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Tóquio, Dia 16 - Sem alquimistas, a prata não se transformou em ouro

O Time Brasil não pôde desfrutar as suas duas últimas chances de subir ao topo do pódio. No Boxe, Bia Ferreira perdeu a decisão para Kelly Anne Herrington. No Vôlei, placar fácil de 3 X 0 para os EUA.

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Bia Ferreira, tristeza pela derrota mas uma prata honrosa
Bia Ferreira, tristeza pela derrota mas uma prata honrosa Bia Ferreira, tristeza pela derrota mas uma prata honrosa

Na última jornada de disputas dos Jogos de Tóquio/2020, no Dia 16 da XXXII Olimpíada da Era Moderna, ou 8 de Agosto de 2021, já consolidada a sua melhor participação desde sua estreia em Antuérpia/1920, o Time Brasil ainda dispôs de duas oportunidades para superar o recorde que lhe faltava registrar. Com 19 medalhas no quadro, sete de ouro, quatro de prata e oito de bronze, e com outras duas garantidas, somente à espera da definição da cor, sonhava em transformar prata em ouro no ringue e na quadra. Só que não existiam alquimistas milagrosos na sua trupe e a prata continuou de prata, contagem final de 7-6-8.

Zé Roberto, não valeram os gritos e nem as broncas
Zé Roberto, não valeram os gritos e nem as broncas Zé Roberto, não valeram os gritos e nem as broncas

Ao alcançar a marca das 21, o Brasil havia suplantado a barreira das 20, que atingira no conforto de ser a sede, nos Jogos do Rio/2016, com uma mega-delegação de 465 atletas: sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. Agora, do outro lado do planeta, doze horas de fuso, levou 362 pessoas, quase 200 menos, circunstância que amplifica o significado do número. Daí a importância do que ocorreria neste domingo. Primeiro, na Arena Kokugikan, a boxeadora Bia Ferreira, categoria Peso Leve (57 a 60kg), desafiaria a irlandesa Kellie Anne Harrington. Então, quase paralelamente, mas de resultado a se saber depois, na Arena Ariake, a seleção de Voleibol das mulheres se defrontaria com a dura equipe dos EUA.

Bia, na semifinal contra Mira Potkonen
Bia, na semifinal contra Mira Potkonen Bia, na semifinal contra Mira Potkonen

Baiana de Salvador, 28 anos de idade, embora campeã da recente Copa do Mundo realizada na cidade de Colônia, Alemanha, Bia desembarcou em Tóquio como a terceira do ranking da sua categoria, atrás da sul-coreana Jo Oenji e da irlandesa Harrington. Até chegar à final, venceu Wu Shih-Yi, de Taipei, por 4 X 1; bateu Raykhona Kodirova, do Uzbequistão, por 5 X 0; e a finlandesa Mira Potkonen, que tinha eliminado Oenji, também de 5 X 0. Harrington, porém, percorreu um roteiro mais áspero e sofreu bastante, na sua semifinal, para derrotar a tailandesa Sudaporn Seesondee, decisão apertada, 3 X 2.

Sergipe, o pai de Bia, na torcida com uma outra filhota
Sergipe, o pai de Bia, na torcida com uma outra filhota Sergipe, o pai de Bia, na torcida com uma outra filhota

Aos 31 anos de idade, idolatrada em sua pátria, Harrington foi porta-bandeira na festa de abertura, ao lado do pugilista Brendan Irvine. Difícil acreditar que esse privilégio tenha impressionado os jurados. Todavia, apesar de toda a torcida armada pelo pai de Bia, seu primeiro treinador, Raimundo Ferreira, de apelido Sergipe, a subjetividade beneficiou a irlandesa. Três dos cinco avaliadores concederam o assalto inicial à brasileira. E, depois, todos os cinco optaram por Harrington. Derrota de Bia. Mas, uma prata super-honrosa.

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Ouro em Pequim/2008
Ouro em Pequim/2008 Ouro em Pequim/2008

Brasil e Estados Unidos já tinham se debatido em quatro edições dos Jogos. E as norte-americanas apenas foram as ganhadoras na já longínqua Olimpiada de Barcelona, em 1992, 3 X 0 numa fase de classificação. O Brasil, bem melhor, venceu quando valia pódio. Em Sydney/2000, na briga pelo bronze, 3 X 0. Em Pequim/2008, fez 3 X 1 na batalha pelo ouro. Em Londres/2012, outro 3 X 1 e outro ouro. Na qualificação de Tóquio o Brasil passou invicto: 3 X 0 na Coréia do Sul, 3 X 2 na República Dominicana, 3 X 0 no Japão, 3 X 1 na Sérvia e 3 X 0 no Quênia. Nas quartas de final sobrepujou o ROC, o Comitê da Rússia, por 3 X 1. Nas semis, repetiu os 3 X 0 na Coréia do Sul. Os EUA, na qualificação, perderam um prélio, ROC 3 X 0. E somaram quatro sucessos: 3 X 0 na Argentina, 3 X 0 na China, 3 X 2 na Turquia e 3 X 2 na Itália. Detonaram, então, a República Dominicana e a Sérvia, ambas 3 X 0.

Zé Roberto, o inúltil esforço na lateral da quadra
Zé Roberto, o inúltil esforço na lateral da quadra Zé Roberto, o inúltil esforço na lateral da quadra

Fora da quadra houve um duelo de craques. José Roberto Guimarães, 67 anos, um ex-levantador, três medalhas de ouro como treinador: Barcelona com os rapazes, Pequim e Londres com as garotas. Karch Kiraly, 60, ex-ponteiro e passador, também três medalhas de ouro, em Barcelona e Seul/1988 como jogador, em Atlanta/1996 no Vôlei de Praia. Na estratégia e na psicologia, Kiraly ganhou de Zé Roberto, com folga, no set inicial. 25-21. O brasileiro se esfalfou para animar as suas garotas, inutilmente. Carol Gattaz, por exemplo, acertou uma de nove cortadas. Ana Carolina empacou, um só bloqueio em 14 chances.

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Depois da classificação à decisão, a festa da esperança que se frustrou
Depois da classificação à decisão, a festa da esperança que se frustrou Depois da classificação à decisão, a festa da esperança que se frustrou

E o Brasil conseguiu piorar no segundo set, quando as norte-americanas abriram sete pontos de folga. Acordou tarde o elenco de Zé, para perder o parcial de 25-21. Daí, tudo ou nada valeria o terceiro set. Gritos e mais gritos do Zé, do tipo “tem que acreditar” ou “vamos pra cima” não modificaram o panorama da porfia. Nem sombra do time que dilapidara a Sérvia ou o Comitê Russo. Enquanto a eficiência de Fernanda Garay, até a decisão a melhor do Brasil nos Jogos, não passava de 25%, Andrea Drews se locupletava nos quase 43%. O placar chegou a exibir 20-11 para os EUA. No seu lado da lateral, Zé Roberto se limitava a dar voltas, desarvorado. E Kiraly sorria, feliz, particularmente, com a competência da sua defesa, que salvava, espetacularmente, todas as ofensivas do Brasil. Resultado de 25-14 e 3 X 0. De todo modo, uma outra prata super-honrosa para uma equipe que sobreviveu ao baque da exclusão de Tandara, uma de suas líderes, denunciada por suposto doping,

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