Uma goleada do Corinthians na estreia de sua marcha até o tetra
Na Arena da Zona Leste, 4 X 1 no Borafogo de Ribeirão Preto, com três gols do platino Boselli e a ótima partida do garoto Lucas Piton, 19 de idade
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Meros sete meses e uma semana antes de comemorar, no dia 1ª de Setembro, o seu aniversário de número 110, o Sport Club Corinthians Paulista, tricampeão do Estado, pisou o gramado da sua Arena ainda-sem-nome da Zona Leste da Capital com um objetivo que perseguia desde o longínquo 1941. Mais do que iniciar, contra o Botafogo de Ribeirão Preto, uma viagem rumo ao título do certame regional, buscar o tetra inédito, feito que só o Paulistano, que nem mais pratica o Futebol, conseguira concretizar, e num tempo muito além de remoto, 1916/19. Pois foi um começo precioso, 4 X 1.
Antes desta performance significativa do “Mosqueteiro”, apenas o Palmeiras e o Santos sonharam com um tetra. O “Verdão” em 1935, quando era Palestra Itália. O “Peixe” em 1963 e em 1970, na Era Pelé, e em 2013, nos idos de Neymar. O “Timão” desperdiçou a chance em 1925, vice da extinta Associação Atlética São Bento. Em 1931, um horroroso sexto lugar no primeiro laurel do São Paulo. E, em 1940, uma quarta posição na temporada do derradeiro galardão do então Palestra. Presentemente, o Corinthians soma 30 troféus. Bem distantes, o Palmeiras e o Santos já arrebataram 22 cada qual.
Na sua edição 119, o atual certame do Estado ostenta 16 agremiações subdivididas em quatro grupos. Numa fase preliminar, bizarramente, as equipes só desafiam as doze das outras chaves. Uma tabela de pontos positivos decide as duas melhores de cada turma, as quais se digladiarão nas quartas-de-final, em pugna única, mando daquela de melhor performance. No caso de igualdade, o resultado, sem prorrogação, se decidirá no bingo dos penais. A fase seguinte, das semis, levará em consideração o global dos pontos amealhados até então, A versus D e B versus C, o mando daquela de melhor desempenho. Só no confronto pelo título ocorrerão duas porfias, a segunda na casa da melhor em pontos. VAR? Sim, a partir das quartas.
Surpreendeu a Paulicéia a temperatura em torno de 18º, em pleno Verão, singularidade que obrigou diversos dos atletas de Tiago Nunes, o novo treinador do Corinthians, a vestirem camisas de mangas compridas. Surpreendeu, também, o fato de a “Fiel Torcida” não preencher todos os 49.205 lugares da Arena, na noite em que o “Timão”, oficialmente, apresentou Luan, um atacante contratado ao Grêmio/RS por cerca de R$ 20 milhões.
Foi Lucas Pitton, porém, um lateral de 19 anos, lotado no Sub-20 da Copinha e promovido ao elenco principal por Tiago Nunes depois de um primeiro jogo na competição dos juniores, quem imediatamente brilhou, logo aos 12’, por criar o lance que redundou no 1 X 0, Mario Boselli. O “Timão”, de fato, era fartamente superior ao Botafogo. Paulatinamente, no entanto, a platéia, 24.804 pessoas, desandou a se irritar com a esterilidade de uma ofensiva capaz de pressionar o inimigo sem desfrutar a sua posse de bola. Pior, aos 45’, o Bota quase chegou a 1 X 1, numa bobagem da retaguarda do alvinegro e no único instante em que o arqueiro Cássio se obrigou a uma intervenção.
Ocorreria, então, pouco depois do intervalo, aos 53’, uma situação espetaculosa. Tolice descomunal de Reginaldo, um becão do Botafogo, que entregou uma bola dominada e municiou um contra-ataque do Corinthians. Diante do arqueiro Darley, Boselli perpetrou o impensável, acertou o poste. Janderson capturou o rebote e atirou. Reginaldo se esticou e evitou os 2 X 0 com o braço direito. Penal e, ainda, um cartão vermelho compulsório. Gol de Luan, e o Botafogo se esboroou. Daí, aos 57’, depois de uma triangulação Fagner-Janderson-Ramiro, um passe rasteiro a Boselli, que aparou, 3 X 0.
Ronald cravaria o tento-de-honra dos visitantes, aos 81’, em outra distração da zaga do alvinegro, um problema que Tiago Nunes necessita corrigir urgentemente. Havia um dono da noite à espera da consagração, porém. Outra vez Boselli, aos 83’. Afortunado argentino, que escorou de canela um cruzamento de Fagner. O seu terceiro gol no combate, ele que tinha anotado 14 nos seus 49 prélios de 2019. Ganhou, na bochecha, uma beijoca de Vágner Love, de quem deve ter arrebatado de vez a posição de artilheiro-mór.
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