Um empate, em Napoli, adia a festa do octocampeonato da "Senhora"
Mesmo com dez a partir dos 28', o Genoa arrancou um resultado de 1 X 1. Mas, insuficiente para a Juve celebrar com oito rodadas de antecedência.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Numa coincidência deliciosa, coube ao Genoa visitante, 33 pontos em 93 disponíveis, 13º colocado na lista dos 20 clubes que disputam o Campeonato Italiano de 2018/19, a incrível possibilidade de bater o Napoli, vice com 63, e assim assegurar, neste domingo, dia 7 de Abril, a posse do oitavo “scudetto” consecutivo da Juventus de Turim, 84, já na 31ª rodada de um torneio com o total de 38 “giornate”. Não conseguiu, o jogo ficou numa igualdade medíocre, 1 X 1, e a “Senhora”, evidentemente, adiou a sua celebração.
Mas, por quê a tal coincidência deliciosa?
Acontece que o “Grifone” da Ligúria, fundado em 1893, o pioneiro do Calcio, também foi o primeiro time da Bota a conquistar um laurel oficial, em 1898. E acontece que o Napoli, fundado em 1926, em 1990 se consagrou como o mais jovem da nação a abiscoitar o troféu nos últimos 50 anos. O “Grifone”, um bicho mitológico com corpo e patas de um leão e a cabeça e as asas de uma águia, levantou o tri de 1898 a 1900 e chegou a acumular 9 troféus até 1924. Antes de 89/90, o “Burro” da Terra da Pizza havia vencido em 86/87.
O prélio se desenrolou no Stadio San Paolo da Campânia, de arquibancadas semi-interditadas por causa de reformas intermináveis. De todo modo, os 23.767 espectadores lá presentes, numa simpática tarde-noite de Primavera, céu sem nuvens e temperatura em torno dos 22 graus, logo se aperceberam da disposição do elenco local, orientado por Carlo Ancelotti. Determinado a não se curvar dentro dos seus domínios, desde o minuto inicial o Napoli acossou o Genoa de Cèsare Prandelli, constrangido a se limitar aos raros contra-ataques surgidos de equívocos bobocas do “Burro”.
Complicou a situação do “Grifone” um carrinho absurdo que o volante Stefano Sturaro, subitamente transformado em moto-niveladora, aos 28’ desferiu contra o brasileiro Allan, pelas costas. Lance para vermelho automático que, hesitante, o árbitro Fabrizio Pasqua necessitou do auxílio do VAR antes de exibir. E de fato, já aos 34’, num tiro de Dries Mertens das imediações da meia-lua, o “Burro” fez 1 X 0. Como de costume, Ancelotti não vibrou. Mas, do outro lado da lateral, Prandelli aplaudiu, com ironia e com deboche.
Só que a dignidade dos rapazes da Ligúria sobrepujou a sua inferioridade numérica. E, nos acréscimos da etapa inicial, o veterano Goran Pandev, 35, ex-Napoli, cruzou do flanco esquerdo e, no oposto, num fulminante voleio, Lazovic igualou, 1 X 1. Restava ao “Burro”, no segundo tempo, acelerar o seu ritmo, passar do trote ao galope. E perfurar a retranca impressionante que Prandelli montou para o “Grifone”. Ancelotti respondeu tarde, e respondeu muito mal. Só aos 67’ enviou ao gramado o seu artilheiro Insigne. E, pior. ao invés de sacar um beque, o "mister" retirou Allan, o seu melhor municiador.
Andrej Radu, arqueiro romeno do Genoa, ainda realizou três milagres nos minutos derradeiros do combate. Que se encerrou, mesmo, em 0 X 0. O Napoli empacado nos 64 pontos, 20 atrás da Juventus e só 21 possíveis. A “Senhora” não conseguiu igualar o primado do PSG de 2015/16, na França, o título com oito rodadas de antecipação. Porém, ainda segue em busca de outros dois recordes. Passar os 102 pontos que acumulou no torneio de 2013/14. E bater a vantagem de 22 que a Inter de Milão, na temporada de 2006/07, escancarou à frente da Roma. A festa do octocampeonato vai mesmo esperar pelo sábado, dia 13 de Abril, duelo em Ferrara contra a Spal.
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