O Ibra faz dois gols, se machuca, mas o Milan bate o Napoli, 3 X 1
Partida preciosa do sueco, até sentir dores na coxa. O "Diavolo" não superava o "Burro", em viagem, desde 2010, 2 X 1, tentos dele e de um tal Robinho.
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Faz um pouquinho mais de trinta anos que, numa história principiada em 1926, o Napoli arrebatou o seu segundo e último “scudetto” de campeão da Itália. Aconteceu no dia 28 de Abril de 1990, quando o “Burro” da Terra da Pizza sobrepujou a Lazio, 1 X 0 e, apesar da vitória do Milan, 4 X 0 no Bari, manteve a sua folga de dois pontos, 51 a 49, na tabela de classificação. Tempos deliciosos aqueles, nos entornos celestes, quando lá brilhavam craques reluzentes como Diego Maradona, Careca e Alemão. Ou, no lado do “Diavolo”, em que se sobressaia o trio de neerlandeses de magia Ruud Gullit, Frank Rijkaard e Marco Van Basten.

O Milan, então, já ostentava 11 dos seus 18 títulos. Aliás, um clube datado de 1899, ainda no Século 19, bem antes do Napoli, no quadro geral era e continua bem razoável a sua vantagem estatística na antologia do “Calcio”. Desde o seu duelo inaugural, Milan 5 X 1, no dia 2 de Outubro de 1927, até o mais recente, 2 X 2 em Nápoles, no último dia 12 de Junho, em 144 cotejos o “Diavolo” marcava 54 vitórias a 42, com 202 tentos a 115. Mas, em Nápoles, a folga pendia para o “Burro”, que vencera 28 partidas e só perdera 24 em 72. Detalhe curioso: o Milan não superava o Napoli, como visitante, desde 25 de Outubro de 2010, o resultado de 1 X 2. Um bom augúrio para o desafio deste domingo, pela rodada de número 8 do certame da Bota?

Não necessariamente. A Mídia esperava que despontasse, logo no princípio da peleja, o duelo direto entre Lorenzo Insigne, o artilheiro do Napoli, e Gianni Donnarumma, o arqueiro do Milan. São íntimos amigos, dividem o quarto nas concentrações da “Squadra Azzurra”, adoram testar a voz em duetos musicais, que costumam espalhar através do Instagram. Quem apareceu antes, porém, foi mesmo o sueco Ibrahimovic, aos 20’, desfrute de um cruzamento de Hernández com uma testada atordoante, pertinho da marca do pênalti, que mais pareceu uma bala de canhão.

Da batalha Isigne versus Donnarumma houve meramente um ensaio dramático aos 26, quando o avante do “Burro” testemunhou o arqueiro rebater um petardo de Mertens e, na sequência, Di Lorenzo e Lozano atingirem duas vezes o travessão. Um equívoco duplo crucial. De animado que estava na correria atrás da igualdade, o elenco do Napoli murchou. O Milan passou a controlar as ações e a buscar as pontadas em velocidade através dos flancos. Deu certo de novo aos 55’, então com um cruzamento de Rebic que o Ibra saboreou no outro lado, junto ao poste, de chapa, 2 X 0. Só então o “Burro” desempacou. Aos 63, Mário Rui, que havia falhado nos tentos do “Diavolo”, desceu pela esquerda e, resteirinho, municiou Dries Mertens, 1 X 2.

Na lateral do gramado, tensos, mal se fitavam Gennaro Gattuso, um ex do Milan, hoje o treinador do Napoli, e Daniele Bonera, seu velho colega de equipe, a substituir Stefano Pioli, isolado pela Covid, no comando do rival rubronegro. Um abraço, ambos sem as máscaras, havia selado o seu reencontro, antes de a porfia começar. E a apreensão de Bonera se ampliou aos 79’ quando o Ibra acusou dores na coxa e pediu para sair. Com os tentos da “domenica”, ele tinha subido aos 10, em seis presenças, no topo da relação dos “canonnieri” do campeonato. Seu time, de todo modo, asseguraria a vitória nos acréscimos, 3 X 1, “contropiede” de Hauge. Quebrado o tabu de dez anos. Curiosidade: naqueles 2 X 1 de 2010, registraram os tentos do Milan o mesmo Ibra e um tal de Robinho.
Todos os jogos da rodada:
No sábado:
Crotone (2pg) 0 X 2 Lazio (14)
Spezia (9) 0 X 0 Atalanta (14)
Juventus (16) 2 X 0 Cagliari (10)

No domingo:
Fiorentina (8) X X X Benevento (6)
Internazionale (12) X X X Torino (5)
Roma (17) 3 X 0 Parma (6)
Sampdoria (10) 1 X 2 Bologna (9)
Verona (12) 0 X 2 Sassuolo (18)
Udinese (7) 1 X 0 Genoa (5)
Napoli (14) 1 X 3 Milan (20)
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