Pela sétima vez em 103 anos um "Derby" vai decidir o Paulistão
Desde o seu primeiro confronto, em 1919, Corinthians e Palmeiras fazem o clássico de maior rivalidade no Estado. Em seis mata-matas, estão no 3 X 3.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Produz um eco indecente a perspectiva de se festejar um título de campeonato de futebol em um Estado, como o de São Paulo, no qual tristemente se aproxima de 565 mil o número de infectados pela Covid-19 e cerca de 25 mil pessoas já faleceram. O fato, porém, existe, e a obrigação profissional do jornalista é analisá-lo com o máximo de respeito.
Particularmente porque o desafio pelo troféu, a se iniciar nesta quarta-feira, dia 5 de Agosto de 2020, vai antepor Corinthians e Palmeiras, inimigos de antologia. O “Verdão” não sobe ao alto do pódio desde 2008 enquanto que o “Timão” batalha por um inédito e autêntico tetracampeonato.
Apelidado de “Derby”, o confronto se inaugurou, em 6 de Maio de 1917, com a vitória do então Palestra Itália, 3 X 0, em seus domínios. Desde aquela data ocorreram 364 jogos entre o “Verdão” e o “Timão”, o mais recente em 22 de Julho na Arena ainda-sem-nome de Itaquera, Corinthians 1 X 0.
Dois motivos tornaram crucial esse último. Porque representou a ressurreição do Corinthians que, antes de a pandemia interromper o torneio, corria até o risco de cair à Série B. E também porque ntão desempatou, a seu favor, as estatísticas históricas, que apontavam 127 triunfos para cada lado.
Sem contar outras competições e as porfias significativas no Paulistão de pontos corridos, considerados apenas os mata-matas, o “Verdão” e o “Timão” se digladiaram seis vezes no passado. Curiosamente, o Palmeiras ganhou os três certames mais antigos: 1936 (que apenas acabou em Abril de 1937), 1974 e 1993. O Corinthians abiscoitou os de 1995, 1999 e 2018.
Empolgante, aliás, a conquista de 2018. Em 31 de Março, visitante, o “Verdão” fez 1 X 0, e mandou o retorno, no seu Allianz Parque, apenas necessitado de um empate. O “Timão”, no entanto, também fez 1 X 0 e carregou a briga ao bingo dos penais. Cravou 4 X 3. Cássio, o herói, pegou duas cobranças.
Ambos os elencos ostentarão treinadores que assumiram os encargos no começo do ano. Vanderlei Luxemburgo, 68 de idade, agora na quinta passagem pelo Palmeiras. E Tiago Retzlaff Nunes, 40, na sua segunda experiência de clube de topo depois de 18 meses de Athletico/PR. Luxa tenta o nono laurel no Paulistão. Levantou, com o Corinthians, a taça de 2001.
Também tenta ultrapassar a marca de oito galardões de Luís Lula Alonso, do Santos. Mas, uma ironia envolve o choque direto. No Brasileiro de 2019, Tiago, com o Athletico, se igualou ao Vasco do Luxa, 1 X 1. Em 22 de Junho, Gil deu a vitória ao “Timão” e a ele, claro. Pois é. Tiago leva uma vantagenzinha.
Gostou? Clique num dos ícones para “Compartilhar”, ou “Twittar”, ou deixe a sua opinião sobre este meu texto no meu “FaceBook”. Caso saia de casa, use máscara. E fique com o meu abração virtual! Obrigadíssimo!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.