Valeu por Ciro Immobile o sábado de pouco futebol na Velha Bota
A sua Lazio perdeu do Napoli, 1 X 3. Ele, porém, anotou o gol da "Águia", foi a 36 tentos e igualou o recorde antológico de Higuaín, então no Burro, em 2016
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Atuaram neste sábado, 1º de Agosto de 2020, na abertura da última rodada do Campeonato Italiano de 2019/20, os sete times classificados para as duas grandes competições continentais. Havia basicamente nada em contenção além do que o povo da Velha Bota tanto acalenta, “l’onore”, a honra. Uma única alteração efetivamente significativa de posições da tabela só poderá acontecer no domingo 2, com a confirmação dos três rebaixados à Série B.

No seu Allianz Stadium de Turim, contra uma Roma nos 65 pontos e já assegurada na próxima Europa League, a Juventus, de faixas carimbadas pelo Cagliari da Sardenha na jornada 37, tentou se resgatar e daí fechar a temporada nacional com uma festa viável: mesmo sem torcedores na edificação do Corso Gaetano Scirea, celebrar dignamente o seu “scudetto” 36, o inédito eneacampeonato, o nono título em seguida. Lamentável. A “Zebra” saiu à frente, Higuaín, logo aos 5’, e no entanto desabou, 1 X 3.

Treinador que se arrisca a perder o cargo já neste dia 7, a sexta-feira, caso a “Senhora” não reverta o resultado que sofreu, pela Champions League, 0 X 1 Lyon, na peleja de ida das oitavas-de-final, Maurizio Sarri poupou inclusive o astro Cristiano Ronaldo e, com um time misto, escalou até mesmo três garotos da esquadra “Primavera”. De todo modo, não se imaginava uma “prestazione” tão medíocre. Houvesse platéia no Allianz, teria apupado toda a Juve da despedida que tomou o empate com Kalinic, aos 23’, e se entregou na etapa final, dois tentos do argentino Diego Perotti, um dos quais de penal.

Além, obviamente, da Juve, disputarão a futura edição da CL a Internazionale de Milão, a Atalanta de Bérgamo e a Lazio de Roma, respectivamente 79, 78 e 78 pontos. E a “Biscione”, ou a serpente mitológica de Milão, viajou até o Stadio Gewiss da “Dea”, a “Deusa” de Bérgamo, para o confronto direto que deveria decidir a vice da Juve. Nesta “stagione”, nas quartas da competição continental, cabe à “Dea” a missão de, dia 12, desafiar o PSG da França. Não pareceu animadora a sua pugna de preparação, o sucesso da Inter por 2 X 0, D’Ambrosio e Young. Um detalhe: no fim das contas, a “Biscione” encerrou o campeonato com 82 pontos, apenas um degrauzinho atrás dos 83 da Juve.

Na quarta colocação, porém chances remotas de se tornar vice, a “Águia” da capital também jogou como visitante. Foi ao San Paulo do Napoli, o “Burro” da Terra da Pizza, que tinha 59 pontos e ocupava o sétimo posto mas, graças à conquista da Copa Itália, uma vaga na EL. No combate, mais importava o comportamento do “laziale” Immobile, que ostentava 35 tentos e fantasiava bater um antológico recorde, do hoje juventino Higuaín, então no Napoli, 36, em 2015/2016. O “Burro” fez 1 X 0 aos 9’, Fabián Ruiz, e Immobile de fato cravou o seu primado aos 22. Depois, contudo, o Napoli predominou, atingiu os 3 X 1 graças a Insigne e Politano, e se energizou para pegar o Barcelona pela CL, dia 8. Por causa do 1 X 1 da ida, precisa compulsoriamente vencer.

Enfim, entre Roma e Napoli, pairava o Milan, 63 pontos, também na EL e, de todo modo, com o sonho paralelo de ampliar a sua excelente sequência invicta de 11 partidas, inaugurada em 22 de Junho, precisamente no retorno do “Calcio” depois da suspensão provocada pela Covid-19. Acuado por Ivan Gazidis, cartola atrabiliário, preposto de financistas que adquiriram 99% da posse do “Diavolo”, o elenco se uniu a Stefano Pioli, seu treinador ameaçado de substituição. No seu San Siro, claro, evidentemente vazio, ignorou o Cagliari, 3 X 0, e daí foi a 9 vitórias e 3 empates. com o prodígio, no período pós-interrupção, de acumular 35 dos seus 63 tentos e ceder só 12 dos 46.

Na metade da “giornata” que se desenrolará no domingo, duas pelejas serão fundamentais. No seu Luigi Ferraris do bairro do Marassi, o Genoa, ou o “Grifone”, o clube mais antigo da Série A, datado de 1893, na cota dos 36 pontos, precisará sobrepujar o Verona, 49, para se salvar de vez. Porém, no caso de igualdade ou de derrota, dependerá do que ocorrer no lado oposto da península, no calcanhar da Bota, onde os “Lobos” do Lecce, 35, abrigarão o Parma, 46, sem pretensões além de defender as suas cores com galhardia. Sim, prevalecerá o drama no "Calcio" até o derradeiro apito final.
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