Valeu pelos 3 pontos, mas segue medíocre o futebol do 'Timão'
Mais de 70% de posse de bola, em casa, diante do frágil CSA de Alagoas, e no entanto um triunfo por 1 X 0 numa exibição de absoluta falta de criatividade
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Para o Corinthians, neste domingo, 14 de Julho, exatos 32 dias depois de a Copa América interferir no ritmo do Campeonato Brasileiro, não poderia haver um adversário mais conveniente, ou mais confortável, do que o Centro Sportivo Alagoano de Maceió, na intimidade o CSA. Na sua Arena ainda-sem-nome de Itaquera, com 12 pontos em 8 prélios, 3 vitórias e 3 derrotas, 7 tentos contra 5, ao “Mosqueteiro” bandeirante caberia hospedar um rival em situação precária, 9 jogos, 6 pontos, apenas um triunfo e 5 tombos, meros 3 gols registrados para 15 concedidos. Rival condenado a voltar à Série B.
Favoritismo absolutérrimo. Seria, afinal, a quinta peleja do “Timão” diante do “Azulão”. E, nas anteriores, tinha acumulado 4 sucessos, 15 tentos contra 4. Aliás, invicto integralmente diante de clubes das Alagoas. Em outros 8 duelos, todos contra o CRB, o Clube de Regatas Brasil, também de Maceió, ostentava 7 vitórias e uma igualdade, 17 gols a 5. Batesse o visitante deste domingo em Itaquera, o Corinthians subiria a 15 pontos com menos uma peleja a fazer. Uma peleja em seus domínios, diante do Goiás, curiosamente o único clube que o CSA superou no certame, e por 1 X 0. Ou, auspícios preciosos.
Diante de 34.238 espectadores, cerca de 400 os fãs do “Azulão”, numa Arena que já abrigou 46.090 (“Timão" 3 X 2 Palmeiras, Brasileiro, 5 de Novembro de 2017), o hospedeiro meramente cumpriu a sua obrigação, 1 X 0. Missão ingrata, aliás, a do “Mosqueteiro”, perfurar a muralha de atletas que Argel Fucks erigiu à frente da meta do elástico arqueiro Jordi do “Azulão”. Aos 41’, o alvinegro ainda não havia cometido uma infração sequer e já passavam dos 70% o seu predomínio e a sua posse de bola quando, cara-a-cara com Jordi, um tiro solitário de Júnior Urso, de 35 metros, se desviou num zagueiro e atingiu o poste direito do CSA. O placar da etapa inicial, um insosso 0 X 0.
Até acabarem os primeiros 45’ da porfia, de novidade, mesmo, o “Timão” só exibiu nas costas das suas camisas: ao invés dos nomes dos atletas, aqueles dos seus pais ou dos seus filhos. Na de número 26, por exemplo, Nelson, o progenitor do central Gil, que re-estreou no elenco depois de uma experiência na China. Então, na etapa derradeira, permaneceu triste, imutável, a mediocridade de ambas as equipes. Aos 60’, aflito, na sua lateral do gramado, Fábio Carille, o treinador do Corinthians, trocou o já cansado Ralf, um volante básico, por Régis, um meia mais ofensivo. E, aos 73’, substituiu o apagadíssimo Pedrinho pelo atacante argentino Mauro Boselli. Rumo ao bumba-meu-boi.
Funcionou, todavia, aos 78’. Depois de um irritante tiki-taka de toques laterais nas imediações da linha divisória do campo, a bola sobrou com Boselli que, numa canetada sutilíssima, por entre as pernas de Jean Cléber, enfiou a Vágner Love no flanco direito, já dentro da área do CSA. Love fulminou de destra, em diagonal, sem chance para o arqueiro, “Mosqueteiro” adiante, pela contagem mínima. De um salto, à oitava colocação na tabela e a um pulinho da quinta, só mais três pontos. Basta que sobrepuje o Goiás na sua partida adiada. Tudo bem, estatisticamente, fique claro. Porém, tudo ainda bastante horroroso na qualidade do futebol que o “Timão” hoje apresenta.
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