O Bayern bate o Sevilla e o Lewy pode se tornar o Melhor do Mundo
Mesmo por 2 X 1 e na prorrogação da Supercopa da Europa o esquadrão da Alemanha segue invicto e o artilheiro corre atrás do prêmio, nesta semana
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Rebatizada em honra de Ferenc Puskás (1927-2006), o maior craque da história do futebol da Hungria, nesta quinta-feira, 24 de Setembro, a Arena do 14º Distrito de Budapeste, a capital magiar, hospedou a edição número 45 da Supercopa da Europa, contenda única que antepõe os ganhadores da Liga dos Campeões e da Liga Europa. De 1972 até 1999 a peleja abrigava, além do vencedor da “Champions”, o dono do título da então Copa da UEFA, a entidade que regula o ludopédio no Velho Continente. Os desafiantes de agora foram respectivamente o Bayern Muenchen, da Alemanha, e o Sevilla, da Espanha. Houve público presente na Arena Puskás, de 38.652 lugares mas menos de 12.000 oferecidos aos torcedores. Depois de mandar nas ações em mais de dois terços do seu tempo, o Bayern venceu por 2 X 1, e na prorrogação.
Apelidado de “Die Roten” ou “Os Vermelhos”, o Bayern, que significa “Bávaros”, chegou à Supercopa depois de arrebatar o troféu da “Champions” em uma temporada perfeita. Na fase de chaves, passara ileso por Tottenham Hotspur (ING), Olympíacos (GRE) e Estrela Vermelha (SER). Daí, na série de mata-matas, suplantou o Chelsea (ING), o Barcelona e o Lyon (FRA), até a decisão diante do PSG (FRA). No total, 11 porfias, 43 tentos a 8 – e, no percurso, uma atuação memorável no Nou Camp, placar devastador de 8 X 2 sobre o Barcelona. O seu capitão Robert Lewandowski se consagrou artilheiro do torneio com 15 tentos em 887 minutos, ou um a cada 2/3 de partida. Claro, sensacional.
Apelidado de “Os Nervionenses”, ou “Os Ambidestros”, o Sevilla desembarcou na Puskás com alguns percalços na bagagem. Na fase de chaves, junto com o Dudelange (LUX), o Qarabag (AZE) e o Apoel (CHI), em 5 vitórias encostou uma derrota. Na sequência dos mata-matas, em dois prélios contra o Cluj (ROM), se salvou-se graças ao critério do gol registrado no campo do adversário. Então, bateu Roma (ITA), os Wolverhampton Wanderers (ING), Manchester United (ING), e na decisão a Internazionale (ITA). No total, em 12 combates, 9 vitórias, uma derrota e duas igualdades. Seu artilheiro, Munir, fez 5 gols.
Bela batalha, de fato digna de uma superqualquercoisa no esporte. Julen Lopetegui, o treinador dos “Ambidestros”, não se atemorizou com a fama dos “Bávaros”, de ataque portentoso e de uma retaguarda que, no pós-suspensão de atividades por causa da pandemia, ainda não cedera um só “tore”, um gol. Imediatamente pressionaram os subordinados de Hans-Dieter Flick, inclusive com muitos levantamentos sobre uma bequeira de homens particularmente vigorosos. Então, aos 11’, num cruzamento, Alaba chargeou Rakitic na linha da pequena área. O mediador Anthony Taylor, da Inglaterra, precisou do VAR para apontar o penal que, aos 13, Lucas Ocampos converteria. O sexto sem equívocos do platino desde que se tornou atleta do Sevilla em Julho de 2019.
O Bayern não tardou a se recuperar e a controlar a posse de bola. Chegaria a quase 65% até o intervalo. O empate, no entanto, saiu aos 34’, numa combinação espetacular, um passe de três dedos de Mueller, a pelota aparada pelo artilheiro Lewandowski transformado em assistente, e o arremate fatal de Goretska. E os “Bávaros” perpetrariam um lance assemelhado aos 50’, porém Taylor, novamente auxiliado pelo VAR, anulou por impedimento do Lewy. Mais afinado o Bayern, mais desgastado o Sevilla, pouco a pouco a contenda se tornou unilateral. Aos 63’, Taylor anularia outro “tore” dos tedescos, uma infração visível do Lewy num rival. Também pouco a pouco, entretanto, o relógio virou fã dos “Ambidestros”. Não eclodisse o gol, o cotejo se estenderia a uma imprevisível prorrogação. Pior para os tedescos.
Já nos 86’, por um triz, ou por um Neuer, não adveio o castigaço. Todos os “Bávaros” ao redor da área de Jesus Navas, o arqueiro dos ibéricos, Alaba furou, diante da meia-lua. Contra-ataque insinuante, o marroquino Em-Nesyri cara-a-cara com os 2 X 1 e Neuer salvou com uma espalmada fenomenal. Acréscimos de 4’. Prorrogação. E aos 104’ do suplemento, a lógica. Tanto forçou o Bayern que, no enésimo alçamento, bate-rebate, oito dos pupilos de Flick na área e, numa sobra, Javi Martínez fuzilou de testada, alívio dos germânicos. Faltava o “tore” do Lewy, aartilheiro absoluto da “Champions” com 15 tentos em 11 pelejas e atrás do prêmio, justo, de Melhor do Ano.
Desperdiçaria uma chance aos quase 120’, ao encobrir Navas e testemunhar a pelota, traiçoeiramente, escapar ao lado do poste. Os seus “Bávaros”, porém, ficariam com a taça, a segunda conquista do seu clube, e a segunda da Alemanha, na história da Supercopa. Na primeira, de 2013, o Lewy ainda não integrava o elenco. Rude ironia, é a Espanha a nação mais laureada na disputa. Acumula 15 triunfos. Os ibéricos levantaram a taça cinco vezes com o Barcelona, quatro com o Real Madrid, três com o Atlético de Madrid e duas com o Valencia. O Sevilla, que abiscoitou a Liga da Europa em seis ocasiões, havia arrebatado a Supercopa meramente na primeira oportunidade, 2006. Agora amargou, no Puskás, a tristeza do seu quinto vice consecutivo.
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