Obrigação cumprida, o PSG está na decisão da Liga dos Campeões
Sem qualquer susto, com o tridente Mbappè-Di Maria-Neymar em plena forma, o time de Thomas Tuchel ignorou o RB Leipzig de Julian Nagelsmann
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Para Thomas Tuchel e o seu elenco bilionário de atletas, liderado por Neymar e pelos “parças” Ángel Di Maria e Kylian Mbappé, mais do que uma obrigação, de fato uma imperiosidade. O seu presidente, Nasser bin Ghanim Al-Khelaifi, um ex-tenista, proprietário de um abastadérrimo grupo de investimentos do Catar que adquiriu o PSG em Outubro de 2011, não mais se satisfazia por ser absoluto na França, sete campeonatos e ainda cinco copas desde a compra: queria a Europa, ponto. Para Julian Nagelsmann e seus pupilos quase sem fama no universo do Futebol, já valia o prestígio de chegar inesperadamente às semifinais. O seu principal cartola, Oliver Mintzlaff, um ex-maratonista e preposto de uma fabricante austríaca de energéticos que fundara o Red Bull Leipzig em Maio de 2009, se considerava realizado com tão nobre façanha.
Nesta terça-feira, dia 18 de Agosto, o PSG cumpriu a sua missão e, por 3 X 0, na primeira das duas semifinais da edição 65 da Liga dos Campeões da Europa, a 28ª desde que, em 1992/1993, modificou o seu nome de Cup para League, suplantou o RB Leipzig e se qualificou para, no próximo domingo, 23, disputar o título com o ganhador de Olympique Lyonnais, ou o Lyon da França, e Bayern de Munique, Alemanha, que se debatem nesta quarta, 19. Trata-se da versão mais inaudita da LC desde a sua idealização pela UEFA, a entidade-mãe do Futebol no Velho Mundo, em 1955. De fato, pela segunda vez na história, ostenta nas suas semifinais dois times de um país e dois de outro. Pela primeira vez, antepõe rivais como a França e a Alemanha. E mais: desde as quartas de final, acontece toda em Lisboa, Portugal.
Embora razoavelmente jovens as duas equipes, ao menos no cenário convencional do Ludopédio, o PSG de 1970 e o Leipzig muito mais caçula, ainda, pesaram no prélio as cores da camisa e o prestígio. Comandaram as ações os “Parisiens” enquanto “Die Roten Bullen”, ou “Os Touros Vermelhos”, se acuavam tímidos, temerosos até. Depressa, aos 6’, houve um arremate de Neymar no poste. Então, um gol anulado e um desperdiçado por Mbappè. E enfim, aos 13’, o platino Ángel Di Maria, retornado de lesão, cobrou uma falta, do flanco esquerdo, precisamente na cabeça de Marquinhos, 1 X 0. Daí, basicamente inexistiram no jogo os germânicos, tensos e atabalhoados, enquanto o PSG graciosamente passeava no gramado, a bola de pé a pé. Os rapazes de Nagelsmann se preocupavam tanto com a tentativa de conter os subordinados de Tuchel que mal podiam pensar em avançar.
Assim, despontou naturalmente o gol dos 2 X 0, aos 42’, quando o arqueiro Gulácsi cobrou, horrorosamente, um tiro de meta na direção de Paredes, que cruzou a Neymar, que entortou a zaga com um corta-luz e deixou a pelota a Di Maria, livre para o toque sossegado no cantinho da meta. Seria uma trabalheira, uma missão praticamente impossível, o Leipzig se reconstruir durante o intervalo e ousar a reviravolta na etapa derradeira. Sem chance. Aos 56’, numa situação em que pareceu voltar de uma posição de impedimento, Bernat desviou de cabeça um levantamento de Di Maria, 3 X 0. Tuchel já podia celebrar a ressurreição do tridente Mbappé-Di Maria-Neymar. “Kaputt”, quebrada e finita metade do sonho de uma final com a bandeira da Alemanha. Caberá ao Bayern, nesta quarta, manter íntegra a outra metade.
O outro desafio das semifinais:
Quarta-feira, 19 de Agosto
LYON (Fra) X BAYERN PSG (Fra)
Estádio da Luz, do Benfica de Lisboa
No passado: duas vitórias do Lyon e quarto sucessos do Bayern em oito confrontos. Nos tentos, 9 X 11.
Olympique Lyonnais
Apelido: “Les Gones”, ou “Os Meninos”
Cidade de origem: Lyon
Fundação: 1950
Ranking UEFA: 17
Melhor colocação anterior: semifinal 2009/10
Em 2018/2019: oitavas de final
Nesta edição: 4vit/2emp/3der – 14gp X 11gc
Treinador: Rudi Garcia, 56
Artilheiro: Memphis Depay (Ner), 6 tentos
FC Bayern Muenchen
Apelido: “Die Bayern”, ou “Os Bávaros”
Munique
Fundação: 1900
Ranking UEFA: 4
Melhor Colocação: 5 títulos (mais recente em 2013)
Em 2018/2019: oitavas-de-final
Nesta edição: 9vit/0emp/0der – 39gp X 8gc
Treinador: Hans-Dieter Flick, 55 anos
Artilheiro: Robert Lewandowski (Pol), 14
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