Pena, o erro de um árbitro fraco estraga a despedida de Messi
Com certeza na sua última Copa América, o capitão da Argentina foi expulso num lance em que agredido não reagiu e ainda assim levou o vermelho
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Neste sábado friorento, 6 de Julho de 2019, exatamente doze dias depois de comemorar os seus 32 anos de idade em 24 de Junho, Lionel Andrés Messi Cuccittini subiu ao gramado da Arena Corinthians para disputar o seu jogo de número 136 pela seleção da Argentina, o cotejo de número 27 na sua quinta e provavelmente última Copa América. Subiu frustrado pois, além da taça do Mundial Sub-20 do Qatar em 1995 e além do ouro da Olimpíada de Pequim, com o time Sub-23, em 2008, Messi, o profissional, cinco vezes melhor do planeta, não venceu nada pela “Albiceleste”. Pior, desceria devastado.
Um triunfo diante do time do Chile valeria, no máximo, o consolo do bronze na competição continental. Mas, como o capitão da “Albiceleste” em quatro das cinco vezes em que participou da Copa, logo depois de o Brasil suplantar a sua equipe por 2 X 0, dia 2, no Mineirão, nos vestiários ele fez questão de ignorar a própria timidez verborrágica e disparou num inesperado e inédito discurso. Veemente, se declarou orgulhoso dos companheiros e, aos jovens do elenco, diversos aos prantos, pediu que não desistissem e, ao contrário, que vissem em cada derrota um estímulo, um estopim do recomeço.
Ironicamente, no seu currículo na competição, Messi até que ostentava estatísticas positivas. Desde a sua estréia na Copa da Venezuela/2007, a única em que não envergou a braçadeira, não havia atuado numa só porfia, contundido, no evento do Centenário, Estados Unidos/2016. Fôra um titular durante os 90’ em 24 ocasiões, fôra substituído em um jogo, saíra do banco em outro. Havia anotado 8 gols, dois na cobrança de penais. De todo modo, amargava três vices. O de 2007, a “Albiceleste” arrasada na decisão pela seleção do Brasil, 0 X 3. Os de Chile/2015 e dos EUA, no bingo das onze jardas, os dois únicos títulos de “La Roja” na história da Copa. Ironia: em ambas o Leo desperdiçou as suas oportunidades, 1 X 4 e 2 X 4, respectivamente.
Patético. Um paraguaio de nome Mário Díaz de Vivar, 35 de idade e árbitro internacional desde os 29, invadiu o currículo de Messi pela cerca da edícula. Aos 37’, num lance em que o capitão da “Albiceleste” foi claramente provocado e até agredido pelo zagueiro Gary Medel, um xerifão de 1m71 de altura, o mediador, à la Pôncio Pilatos, lavou as mãos, expulsou os dois e contaminou o que ainda poderia haver de graça numa briga chocha pelo terceiro lugar.
Repletas as arquibancadas, as 41.573 pessoas que lá estavam, claro, exclusivamente para presenciar a despedida de Messi na competição, até nas suas estruturas de concreto a Arena Corinthians protestou. Houve quem vaiasse o apitador enquanto aplaudia o capitão, a se afastar macambúzio.
Ao menos foi possível testemunhar, dele, um momento de luz e de fulgor, maravilhosos, na despedida. Aos 9’, veloz nos reflexos, Messi cobrou depressa uma infração na linha do meio do campo e colocou Kun Aguero cara-a-cara com Gabriel Arias, o arqueiro do Chile, 1 X 0. Aos 21’, Paulo Dybala, enfim transformado em titular pelo treinador Lionel Scaloni, em profundidade recebeu um passe de LoCelso e cravou 2 X 0. Sim, claro, existiu um esporte denominado futebol depois do vermelho de Messi. A platéia esfriou. Apenas pareceu redespertar aos 56’ quando Vivar recorreu à rima pobre, ao VAR, e apontou uma penalidade máxima em favor do Chile. Tivesse examinado o lance Medel X Messi via TV, o árbitro excluiria apenas o zagueiro. Como o espetáculo não pode parar, Arturo Vidal bateu, converteu, 1 X 2 e finito. O bi Chile na quarta colocação. A Argentina na terceira. Lionel Messi, adiòs!
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