Os principais treinadores deste Brasileiro de 2018, todos gaúchos
O Felipão é o campeão. E Renato Portaluppi, Mano Menezes e Odair Hellmann são os únicos que mantiveram os empregos que já ocupavam em 2017.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Dos treinadores que encerraram o Brasileiro de 2017 no comando das suas agremiações, os 16 sobreviventes da Série A e os quatro promovidos da Série B, somente três desembarcaram incólumes no final deste Campeonato de 2018. Incrivelmente, todos nativos do Rio Grande do Sul. Mano Menezes, no banco do Cruzeiro desde 26 de Julho de 2016. Renato Portaluppi, o Gaúcho, no Grêmio desde 18 de Setembro de 2016. E Odair Hellmann, um interino que dirigiu o Internacional na sua campanha de acesso na segunda divisão, e que, justamente, merecidamente, se transformou em efetivo.
Por causa da Copa da Rússia, o torneio se interrompeu na sua 12ª rodada, em 13 de Junho, e apenas retomou as suas atividades em 18 de Julho. No período, 11 dos 20 clubes efetuaram modificações nas suas comissões técnicas. Ou, em quase 40% do integral do certame, 55% de alterações. Já se entrevia que o Brasileiro de 2019 detonaria todos os recordes do departamento dos orientadores. Nesta década, deixou saudades a temporada de 2012, quando só 14 clubes substituíram treinadores e meramente em 26 ocasiões. Tempo de conquistas bem significativas. O Corinthians levantou o título mundial. O Fluminense, seu segundo nacional em três anos. O Flu que agora perpetrou a esperteza de despedir Marcelo Oliveira dias antes da última partida oficial.
Consideradas as duas gestões provisórias do seu interino eterno, Valdir Bigode, o Vasco da Gama ostentou cinco personagens à frente do seu elenco. O América Mineiro, o Sport Recife e o Vitória tiveram quatro, circunstância que não evitou que, a dias da jornada derradeira, corram o risco dramático do rebaixamento. Ironia, o Corinthians, ganhador em 2017 com farta antecedência e o excelente novato Fábio Carille no seu timão, desta vez somente se safou da ameaça na jornada 37. Esgarçada a sua relação com o presidente Andrés Sanchez, Carille se alojou nos Emirados Árabes. Frustrantes os sucessores Osmar Loss e Jair Ventura, o Corinthians decidiu reimportá-lo.
Fenômeno igualmente curioso ocorreu com o Palmeiras, já em 2017 o dono do elenco mais profundo e extenso do País. Com Eduardo Baptista, Alexi Cuca Stival e Alberto Valentim, se limitou à vice-colocação, 63 pontos, nove atrás do “Mosqueteiro”. Daí, com a grana farta da Crefisa, sua patrocinadora crucial, contratou Roger Machado, ex-Grêmio e ex-Atlético Mineiro, que acabou demitido antes da jornada 16. Após uma transição brevíssima com um assistente, Wesley Carvalho, o “Verdão” ressuscitou Luiz Felipe Scolari, o Felipão, gaúcho, 70 de idade, o mais velho vencedor nos pontos corridos.
Ocupava então a 6ª colocação, muito atrás do São Paulo, o líder com 35, e do Flamengo, o seu vice com 34. Antes deste domingo, 2 de Dezembro, o título na sua bagagem, acumula 77 pontos, 5 à frente do “Urubu” e fartos 14 do decadente “Tricolor”. O Flamengo, que trocou Maurício Barbieri pelo interino Maurício Souza e, enfim, Dorival Júnior. E o São Paulo que, em queda livre, se compeliu a trocar Diego Aguirre por um várias vezes interino, André Jardine, a quem se prometeu uma efetivação. Será? Resposta no início de 2019.
No total deste Brasileiro de 2018, somados os titulares, as gestões provisórias e os sucessores, digamos, definitivos, por enquanto, claro, existiram 44 aquecedores de banco. Por dois clubes diversos, inclusive, sem qualquer constrangimento, Alberto Valentim (Botafogo/Vasco), Claudinei Oliveira (Paraná/Chapecoense), Enderson Moreira (América-MG /Bahia), Guto Ferreira (Bahia/Chapecoense), Jair Ventura (Santos/Corinthians), o ex-zagueiro Jorginho, da seleção da Copa dos EUA (Ceará/Vasco), e Zé Ricardo Manarino (Vasco/Botafogo). Outro plantonista, Serginho Chulapa, avante da seleção na Espanha/82, foi interino do Santos pela terceira vez desde 2000.
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