Ralf e Clayson fulguram e o Corinthians bate o Santos, 2 X 1
O volante, na sua partida 400 pelo "Timão". E o atacante, um azougue a infernizar a defesa do "Peixe". Que fez o gol numa barbeiragem de Cássio.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Neste domingo, 31 de Março, o Corinthians e o Santos se defrontaram pela terceira vez na temporada de 2019. Em 13 de Janeiro, um amistoso na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, resultado de 1 X 1. Em 10 de Março, no mesmo endereço, fase de grupos do “Paulistão”, o placar nulo de 0 X 0. Caso o certame acontecesse por pontos corridos, o “Peixe”, então, seria o líder, tranquilamente, 23 pontos, 4 à frente do Palmeiras e 5 adiante do “Timão”. Todavia, a sua suposta primazia meramente lhe serviu para assegurar o mando, em sua casa, dos retornos nos mata-matas. Ao menos pelo resultado o Corinthians soube como desfrutar o seu mando na ida, sucesso, 2 X 1.
Inaugurado em 22 de Junho de 1913 com uma vitória do “Peixe” por 6 X 3 no Parque Antarctica, o duelo batizado de “Clássico Alvinegro” atingiu nesta jornada a edição de número 332, sem nenhuma alteração na folga estatística do Corinthians: agora, nas vitórias, 131 a 106; nos gols, 585 a 507. Tristeza, apenas, pelo fato de o jogo acontecer de novo com torcida única, situação melancólica que já perdura desde Abril de 2016, supostamente para evitar os conflitos entre os bandos mais violentos dos times rivais. A Fiel, aliás, enfatizou a sua posição quanto às polêmicas da data ao estender uma faixa nas arquibancadas: “Ganhar ou perder, mas sempre com Democracia”.
Com 39.909 espectadores, não suplantou o primado de público na Arena, este ano, 42.803 em 17 de Fevereiro, um triunfo de 2 X 1 sobre o São Paulo, no mesmo torneio. A Fiel, porém, não desperdiçou a sua crença no carisma de seu treinador, Fábio Carille, um recordista de conquistas nas batalhas de mata-matas – até então, 16 a 2. Aliás, ambos os tombos em situações anômalas: derrota nos penais para o Inter de Porto Alegre, na Copa do Brasil de 2017; e a eliminação somente no critério do gol qualificado, aquele feito em viagem, pelo Racing da Argentina, na Copa Sul-Americana de 2019.
No primeiro ataque do combate, antes dos 3’, Sornoza cobrou uma falta do flanco esquerdo, o zagueiro Manoel se antecipou à bequeira do “Peixe” e, de cocuruto, roçou na pelota o suficiente para evitar a catada de Vanderlei. Mas, herói aqui e vilão acolá. Logo aos 7’, ao tentar uma rebatida depois de um escanteio alçado por Jean Mota, o arqueiro Cássio fracassou pateticamente e, às suas costas, Derlis Gonzáles testou, 1 X 1. Ele, Càssio, fundamental na classificação do “Timão”, quarta-feira, na loucura da loteria dos penais contra a Ferroviária de Araraquara. E dizer que o “Timão” provinha de seis cotejos sem sofrer tentos originados de cruzamentos – e isso depois de padecer com o absurdo de 11 de todos 18 que, então, grotescamente, já havia concedido.
Os rapazes de Carille, todavia, não se abalaram. E aos 31’, com a ajuda involuntária, claro, de Luiz Felipe, que falhou duas vezes em sequência ao tentar uma devolução de cabeça, Clayson capturou a pelota, desferiu um drible cruel em Victor Ferraz e fulminou Vanderlei, 2 X 1. Um detalhe importantíssimo: enquanto Carille havia definido o seu sistema com três avantes naturais, Clayson, Vagner Love e Gustagol, o rival Jorge Sampaoli tinha apostado num trança-trança com Derlis e Cueva. Não fosse a tolice de Cássio e o Santos acabaria a etapa inicial em 0 X 2. No intervalo, Sampaoli apostaria em Rodrygo, disparado o seu melhor avante, para o lugar do estático Cueva.
Não melhorou. Na sua porfia de número 400 pelo clube, Ralf brilhava na proteção das redondezas de Cássio. E o “Peixe” errava em demasia e a bola mal se aproximava de Rodrygo. Sampaoli também sacou Carlos Sánchez, o seu melhor meio-campista, para experimentar o venezuelano Yeferson Soteldo, mero ciscador, 1m60 de altura e, no papel, sem físico para se chocar com Manoel e com Henrique, os centrais do “Timão”. Paralelamente, Carille recorria a Pedrinho, que substituiu Vagner Love com a incumbência de prender a pelota, ganhar tempo. E a Richard, fôlego novo, o substituto do exausto Sornoza. Ainda trocou Clayson, aplaudidíssimo, por outro pulmão jovem, Mateus Vital. Funcionou, 2 X 1. Na volta, dia 8 de abril, no Pacaembu, o Santos precisará de dois gols de diferença para obter a vaga na decisão. Um único tento de vantagem levará ao bingo torturante dos penais.
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