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Pela viagem e pela altitude, ótimo o empate do Corinthians em Bogotá

Na estreia de Fábio Carille em Libertadores, um placar de 0 X 0 e o infortúnio de um belo petardo do zagueiro Henrique, de virada, no travessão 

Silvio Lancellotti|Sílvio Lancellotti

O petardo de Henrique no travessão
O petardo de Henrique no travessão O petardo de Henrique no travessão

No comecinho de 1938, estudantes abonadíssimos do El Colegio Mayor de San Bartolomé, fundado em Bogotá, na Colômbia, em 27 de Setembro de 1604, juntaram as suas economias e as suas mesadas e criaram um time de futebol imediatamente batizado de Juventud Bogotana.

No time de 1952, Rossi (em pé, à direita) e Di Stefano (agachado, no centro)
No time de 1952, Rossi (em pé, à direita) e Di Stefano (agachado, no centro) No time de 1952, Rossi (em pé, à direita) e Di Stefano (agachado, no centro)

Quando, porém, em 1946, nasceu no país um primeiro campeonato nacional efetivamente organizado, embora não legalizado, o mimo dos garotos de San Bartolomé já havia se transformado num clube celebrado, capaz de pagar generosas fortunas a atletas, principalmente de outros países, que topassem aderir à sua competição pirata. Bancava o brinquedo um ricaço, Alfonso Senõr (1912-2004), que não hesitou em buscar na Argentina o arqueiro Júlio Cozzi, o volante Néstor Rossi e os atacantes Alfredo di Stefano e Pedernera.

Senõr, em um poster na sede do "Ballet Azúl"
Senõr, em um poster na sede do "Ballet Azúl" Senõr, em um poster na sede do "Ballet Azúl"

Señor adorava chamar o seu grupo de “El Ballet Azúl”. Mas, Luís Camacho Montoya, um jornalista do diário “El Tempo”, crítico feroz de tanto esbanjamento, preferiu ironizá-los como “Los Millionarios”. E o apelido pegou. O mega-cartola rebatizou o time dos garotos de Azul y Blanco Millonarios Fútbol Club S. A. Isso, exatamente, Sociedade Anônima. Purista, por um bom tempo a FIFA tentou impedir que os craques importados, cerca de 60, retornassem às suas seleções de raiz. Sucumbiria. Sob o novo nome, contudo o clube se eternizou. Levantou o título da Colômbia em quinze ocasiões, a mais recente em 2017. Ironicamente, nenhum troféu internacional, além da nada representativa Copa Merconorte, em 2001.

A apresentação, antes do apito inicial
A apresentação, antes do apito inicial A apresentação, antes do apito inicial

Adversários desta quarta-feira, dia 28 de Fevereiro, no El Campin Nemésio Camacho de Bogotá, pela Libertadores de América, o Millionarios e o Corinthians já tinham se digladiado em cinco pelejas. Em 1954, no mesmo 28 de Fevereiro, no mesmo estádio, por 1 X 0 o Azul y Blanco quebrou uma série invicta de 32 jogos do “Mosqueteiro” contra adversários estrangeiros, 25 em viagem. Daí, em 28 de Março, na mesma excursão, houve um empate de 3 X 3. E, em 20 de Janeiro de 1963, sempre no El Campín, deu Millionarios 4 X 2. Uma época em que o calendário permitia que se realizassem excursões amistosas.

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Em 2013, Bogotá, 1 X 0, gol de Danilo
Em 2013, Bogotá, 1 X 0, gol de Danilo Em 2013, Bogotá, 1 X 0, gol de Danilo

Oficialmente, só na Libertadores de 2013, em que o Boca Juniors eliminou o “Timão” nas oitavas-de-final, os dois se defrontariam, novamente. Aconteceu na Chave 3 e o Corinthians bateu o Millionarios por 2 X 0 no Pacaembu e por 1 X 0 no El Campin. Agora, ambos se inscrevem no Grupo 7, que ainda inclui o Deportivo Lara de Cabudare, Venezuela, e o Racing de Avellaneda, Argentina, de jogo programado para esta quinta, 1º de Março. Embora sob a orientação de um platino, Miguel Ángel Russo, o Azul y Blanco da atualidade, curiosamente, ostenta apenas dois não nativos no seu elenco, o zagueiro uruguaio Matias de los Santos e o atacante Roberto Ovelar, do Paraguai.

A torcida dos Millos, em El Campin
A torcida dos Millos, em El Campin A torcida dos Millos, em El Campin

Por opção de Russo, o guarani permaneceu no banco. No entanto, Fábio Carille, o treinador do Corinthians, estreou numa Libertadores com um problemaço, a suspensão do seu melhor jogador no momento, Rodriguinho, expulso contra o Racing na pugna que eliminou o alvinegro da Sul-Americana de 2017. Carille precisou recorrer ao garoto Mateus Vital, de 19 de idade, recém trazido do Vasco da Gama. Consequência: timidérrimo o moleque, na etapa inicial o “Mosqueteiro” mal atravessou a linha divisória do gramado. Aliás, na verdade, mesmo diante de um elenco bem fraquinho, a inapetência do “Timão” prevaleceu até os 62’, quando Jadson cobrou um corner, Balbuena testou nas costas de um adversário e, na sobra, o zagueiro Henrique, espetaculosamente, de virada, acertou o travessão.

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Carille orienta Junior Dutra
Carille orienta Junior Dutra Carille orienta Junior Dutra

Só então o elenco de Carille despertou. Sim, com algum empenho e a correção nos passes e nos arremates, seria perfeitamente possível acumular três pontos, apesar dos 2.640m de altitude e de ar rarefeito em Bogotá. Padeceu muito o Corinthians, com a falta de fôlego, nos últimos dez minutos de escaramuças e de tensão. Na tentativa de melhorar as suas chances, o treinador enviou ao gramado Junior Dutra, Émerson Sheik e Lucca. O Millionarios, do seu lado, escolheu os chuveirinhos sobre a marca penal. Já mais entrosados, todavia, Balbuena e Henrique devolveram todas as pelotas com oportunas e eficientes cabeçadas. No final das contas, pelo sacrifício da viagem e pelo incômodo da altitude, um ótimo 0 X 0.

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