Sem o menor incidente notável a estreia do VAR na Copa do Brasil

Começou oficialmente, embora sem pompa e sem cerimônia, nesta noite de 1º de Agosto de 2018, a aventura, e que não seja desventura, do já famoso VAR, o Video Assistant Referee, ou o árbitro de vídeo, no Futebol do País. Programado para fazer a sua estreia na rodada de ida da etapa das quartas-de-final da Copa do Brasil, o novo conceito, recém-exposto ao planeta na Rússia, se mostrou desnecessário e permaneceu incólume até por volta de 20h44, os 56’ do jogo entre o Santos e o Cruzeiro, debaixo de chuva, na Vila Belmiro, quando Bráulio da Silva Machado (SC), numa cabine do estádio, pelo comunicador de áudio, informou a Wílton Pereira Sampaio (GO) que gostaria de verificar um talvez tranco de Dedé em Gabriel Barbosa.

A espera durou 27 segundos. Nada, nada de irregular no lance e o combate prosseguiu sem que Sampaio, o árbitro de campo, invadisse a história do Ludopédio pátrio como o pioneiro a desenhar no espaço o retângulo virtual que formaliza uma alteração, vinda do alto, no que ocorre na superfície do gramado. O “Peixe”, sob a orientação do retornado Alexi Stival, o Cuca, exibia o mesmo Gabriel ainda incapaz de retornar aos padrões que o transformaram num Gabigol e lhe proporcionaram uma conquista inédita, o ouro olímpico no Rio/2016. E ele desperdiçou a chance da abertura do placar, enfim realizada, aos 80’, por Raniel, numa linda virada de fora da área, “Raposa” 1 X 0.

Aconteceria uma possibilidade de uso do VAR nos dois outros prélios da quarta-feira, Corinthians X Chapecoense e Grêmio X Flamengo? Na Arena-sem-nome-de-Itaquera houve, isso sim, mais um gol do paraguaio Romero, o artilheiríssimo do “Timão” no momento, o seu sétimo dentre nove tentos. E houve logo aos 6’, quando Cássio lançou Pedrinho que cruzou da linha de fundo para a testada fatal de Romero, “Mosqueteiro” 1 X 0 no primeiro tempo, sobre o “Índio Condá”. Na sua Arena, o elenco do “Mosqueteiro” gaúcho também fez 1 X 0, sem um esboço de retângulo virtual: aos 38’, uma investida sensacional de Leo Moura pelo flanco destro e o lindo arremate de Luan.

Quando começou cada segundo tempo, cerca de 22h48, nem o carioca Wagner dos Santos Magalhães, em São Paulo, e nem o bandeirante Rafael Claus, em Porto Alegre, ambos no campo, havia desfrutado as presenças assessórias do carioca Péricles Bassols e do paranaense Rafael Traci, ambos na pilotagem de cada cabine de vídeo em suas pugnas respectivas. Aos 81’, em Itaquera, ainda houve uma ameaça de utilização do VAR para a verificação de um suposto toque de mão de alvinegro não identificado. A perplexidade, porém, se esvaiu sem nenhuma consequência e sem qualquer justificativa.

Nos acréscimos de Porto Alegre o Flamengo empatou graças a uma escorada de Lincoln, depois de um cruzamento de Renê. Nas partidas de retorno, dia 15 de Agosto, atuarão em viagem o Santos, o Corinthians e o Grêmio. Problemas muito maiores os do “Peixe”, obrigado a ganhar nos domínios do inimigo. E o VAR? Bem, aqueles que torcem pela confusão ou aqueles que apostam nas teorias da conspiração que aguardem esta quinta, Bahia X Palmeiras em Salvador. No campo Anderson Daronco e no vídeo Leandro Vuaden, do RS.

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