcou um gol contra o México em posição irregular – a cena foi acidentalmente exibida no telão do estádio, comprovando o impedimento do argentino –, mas o árbitro não pôde voltar atrás pelas regras da Fifa. Dito isso, está claro que o replay é superior à tecnologia da linha de gol e da bola inteligente.

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Artigos de diversos países consultados pelo R7 também apresentam os mais diferentes argumentos a favor ou contra a presença da tecnologia, e de como ela pode ser prejudicial ao futebol. As justificativas passam do simples fato dos árbitros serem seres humanos antes de tudo, o que os tornam suscetíveis a erros e que isso faz parte do futebol, até o drama implícito na modalidade em si, elemento esse que cria uma magia especial envolvendo o esporte desde a sua criação.

Entretanto, tanto a sugestão de Del Fabro quanto a própria tecnologia instituída pela Fifa passam por um problema comum: o advento da bola inteligente pode levar a mais elementos eletrônicos e tecnológicos no futebol? Isso não deixaria o jogo mais lento? Ambas as sugestões e medidas resolvem todos os problemas do futebol? Sim, ainda restam mais perguntas do que respostas.

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Mesmo com descontentes, há quem já tenha abraçado a causa. Um exemplo é a Premier League. A liga inglesa anunciou que terá a tecnologia – não da GoalControl, mas a Hawk-Eye, a outra reconhecida pela Fifa – na próxima temporada. Na ocasião do anúncio, não foram poucos os jornalistas ingleses que criticaram a medida. Entretanto, o próprio técnico da seleção da Inglaterra, Roy Hodgson, gostou da medida, aprovada pelos 20 times da elite, já que ela vai prevenir a presença de “graves injustiças”.

Aspecto financeiro também pesa

A controvérsia também passa pelas finanças. Presidente da Uefa, o francês Michel Platini foi outro a se colocar contra a tecnologia, uma vez que os custos (acima dos R$ 140 milhões pelos próximos cinco anos) e a dificuldade de implantação do sistema em todos os 280 estádios europeus tornaria o jogo “desigual”. Ele prefere ver mais assistentes no gramado, mais precisamente um total de cinco árbitros, ao invés do uso da bola inteligente.

É aqui que repousa uma incongruência da própria Fifa. O presidente da entidade, Joseph Blatter, já declarou inúmeras vezes que “o jogo deve ser jogado da mesma maneira em qualquer parte do mundo, sejam em partidas entre crianças ou profissionais”. Levando-se em conta a realidade do futebol em países africanos, ou até mesmo na maioria dos estádios brasileiros, é difícil imaginar tal tecnologia sendo facilmente aplicada.

Mais do que a justiça do futebol, a Copa das Confederações pode ajudar a ditar os próximos passos do futebol como jogo, e até que ponto a tecnologia ganhará mais espaço nele.

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